
O sistema de transporte rápido por ônibus (BRT, na sigla em inglês) tem data para começar a funcionar em Belo Horizonte: 15 de fevereiro de 2014. Quem garante é o prefeito Marcio Lacerda (PSB), que promete a estreia do novo modelo na Avenida Cristiano Machado. O trecho da Avenida Antonio Carlos está programado para entrar em funcionamento no fim de março. Se for cumprido o novo prazo, a inauguração do BRT encerrará uma verdadeira novela com atrasos e erros no projeto, inicialmente previsto para atender a população na Copa das Confederações, há mais de quatro meses. Essa foi uma das três promessas apontadas por Lacerda como prioridade para 2013. As outras duas terão prazos maiores para ser entregues à população. Enquanto as novas unidades de pronto atendimento (UPA) estão previstas para receber pacientes no ano que vem, a ampliação do metrô deve ocorrer no fim de 2016.
O BRT é a principal aposta da prefeitura para melhorar o transporte público na capital – já que as novas linhas do metrô vão demorar mais tempo – e passou por vários problemas nos últimos dois anos, com licitações de obras contestadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e atrasos nos cronogramas prometidos. Segundo o prefeito, a liberação dos trechos ocorrerá a partir de fevereiro, de forma gradual, uma vez que algumas etapas da obra continuam com problemas.“Vamos terminar as obras civis até dezembro, mas não em todo o trecho do BRT. Para a Avenida Cristiano Machado já marcamos os primeiros testes com circulação dos ônibus para 15 de fevereiro. Depois vamos aumentando aos poucos o número de veículos”, explica Lacerda. Já para o BRT das avenidas Antonio Carlos e Pedro I, a promessa será cumprida apenas parcialmente. Segundo o prefeito, alguns trechos ainda estão em fase de desapropriação, de forma que a liberação para circulação ficará restrita inicialmente até a Avenida Portugal, na Pampulha. O restante pode ficar para depois da Copa do Mundo. “Poderemos operar até a Portugal e depois entrar na Pedro I. Mesmo com alguns atrasos, vamos ter o BRT em funcionamento durante a Copa”, garante Lacerda.

PACIÊNCIA A obra de ampliação do metrô, talvez a mais aguardada pelos belo-horizontinos como forma de melhorar a oferta de transporte público na cidade, vai exigir mais paciência da população. Segundo o prefeito, os projetos executivos para a obra serão entregues até 31 de dezembro e os editais para as obras serão lançados no primeiro trimestre de 2014. “Os projetos estão avançados e são acompanhados pela prefeitura e pelo governo estadual. Já discutimos detalhes sobre onde serão as novas estações e as formas de acesso. A expectativa é de que em julho do ano que vem comecem as obras”, diz.
A obra de extensão da linha 1 (Vilarinho/Novo Eldorado) e a construção de duas linhas entre Savassi e Lagoinha e Barreiro e Calafate está sendo feita por meio de uma parceria entre a prefeitura, iniciativa privada e os governos federal e estadual. Até agora, já foram liberados R$ 60 milhões para a elaboração dos projetos, e a Prefeitura de BH negocia a liberação de mais R$ 400 milhões por meio de financiamento com a Caixa Econômica ou o BNDES. “Também vamos lançar o edital para a parceria público-privada que administrará o novo metrô. A linha 3, trecho subterrâneo entre a região da Savassi e a Estação Lagoinha, será a última a ser entregue, com previsão para dezembro de 2016, mas, antes disso, vamos liberar alguns outros trechos, como as melhorias da linha 1”, promete Lacerda.
SAÚDE CRITICADA Para a área da saúde, setor no qual a administração de Lacerda recebeu duras críticas ao longo do primeiro mandato, com reclamações principalmente em relação ao tempo de espera para marcação de consultas especializadas e falta de opções para atendimento emergencial, Lacerda prometeu entregar três novas unidades de pronto atendimento (UPA) até 2014. Mas, segundo ele, quatro obras estão contratadas, com previsão de entrega no ano que vem.
O prefeito admite, no entanto, que as desapropriações de terrenos continuam sendo um obstáculo para a prefeitura, uma vez que algumas disputas sobre indenizações dependem de uma definição da Justiça. “A liberação do terreno é de custo integral da prefeitura, sendo que os governos estadual e federal participam em outras etapas. Esperamos entregar as novas UPAs até o fim do ano que vem. A não ser que ocorram problemas imprevistos, até o fim de 2014 elas poderão receber pacientes”, afirma Lacerda. Estão previstas novas unidades nos bairros Aarão Reis, São Cristovão, Ipiranga e Vera Cruz.
Só em 2015
Uma das obras apontadas como prioridade para a área da saúde sairá do papel com atraso significativo. O Hospital do Barreiro, prometido desde 2008 e que teve as obras completamente paralisadas nos últimos meses, deverá entrar em funcionamento somente em 2015, sete anos depois. Moradores vizinhos reclamam do cenário de abandono deixado pela prefeitura, com restos de material amontoados e sem qualquer controle sobre quem entra e sai do local. Segundo o prefeito Marcio Lacerda, a primeira etapa das obras foi concluída no primeiro trimestre, mas a segunda etapa atrasou por problemas com uma empresa que abandonou a obra. “Infelizmente, tivemos muitos problemas com essa obra, com defeitos graves que precisaram ser corrigidos. Apesar do atraso, as obras voltarão no começo de novembro. A boa notícia é que vamos conseguir aumentar o número de leitos previstos inicialmente”, explica o prefeito.
AMPLIAÇÃO E ODERNIZAÇÃO DO METRÔ
Prazo: dezembro de 2016
Valor: R$ 3,1 bilhões (R$ 1 bi do governo federal;
R$ 750 mi de financiamento; R$ 1,5 bi do governo estadual, prefeitura e parceria público-privada)
Situação: entrega dos projetos executivos
marcada para dezembro de 2013; início das obras está marcado para julho de 2014.
ENTREGA DO BRT NAS AVENIDAS CRISTIANO MACHADO E ANTÔNIO CARLOS
Prazo: dezembro de 2013
Valor: R$ 694 milhões
Situação: O início do funcionamento do trecho na Av. Cristiano Machado está marcado para 15 de fevereiro de 2014. O trecho da Av. Antonio Carlos está previsto para o fim de março.
NOVAS UNIDADES DE PRONTO ATENDIMENTO (UPA)
Prazo: a partir de 2014
Valor: R$ 12 milhões (sem os cálculos dos terrenos)
Situação: Quatro unidades já têm obras contratadas.