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Estado de Minas

PSL reforça apoio ao líder do governo na Câmara, major Vitor Hugo

Parlamentares mais experientes temem que a falta de traquejo político de Vitor Hugo possa atrapalhar o Planalto durante votações fundamentais


postado em 08/02/2019 07:51 / atualizado em 08/02/2019 08:31

As dificuldades de Vitor Hugo começaram quando ele convocou reunião com líderes e só nanicos apareceram(foto: Minervino Junior/CB/D.A Press )
As dificuldades de Vitor Hugo começaram quando ele convocou reunião com líderes e só nanicos apareceram (foto: Minervino Junior/CB/D.A Press )

Depois de uma reunião frustrante, na última terça-feira, com caciques partidários, o líder do governo, deputado Major Vitor Hugo (GO), recebeu o apoio de integrantes do PSL e reforçou a necessidade de interlocução direta com as legendas na Câmara. A declaração é uma mudança nas regras estabelecidas ainda durante a transição, entre os meses de novembro e dezembro do ano passado, quando a ideia propalada pelos então futuros integrantes da Esplanada era a de que a negociação no Congresso seria feita a partir de bancadas temáticas.

“Criou-se uma ideia errada de que a interlocução seria com as bancadas. Isso não existe”, disse Vitor Hugo em entrevista ao Correio. “O regimento interno e a Constituição estabelecem a legitimidade dos partidos, as conversas serão feitas com eles, evidentemente.” O parlamentar — que se aproximou do presidente Jair Bolsonaro ainda em 2015, quando passou em concurso para consultor legislativo na Câmara — fez uma comparação para mostrar a importância das lideranças partidárias. “Eu fui escolhido pelo presidente diretamente, os líderes partidários foram escolhidos pelos parlamentares, representam milhões de votos dos eleitores, não há legitimidade maior do que essa.”

"É claro que há resistências de quem está acostumado com outro tipo de jogo, mas é uma fritura precoce e desnecessária"

Bia Kicis, deputada federal



As primeiras dificuldades de Vitor Hugo começaram quando ele convocou uma reunião com os líderes a partir de mensagem pelo WhatsApp. O encontro acabou esvaziado depois que deputados manifestaram irritação com o tratamento. “É uma construção de uma realidade para outra. Tivemos uma ruptura do cotidiano do Legislativo nas últimas eleições gerais, algo nunca visto ao longo de mais de uma década, é natural que gere dúvidas, mas conseguimos reunir 10 partidos, e as conversas estão abertas e iniciadas”, disse o parlamentar, que fez questão de elogiar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). “A força dele vai trazer estabilidade.”

Parlamentares mais experientes ouvidos pelo Correio, porém, temem que a falta de traquejo político de Vitor Hugo — eleito com 31.190 votos e com o apoio de Bolsonaro — possa atrapalhar o Planalto durante votações fundamentais, como a reforma da Previdência. Procurados pela reportagem, a deputada Bia Kicis (DF) e o senador Major Olímpio (SP), ambos do PSL, defenderam o colega de partido. “Ele tem a confiança do presidente Bolsonaro, e a gente sabe que isso é o mais importante. É claro que há resistências de quem está acostumado com outro tipo de jogo, mas é uma fritura precoce e desnecessária”, disse Kicis. “O Vitor Hugo é uma pessoa qualificada e tem todo o apoio do partido, até porque a decisão pelo nome dele para liderança do governo partiu do próprio presidente, não foi fruto de uma disputa interna, o que poderia produzir racha. Isso não existe”, disse Olímpio.

Na prática, Vitor Hugo será monitorado pelo Planalto, mais especificamente pelos ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e da Secretaria de Governo, general Santos Cruz. “Ele não vai poder oferecer mais do que pode, a partir de limites estabelecidos pelo Planalto. Ele será um interlocutor dos parlamentares com o governo. Não é razoável tentar queimar Vitor Hugo antes mesmo de as negociações começarem”, afirmou Olímpio.

Para o diretor de documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antonio Augusto de Queiroz, os parlamentares que formam a base, mas que não foram eleitos no rastro de Bolsonaro, devem ser observados com mais cuidado pelo Planalto. “O diálogo com esse pessoal tem de ser mais cuidadoso, caso contrário, o governo pode se atrapalhar.”


 


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