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Estado de Minas FURA-FILA

PF investiga caso de empresários que tomaram vacina às escondidas

O grupo formado por políticos e empresários do setor de transportes adquiriu doses da Pfizer; 50 pessoas receberam uma dose da vacina em Belo Horizonte


25/03/2021 18:00 - atualizado 26/03/2021 07:38

A compra de vacinas pela iniciativa privada é permitida no Brasil desde o início do mês. No entanto, os imunizantes devem ser repassados ao SUS (foto: Redes Sociais/Reprodução)
A compra de vacinas pela iniciativa privada é permitida no Brasil desde o início do mês. No entanto, os imunizantes devem ser repassados ao SUS (foto: Redes Sociais/Reprodução)
A Polícia Federal irá investigar o caso de empresários mineiros que adquiriram e tomaram doses de vacinas contra a COVID-19 sem repassar os imunizantes ao Sistema Único de Saúde (SUS). O caso foi revelado em reportagem da revista Piauí publicada nessa quarta-feira (24/03).

Segundo a revista, o grupo formado por políticos e empresários do setor de transportes adquiriu doses da Pfizer e aplicaram secretamente em 50 pessoas.

Um dos que teriam recebido a dose foi o ex-senador Clésio Andrade, ex-presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT). "Estou com 69 anos, minha vacinação (pelo SUS) seria na semana que vem, eu nem precisava, mas tomei. Fui convidado, foi gratuito para mim", disse à Piauí.

Ao jornal Estado de S. Paulo, Andrade negou ter sido vacinado pelo grupo. "Desconheço. Estou em quarentena aqui no Sul de Minas. Tive COVID", afirmou.

Seis vídeos obtidos pelo jornal mostram pessoas sendo vacinadas na noite de terça-feira, 23, na garagem de uma empresa de transporte localizada em Belo Horizonte.

As imagens foram gravadas por vizinhos do local, que denunciaram um esquema clandestino de imunização contra a COVID-19 pela viação Saritur. O vai e vem ocorreu após as 20h, quando já estava em vigor o toque de recolher determinado pela prefeitura.



As imagens exibem uma aglomeração de carros em volta da entrada do local. Uma mulher de jaleco branco vai até o porta-malas de um carro, retira a vacina e aplica nos motoristas. Alguns descem do carro para receber sua dose.

Outros são vacinados dentro do próprio carro. Uma outra pessoa anota nomes em uma ficha, como se estivesse confirmando cada vacinação dada.

Em nota, o grupo empresarial Saritur esclarece que o assunto tratado na matéria é de total desconhecimento da diretoria da empresa.

"O Grupo Empresarial SARITUR esclarece que os nomes citados na reportagem 'Empresários tomam vacinas às escondidas' não fazem parte do corpo societário do Grupo. Esclarece ainda que o assunto tratado na matéria é de total desconhecimento da Diretoria da empresa."

PL 534/2021


A compra de vacinas pela iniciativa privada é permitida no Brasil desde o início do mês, no entanto, os imunizantes devem ser repassados ao SUS até que todos os brasileiros do grupo de risco sejam vacinados, o que ainda não ocorreu.

A regulamentação foi feita em projeto de lei que tramitou a jato no Congresso e foi sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro no último dia 10.

Leia: Iniciativa privada pode comprar vacinas? Entenda o projeto de lei

As doses da Pfizer contratadas pelo Ministério da Saúde ainda não chegaram ao país. A farmacêutica nega 'qualquer venda ou distribuição de sua vacina contra a COVID-19 no Brasil fora do âmbito do Programa Nacional de Imunização'.

"A vacina COMIRNATY ainda não está disponível em território brasileiro", frisou, em nota.

Na noite de quarta-feira, o deputado federal e ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT-SP) acionou o Ministério Público de Minas Gerais requisitando a abertura de investigação e o confisco das vacinas compradas pelos empresários.

Operação Taipan


Agentes cumprem sete mandados de busca e apreensão nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo(foto: Policia Federal/Reprodução)
Agentes cumprem sete mandados de busca e apreensão nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo (foto: Policia Federal/Reprodução)
Mais cedo, a PF deflagrou a Operação Taipan contra grupo suspeito de oferecer, fraudulentamente, ao Ministério da Saúde 200 milhões de doses de vacinas contra a COVID-19, em nome de um grande consórcio farmacêutico.

A corporação considera o caso como uma tentativa de estelionato clássico, que não teve êxito.

Agentes cumprem sete mandados de busca e apreensão nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. As ordens foram expedidas pela Justiça Federal do Distrito Federal. De acordo com a PF, as investigações tiveram início após comunicação feita pelo próprio Ministério da Saúde.


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