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Estado de Minas

Temer perderá mais da metade dos ministros para a disputa eleitoral

Presidente poderá trocar pelo menos 17 dos 29 titulares de pasta até abril, quando vence o prazo para desincompatibilização de quem vai disputar as eleições em outubro deste ano


postado em 05/01/2018 06:00 / atualizado em 05/01/2018 07:24

"Vamos fazer paulatinamente (troca de ministros). Para conseguir manter a base, tem que manter os partidos" - Eliseu Padilha, ministro da Casa Civil (foto: JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL)

Até abril, prazo final de desincompatibilização para ministros que vão disputar as eleições de outubro, o Palácio do Planalto pode ter de mudar os titulares de mais da metade das 29 pastas. Nas últimas duas semanas, dois ministros – Ronaldo Nogueira (Trabalho), do PTB,  e Marcos Pereira (Indústria, Comércio Exterior e Serviços), do PRB – anteciparam o desembarque do governo Michel Temer (PMDB) alegando que pretendem focar em suas campanhas eleitorais. Ontem, foi a vez de o ministro da Saúde, Ricardo Barros, do PP, anunciar que deixará a pasta para disputar uma vaga com deputado federal. Ao todo, o Planalto contabiliza ao menos 17 ministros que podem deixar as pastas nos próximos meses para disputar algum cargo.

“Eu vou sair para disputar a eleição como deputado federal. Fico no cargo o tempo que o presidente determinar. Mas a data limite é dia 7, prazo que a lei impõe”, afirmou o ministro da Saúde. De acordo com a legislação, ministros que decidirem disputar a eleição têm até 7 de abril para pedir exoneração. No início de dezembro, outro ministro a sair do governo foi Antonio Imbassahy (PSDB), que deixou a Secretaria de Governo, após divergências entre tucanos e aliados de Temer.

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que os ministros que pretendem deixar o governo por causa das eleições sairão de forma paulatina, conversada com Temer. Padilha lembrou que, em dezembro, o governo ameaçou fazer uma reforma ministerial ampla, trocando 17 ministros, mas recuou por insatisfação dos que desejavam permanecer por mais tempo no poder. “O presidente Michel Temer já disse isso em dezembro, vamos fazer paulatinamente”, disse Padilha. “Para conseguir manter a base, tem que manter os partidos”, avaliou o ministro responsável pela articulação política do governo federal.

Ontem, o Diário Oficial da União (DOU) publicou o decreto de nomeação da deputada Cristiane Brasil Francisco (PTB-RJ) como ministra do Trabalho. A titular foi definida na quarta-feira pelo presidente Michel Temer depois de encontro com o presidente do partido, o ex-deputado Roberto Jefferson, que é pai da nova ministra. Jefferson, que foi condenado no processo do mensalão, se disse emocionado e chorou ao falar com jornalistas ao fim do encontro. Para ele, a escolha de Cristiane representa “um resgate da família”. “É o orgulho, a surpresa, a emoção que me dá. É o resgate, sabe? É um resgate. (O mensalão) Já passou. Fico satisfeito”, disse.

Temer havia pedido na quarta-feira ao PTB para indicar um nome alternativo ao do deputado Pedro Fernandes (PTB-MA), adversário eleitoral do ex-presidente José Sarney (PMDB), amigo de Temer. Segundo Jefferson, Sarney vetou a indicação do parlamentar, mas o ex-presidente nega a informação. Cristiane assumiu a pasta no lugar do deputado Ronaldo Nogueira (PTB-RS), que deixou o cargo alegando que vai se candidatar neste ano para mais um mandato parlamentar. A data da posse da nova ministra ainda não foi marcada, mas deve ocorrer na próxima semana.

MEIRELLES
Já o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, cotado para a disputa presidencial pelo PSD, usou ontem sua conta no Twitter para reafirmar que segue focado nas atividades da Fazenda e que uma eventual candidatura nas eleições deste ano só será definida em abril, prazo final para que titulares de cargos públicos deixem suas funções para poder entrar na disputa eleitoral. “Tenho dito reiteradas vezes que só decidirei sobre candidatura em abril”, escreveu em suas redes sociais. “Meu foco está 100% voltado ao meu trabalho de organizar as contas públicas, fazer a economia crescer e gerar mais empregos”, completou.

O nome de Meirelles como presidenciável tem ganhado força no meio político e no seu partido, o PSD. O presidente licenciado da sigla e ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, afirmou que o partido trabalha para que o ministro seja candidato a presidente. “Não tem plano B ou plano C, só plano A, que é o Meirelles”, declarou Kassab. No entanto, o nome de Meirelles não decolou nas pesquisas eleitorais, nas quais a preferência  pelo ministro gira entre 2% e 3%, e Kassab não descarta apoio à candidatura de Alckmin e a à eventual de Temer . (Com agências)

 


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