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Estado de Minas DENÚNCIA AO MP

Médico prescreve inalação de cloroquina, e paciente morre no RS

Método conhecido como nebulização não faz parte do protocolo do Ministério da Saúde e não tem comprovação científica


04/04/2021 21:41 - atualizado 04/04/2021 22:10

Inalação de hidroxicloroquina: um novo patamar do ''tratamento precoce''(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press - 11/04/2020)
Inalação de hidroxicloroquina: um novo patamar do ''tratamento precoce'' (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press - 11/04/2020)

 

Um médico prescreveu inalação de hidroxicloroquina diluída para um paciente na cidade de Alecrim (RS), na fronteira com a Argentina, apesar de o método não fazer parte do protocolo do Ministério da Saúde para combate à COVID-19. O homem de 69 anos morreu dois dias depois de receber o “tratamento”.

 

As informações são do portal “GZH”. Em depoimento à página, familiares afirmaram que fizeram uma denúncia ao Ministério Público para que o caso seja investigado.

 

Eles também relatam que o paciente relatou piora após passar pelo procedimento. 

 

O paciente de 69 anos recebeu quatro nebulizações da cloroquina. Elas aconteceram por meio de apenas um comprimido, que foi repartido em quatro pedaços menores e diluídos. Tudo aconteceu em 20 de março.

 

O prontuário médico do dia posterior, 21, informa que o idoso teve complicações do seu quadro de saúde. Neste segundo dia, o paciente não recebeu as sessões de inalação de cloroquina, apenas o remédio via oral, como recomenda a bula do medicamento.

 

Apesar de também não ter comprovação científica, a ingestão oral faz parte do protocolo do Ministério da Saúde para combater a virose. O procedimento é defendido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). 

 

Em depoimento ao “GZH”, o médico Paulo Gilberto Dorneles se disse tranquilo, apesar de confessar que não prescreveu o método para outros pacientes de Alecrim.

 

“Usamos uma dose ínfima, quase um placebo. Não alterou em nada o quadro. Usamos como tentativa enquanto aguardávamos leito de UTI. Eu com o paciente ruim, sem leito de UTI, tu sabes o que é trabalhar no interior, sem condições. Então a gente usou, foi feita a tentativa, mas em dosagem ínfima porque a gente não tinha segurança da validade”, afirmou.


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