Brasília – As mudanças no seguro-desemprego começam a valer a partir de segunda-feira. Após a terceira reunião com representantes de sindicatos, o ministro da Previdência, Carlos Gabas, avaliou que há possibilidade de acordo sobre mudanças na Medida Provisória 664, que altera as pensões por morte e auxílio-doença. Também participaram do encontro os ministros do Planejamento, Nelson Barbosa, e do Trabalho, Manoel Dias.
O argumento do governo é de que as MPs representam correção de distorções de regras. “As medidas corrigem injustiças. Atualmente, um trabalhador que fez, por exemplo, apenas uma contribuição no valor de R$ 700 e acabou falecendo depois, pode deixar uma pensão vitalícia para a viúva, ou viúvo, no teto de quase R$ 4,6 mil. É uma injustiça com aqueles que contribuíram a vida inteira”, disse Gabas.
Apesar das explicações, os sindicalistas defendem a revogação total das medidas provisórias que limitaram os benefícios. Dentro do ajuste fiscal, o governo quer alterar regras do seguro-desemprego, do abono salarial, da pensão por morte e auxílio-doença, para economizar R$ 18 bilhões por ano. “Queremos que revoguem as medidas para a gente poder começar com o pé no chão”, disse Miguel Torres, presidente da Força Sindical. Segundo ele, estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) indica que os mais prejudicados serão os que ganham os menores salários e os jovens.
De acordo com Antônio Neto, presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), os sindicalistas apresentaram alternativas, como a tributação de grandes fortunas ou uma alíquota maior do Imposto de Renda para os mais ricos”, afirmou.
Ainda de acordo com o sindicalista, as centrais realizarão, na segunda-feira, atos em frente as delegacias regionais de Trabalho (DRTs) contra as medidas.