O Brasil terá a maior capacidade de testagem de diagnósticos de infecção pelo novo coronavírus do mundo. É o que garantiu o secretário-executivo João Gabbardo dos Reis em entrevista coletiva concedida no Palácio do Planalto no fim da tarde deste sábado (4).
De acordo com Gabbardo, o país quer fazer um “embate diferenciado” à COVID-19 e se preparou melhor que qualquer outra nação para enfrentar a pandemia.
“Estamos nos preparando muito, não só com pessoas, mas também com equipamentos, leitos de UTI e testes”, disse o secretário-executivo.
Segundo ele, a grande “vantagem” do Brasil no combate à doença foi o tempo para se preparar, além do aprendizado adquirido a partir dos efeitos da pandemia em países como China, Espanha, Itália e Estados Unidos.
Gabbardo também disse que o crescimento do número de casos e mortes está “dentro do esperado” pelo ministério. “A realidade vai ser essa. Todos os dias, o número de casos vai bater o recorde do dia anterior. O mesmo com os óbitos”, disse.
A preocupação, contudo, fica por conta dos estados do Sul do Brasil, sobretudo no período do inverno.
Outra inquietação do secretário-executivo diz respeito à capacidade do sistema de saúde com a possibilidade de epidemias cruzadas, em razão dos crescimentos da dengue e das síndromes respiratórias além da COVID-19.
João Gabbardo dos Reis também disse sobre a necessidade de discutir o fechamento e abertura de municípios que não registraram casos da doença. “Acho que merece uma discussão. Pode estar certo e pode não estar certo. Pode ter sido cedo demais pra isso. A gente precisa discutir isso", afirmou.
Respiradores
O secretário-executivo João Gabbardo dos Reis também disse que os 15 mil respiradores adquiridos com a China não serão distribuídos de acordo com a população dos municípios, como havia sendo feito antes pelo ministério.
Segundo ele, a distribuição vai acontecer conforme a demanda dos equipamentos. A compra custou pouco mais de R$ 1 bilhão aos cofres do ministério.
Mandetta não aparece
Depois de uma semana na qual o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou publicamente algumas medidas do ministro Luiz Henrique Mandetta, o chefe do Ministério da Saúde não compareceu à entrevista coletiva deste sábado (4).
Segundo as fontes da pasta presentes à ocasião, o ministro precisava descansar em meio à rotina desgastante. Os colegas, no entanto, garantiram que Mandetta estava assistindo à coletiva e estudando sobre o novo coronavírus em casa.