Apontado entre os municípios envolvidos em irregularidades no Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem) em auditoria feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU), em 2009, a Prefeitura de Sete Lagoas, na Região Central de Minas, conseguiu resolver as irregularidades e atrair os jovens às salas de aula. Com a classe cheia, a orientadora social do Centro de Referência de Assistência Social I (Cras), no Bairro JK, Nilia Paiva Macedo, dedica três horas por dia aos jovens do programa, divididos em duas turmas. Com ela, trabalha um técnico responsável pelas aulas de computação oferecidas uma vez por semana, no Centro de Tecnologia Vocacional (CTV). “Vamos começar hoje a restaurar a quadra do bairro”, diz Nilia aos alunos.
Para o professor do Departamento de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Paulo Henrique Nogueira, um dos problemas para a execução do programa é o caráter emergencial, com data para começar e para terminar. Ele ainda observa que os jovens não querem viver uma experiência que não garanta uma entrada direta no mercado de trabalho, apesar dos cursos de profissionalização. “São meninos que já têm um histórico escolar difícil. É uma inclusão subalterna”, diz. Por outro lado, acrescenta o educador, o Projovem tem a sua importância. Ele não acredita que o programa, sem uma estruturação nas escolas, vá resolver o problema para o qual ele foi criado. Entretanto, ressalta: “Se nada fosse feito, estes jovens não teriam nenhuma oportunidade”. (AM)