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Estado de Minas CRÍTICAS EM ENTREVISTA

Drauzio Varella sobre Bolsonaro e COVID-19: 'Limitação de inteligência'

Médico criticou gestão do governo federal na pandemia e pediu vacinação em massa e fim da defesa do tratamento precoce


16/03/2021 21:21 - atualizado 16/03/2021 22:12

Drauzio Varella voltou a tecer duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por conta da pandemia(foto: Zé Paulo Cardeal/TV Globo)
Drauzio Varella voltou a tecer duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por conta da pandemia (foto: Zé Paulo Cardeal/TV Globo)

 

O médico oncologista Drauzio Varella criticou a gestão do governo federal na pandemia nesta terça-feira (16/3). Sem citar diretamente o nome de Jair Bolsonaro (sem partido), referindo-se a ele apenas como “presidente da República”, Drauzio afirmou que houve desunião por conta de “políticos demagogos”.

 

“Quando você tem uma epidemia, você tem que ter uma coordenação central. Alguém tem que colocar uma ordem, senão você vê essa bagunça”, disse em entrevista ao programa “Em Pauta”, do canal de TV fechada Globonews.

 

Além da falta de comando, ele atacou o governo federal por negar a gravidade da crise sanitária.

 

“O presidente da República é uma pessoa muito importante para o país e serve de espelho para a população. Esses políticos demagagos, que dizem que não está provado que o isolamento social protege a população, são demagagos. Há uma limitação muito grave de inteligência”, afirmou.

 

O médico também citou que o presidente pode estar em busca de uma vantagem, mas que ele não saberia dizer qual é “diante dessa tragédia”.

 

Vacinação em massa

Para Dráuzio, a solução para o problema da pandemia no Brasil passa por dois fatores primordiais: a vacinação em massa da população e o fim da defesa do tratamento precoce com medicamentos, “que, infelizmente, não existe”.

 

Sobre a imunização contra a COVID-19, Varella afirmou que a lentidão é culpa exclusiva do governo federal, porque o Sistema Único de Saúde (SUS) é referência mundial por vacinar rapidamente.

 

“Nós temos 38 mil postos de vacinação espalhados pelo Brasil. Isso é uma maravilha. Em 2010, vacinamos 89 milhões de brasileiros contra o H1N1 em três meses. É só você pegar as vacinas e entregar aos estados. A estrutura é toda montada” explicou.

 

“É inaceitável estarmos vivendo essa situação com todos esses recursos que o SUS coloca à disposição do Ministério da Saúde”, completou o oncologista.

 

Novo ministro deve manter política de Pazuello

 

Dráuzio Varela também comentou a escolha de Bolsonaro pelo cardiologista Marcelo Queiroga para ocupar o Ministério da Saúde. Ele será a quarta pessoa a ocupar o cargo durante a pandemia, depois de Eduardo Pazuello, Nelson Teich e Luiz Henrique Mandetta.

 

“É um médico sério, profissional competente, que chegou à presidência da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Mas, acho que não temos prognóstico de mudança. Até porque ele disse que vai continuar a política da gestão anterior”, lamentou o médico.

 

Drauzio defendeu uma "mudança radical", mas, com "o presidente da República atuando dessa maneira", isso é "impossível".

 

Cautela com as novas variantes

 

Sobre as hipóteses de que as novas variantes, surgidas em Manaus, no Reino Unido e na África do Sul são mais letais, Drauzio Varella pediu cautela. A justificativa é a falta de estudos confiáveis sobre essas cepas.

 

“Esses estudos têm que ser necessariamente comparativos. Pegar populações de mesma idade e classe social e acompanhar. Você tem que fazer isso com um grande número de infectados e isso leva tempo”, afirmou.

 

Ele chegou a citar uma pesquisa desenvolvida sobre a variante do Reino Unido. Porém, lembrou que a metodologia levou em consideração um pequeno número de pessoas.

 

 


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