
Ao menos três trabalhos foram publicados em revistas científicas por pesquisadores da Escola de Medicina Icahn do instituto com a tecnologia de usar um vírus da doença de Newcastle (NDV, na sigla em inglês), um tipo de gripe aviária, como vetor para carregar a proteína do vírus Sars-CoV-2.
É esta a ferramenta que foi apresentada hoje pelo Butantan. Os trabalhos do Mount Sinai descrevem como a vacina deles foi desenvolvida em ovos e os testes pré-clínicos realizados com animais.
O Estadão entrou em contato com o pesquisador principal do trabalho, o virologista Peter Palese, mas ainda não teve retorno. O Butantan também não se manifestou sobre se houve alguma parceria com o Mount Sinai ou se houve compra de tecnologia.
O Estadão entrou em contato com o pesquisador principal do trabalho, o virologista Peter Palese, mas ainda não teve retorno. O Butantan também não se manifestou sobre se houve alguma parceria com o Mount Sinai ou se houve compra de tecnologia.
Ao jornal Folha de S. Paulo, Palese disse que realizou com sucesso experimentos com a vacina baseada no vírus da doença de Newcastle (NVD) e que inicidou testes de fase 1 no Vietnã e na Tailândia com a vacina.
Ele afirmou que também tinha um acordo com o Instituto Butantan para entrar em testes clínicos no Brasil usando o vetor de vacina NVD.
Ele afirmou que também tinha um acordo com o Instituto Butantan para entrar em testes clínicos no Brasil usando o vetor de vacina NVD.
Nesta sexta-feira, ao anunciar a Butanvac, Covas disse que o Butantan tinha realizado os testes pré-clínicos e que os resultados haviam sido "excelentes", mas sem dar detalhes.
Ele afirrmou também que o Butantan será o principal produtor num consórcio internacional com os mesmos países citados por Palese à Folha: Vietnã e Tailândia.
Ele afirrmou também que o Butantan será o principal produtor num consórcio internacional com os mesmos países citados por Palese à Folha: Vietnã e Tailândia.
Logo após a coletiva, o Estadão pediu ao instituto mais informações sobre esses resultados e sobre onde tinham sido feitos os testes pré-clínicos, mas não teve resposta.
Ao longo da tarde, a reportagem teve acesso a três estudos do Mount Sinai que descreviam todo o desenvolvimento de uma vacina usando NDV e a proteína spike.
Em um dos trabalhos, eles afirmam ter obtido uma "vacina potente contra a COVID-19 em camundongos e hamsters. A vacina NDV-S inativada foi imunogênica, induzindo forte ligação e / ou anticorpos neutralizantes em ambos os modelos animais. Mais importante, a vacina de NDV-S inativada protegeu os animais de infecções pelo Sars-CoV-2".
Em um dos trabalhos, eles afirmam ter obtido uma "vacina potente contra a COVID-19 em camundongos e hamsters. A vacina NDV-S inativada foi imunogênica, induzindo forte ligação e / ou anticorpos neutralizantes em ambos os modelos animais. Mais importante, a vacina de NDV-S inativada protegeu os animais de infecções pelo Sars-CoV-2".
Outro dado que contradiz a narrativa do Butantan é um levantamento feito pelo Ministério da Saúde no fim de 2020 com todas as vacinas desenvolvidas no Brasil que não mostra, entre os imunizantes pesquisados pelo Butantan, nenhum produto que usa a tecnologia da Butanvac.
Na coletiva de imprensa do governo paulista, Covas havia afirmado que a Butanvac estava em desenvolvimento desde março de 2020.
De acordo com o documento do ministério, porém, o instituto tinha, em novembro de 2020, três vacinas em desenvolvimento: a Coronavac, uma vacina do tipo VLP (partículas similares a vírus) e uma terceira com uma tecnologia de vesículas de membrana externa em plataforma de múltiplos antígenos. Nenhuma delas utilizava a plataforma de vetor viral do vírus da Doença de Newcastle.
