
Eles fazem um diagnóstico desalentador da situação atual e apontam caminhos para recuperação das áreas degradadas da floresta. Ainda nesta edição, resenhas dos livros “O destino da floresta”, de Susanna Hecht e Alexander Cockburn, e “O espírito da floresta”, coletânea de Bruce Albert e Davi Kopenawa, os mesmos autores de “A queda do céu”.'O Brasil nunca tinha sido chamado a enfrentar um problema dessa dimensão, capaz de afetar a coletividade humana; agora fomos'
João Moreira Salles, autor do livro 'Arrabalde'
'Eles não sabem cuidar da floresta e não querem. Contentam-se em pensar: 'A floresta cresceu sozinha, sem motivo, e nós somos os donos da mercadoria, portanto vamos continuar a fabricar ainda muito mais, sem fim!'. Então, cavam o chão, cortam as árvores e queimam tudo ao passarem. Depois disso, todos começaram de repente a falar em 'mudança climática'! Nós, xamãs, escutamos essas palavras dos brancos. Mas não gostamos delas. O que vocês nomeiam assim não vem do nosso rastro na Terra! Nós, habitantes da floresta, não a maltratamos. Não a desmatamos sem medida. Toda essa devastação é a pegada dos brancos, o traço deles no chão da terra.'
Davi Kopenawa, autor dos livros 'A queda do céu' e 'O espírito da floresta'