
O desfecho do caso levou à denúncia de quatro pessoas, que aguardam os trâmites judiciais. Atualmente, o processo se encontra em fase de instrução — quando as partes envolvidas prestam depoimento — e terá oitiva de 57 testemunhas da defesa e duas da acusação.
A reportagem teve acesso em primeira mão à integra do processo. O documento, com mais de 1,8 mil páginas, inclui fotos, vídeos, depoimentos e gravações do caso que gerou repercussão nacional. As peças contam com materiais que, para a Polícia Civil do Distrito Federal, comprovam a existência de um esquema de tráfico de animais.
Em 15 de junho, ocorreu a primeira audiência de instrução. Entre as testemunhas de acusação, prestaram depoimento o delegado William Andrade Ricardo — à frente das investigações —; o agente de polícia Helder de Oliveira Sousa; além dos amigos de Pedro: Luiz Gabriel Felix, Silvia Queiroz, Julia Vieira e Radynner Leyf. À época, os colegas do réu foram indiciados por posse ilegal de animal silvestre, fraude processual, associação criminosa, corrupção de menores e favorecimento real — por ajudarem alguém na prática de um crime —, mas foram beneficiados com acordo de não persecução penal — quando há negociação entre os acusados e o Ministério Público.

Duas testemunhas da acusação consideradas essenciais no processo não compareceram às audiências. Uma delas era Roberto Cabral, servidor do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que estava em operação na Amazônia. A outra foi Aloizio dos Reis Borba, morador de Luziânia (GO) que comprou, em 20 de março de 2020, uma cobra nigritus de Pedro por R$ 550. Em depoimento, Aloizio contou que os dois fecharam negócio pelo WhatsApp e combinaram a entrega da serpente na frente de um fast-food, no Gama. A reportagem entrou em contato com Aloizio, mas ele disse não ter interesse em se manifestar sobre o caso.
