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Estado de Minas

"O eleitor quer nome novo", diz Carlos Viana, candidato ao Senado

Candidato ao Senado diz que a falta de experiência política será uma vantagem


postado em 29/09/2018 06:00 / atualizado em 29/09/2018 07:31

(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

Aos 55 anos, o jornalista Carlos Viana (PHS) estreia na corrida eleitoral e já vive a ciranda da política. Embora não integre a coligação do PSDB, declara apoio ao tucano Antonio Anastasia na disputa ao governo de Minas, garante ter a orientação dele em seu planejamento de campanha. Na briga pelo voto e por uma das vagas, Carlos Viana dispara contra a candidatura do deputado federal Rodrigo Pacheco (DEM), legenda coligada ao PSDB. Em princípio, Pacheco anunciara a sua candidatura ao governo. “Desde o primeiro momento já se sabia que Pacheco desistiria, que não seria candidato a nada, a não ser a senador na chapa do PSDB. Era um jogo político”, afirma. Para o jornalista, a falta de experiência política no Parlamento é uma vantagem: “O eleitor quer renovação”, diz Viana, que estreia a série de entrevistas do Estado de Minas com os candidatos ao Senado.

O sr. chegou a participar do lançamento da candidatura do senador Antonio Anastasia ao governo de Minas, mas o seu partido, o PHS, não integra a coligação majoritária do PSDB, e o seu principal apoiador, o prefeito Alexandre Kalil (PHS), sustenta Ciro Gomes para a Presidência da República. Como está a sua relação com o PSDB e a campanha de Anastasia?
O professor Anastasia é o meu candidato. Quando decidi ser candidato ao Senado, fui convidado por ele para caminhar junto com a campanha dele. Aceitei pela admiração que tenho. Mas desde o primeiro minuto, numa noite na casa dele em Lourdes, o professor Anastasia deixou claro que a vaga do Senado na chapa dele seria do outro adversário (Rodrigo Pacheco), que na época dizia que era candidato ao governo. Isso porque o mais importante era aumentar o tempo de televisão da campanha do PSDB. Desde o primeiro momento já se sabia que Pacheco desistiria, que ele não seria candidato a nada, a não ser a senador na chapa do PSDB. Era um jogo político. Para mim isso muda pouco porque sou um candidato independente. Não me coliguei com ninguém. Isso me dá vantagens pois me deixa livre para criticar quem eu quiser e cobrar o que achar necessário do professor Anastasia. Mas me traz problemas também pelo tempo de televisão, que é pequeno.

"Acredito e defendo que o país tenha uma reforma, mas não esta que Michel Temer propõe"



O sr. afirma que Rodrigo Pacheco nunca foi candidato ao governo. Então, quando ele se lançou, tudo não passou de encenação?
Faz parte da política. Ele nunca foi candidato ao governo. Foi para manter o nome em evidência e para ganhar espaço, caso não vencesse as eleições para o Senado. A candidatura ao governo não existia, esperava apenas desfecho de Geraldo Alckmin em Belo Horizonte para fechar acordos. Isso fez com que o prefeito de Uberlândia, Odelmo Leão (PP), e a esposa dele, Ana Paula, que havia sido indicada vice na chapa de Rodrigo Pacheco ao governo de Minas, se sentissem traídos e enganados.

Com o desempenho de Dilma Rousseff (PT), que segundo as pesquisas lidera as intenções de voto para ocupar a primeira vaga do Senado, a candidatura de Rodrigo Pacheco nas mesmas agendas e com apoio de Anastasia pode prejudicar o seu desempenho?
Não, porque os números dele cresceram pouco, apesar de a campanha dele ser milionária, ter começado mais cedo. Eu gasto 10% do que ele tem e com menos de 10% do tempo de televisão que ele tem e continua uma disputa grande pela segunda vaga. É claro que a máquina política da coligação ajuda muito o candidato, mas o mais importante é a aceitação do candidato por parte da população. E hoje o eleitor quer nome novo. Não quer nome desgastado. A população não quer alguém que luta pelo poder. Hoje concorre para governador, amanhã é senador.  O eleitor já percebeu que essa trajetória não tem compromisso com a população. O eleitor quer candidato transparente. Sou candidato ao Senado desde o primeiro dia, e não usei artifício para manipular imprensa ou chamar a atenção.

O sr. não tem experiência política em cargos legislativos. Se eleito, essa condição será impeditiva para atuação Senado?
Não acredito. Primeiro porque a política partidária no Brasil hoje está falida. Pessoas não se sentem representadas por partidos. Essa é uma das explicações para que 45% não queiram votar. As pessoas não se sentem representadas. Com a cláusula de barreira, teremos mudança completa no quadro partidário brasileiro: só 10 ou 12 sobreviverão. Com essa mudança de perfil do modelo de partidos, teremos novas definições sobre a mudança de poder no Parlamento. O segundo ponto é que o senador é independente, vota de acordo com a consciência. Por ser um cargo majoritário, o senador tem partido, mas não precisa seguir a linha partidária.

Há alguns temas que estarão na pauta na próxima legislatura. Qual é a sua posição sobre a reforma da Previdência?
Acredito e defendo que o país tenha uma reforma, não esta que Michel Temer propõe. Em primeiro lugar precisamos de transparência em relação às contas públicas, precisar onde está o déficit da Previdência. A proposta que Temer tira direitos de quem já ganha menos. Enquanto a média das aposentadorias dos celetistas é de R$ 1,8 mil, as aposentadorias públicas federais começam a partir de R$ 8 mil. Temos um milhão de aposentados que consomem 70% a mais do que 30 milhões de celetistas. Defendo que o teto dos celetistas seja o mesmo para todas as categorias.

E qual é a sua posição sobre a reforma trabalhista?
Podemos ter ajustes, mas a reforma trabalhista foi um avanço. Em alguns pontos ela precisa ser revista, melhor estruturada, como por exemplo o trabalho intermitente: as empresas ganharam o direito de colocar funcionários em horário que prejudica a vida deles. Mas nos demais, nos outros itens, nenhum direito foi tirado. E a reforma trouxe à legalidade uma série de contratos de trabalho que antes estavam fora.

 

 


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