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Estado de Minas

Faxina do governo chega à Conab


postado em 28/07/2011 06:00 / atualizado em 28/07/2011 08:18


Brasília – A exoneração do diretor-financeiro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Oscar Jucá Neto, foi oficialmente publicada nessa quarta-feira, no Diário Oficial da União. Irmão do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), Neto pediu para deixar o cargo depois de ser acusado de pagar R$ 8 milhões, de maneira irregular, para uma empresa de armazenagem chamada Renascença. Havia apenas um mês que ele estava no cargo.

Armazém da Conab: diretor teria usado fundo para compra de alimentos para pagamento irregular (foto: Divulgacao/CONAB)
Armazém da Conab: diretor teria usado fundo para compra de alimentos para pagamento irregular (foto: Divulgacao/CONAB)
Segundo a reportagem divulgada na imprensa,  Jucá Neto aproveitou a ausência do presidente da Conab, Evangevaldo Moreira dos Santos, e do ministro da Agricultura, Wagner Rossi, ambos em viagem, para autorizar o pagamento. Como não havia dinheiro no caixa da empresa, ele transferiu recursos de um fundo destinado à compra de alimentos. A Justiça acabou penhorando uma área de estacionamento da Conab como garantia de pagamento.

A ação de Jucá Neto gerou desconforto no próprio PMDB. Para evitar sinais de conivência da cúpula partidária – o ministro da Agricultura é afilhado político direto do vice-presidente Michel Temer –, a sigla resolveu entregar a cabeça do diretor-financeiro para o Palácio do Planalto.

Essa não foi a primeira vez que Jucá Neto deixa um cargo na máquina federal apontado como suspeito de práticas irregulares. Em 2009, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, exonerou todos os apadrinhados políticos lotados na Infraero – entre eles, Jucá Neto –, alegando que pretendia “limpar o nome” do órgão. Na época, Romero Jucá defendeu o irmão e reclamou da postura de seu companheiro de partido, classificando o ato como “leviandade”.

O senador Romero Jucá sabe que outros de seus aliados estão na mira do Planalto. No setor elétrico, a presidente Dilma Rousseff pretende trocar Luiz Henrique Hamann, diretor-financeiro de Furnas e indicado por Jucá para o cargo. No início do ano, a presidente nomeou Flávio Decat para a presidência da subsidiária, mas acabou não substituindo a diretoria, o que tornou Decat refém de um grupo de subordinados ainda ligados ao PMDB.

O único que permanece com o prestígio intacto é o próprio parlamentar roraimense. A interlocutores próximos do partido, ele tem se queixado de que tantas denúncias envolvendo direta ou indiretamente seu nome derivam da ambição do PT de lhe tirar a liderança no Senado. “A bolsa de apostas é para saber se Jucá será ou não líder do governo que assumir em 2015”, brinca um aliado da presidente, referindo-se ao fato de Jucá ter ocupado o posto nas gestões de Fernando Henrique Cardoso, de Luiz Inácio Lula da Silva e, agora, de Dilma.

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Gestora grícola

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é o órgão público vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento responsável pela gestão das políticas agrícolas e de abastecimento para atender as necessidades básicas da sociedade e estimular os mecanismos de mercado, por meio da Política de Garantia de Preços Mínimos do governo federal. A empresa iniciou suas atividades em 1991 e atua hoje como a principal encarregada de regular a oferta de produtos agropecuários no mercado interno. Em fevereiro de 2010, o Tribunal de Contas da União (TCU) divulgou relatório apontando problemas na contratação de 48 empresas pela Conab. O documento afirmou que as empresas tinham débitos para a armazenagem de estoques públicos e não disponibilizavam sistemas de gerenciamento adequado. O ministério remanejou os alimentos estocados e informou ao tribunal que as irregularidades foram corrigidas.


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