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Em vídeo, Barroso não confessou chantagem após orgia

O trecho compartilhado nas redes não mostra o ministro do Supremo Tribunal Federal admitindo ser chantageado


25/04/2022 21:07 - atualizado 25/04/2022 21:10


 

Captura de tela feita em 19 de abril de 2022 de uma publicação no Twitter
Captura de tela feita em 19 de abril de 2022 de uma publicação no Twitter (foto: Reprodução)
Um vídeo que supostamente mostra Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), confessando ser vítima de chantagem por ter participado de uma “orgia em Cuba” foi compartilhado centenas de vezes em redes sociais desde 15 de fevereiro de 2022. Isso é enganoso. Na verdade, a gravação foi retirada de um webinar do site Jota no qual Barroso citava uma informação falsa da qual é alvo. Na versão mais longa do mesmo vídeo, o ministro ri da alegação e diz que nunca foi a Cuba. 


“MINISTRO DO STF LUIZ ROBERTO BARROSO CONFESSA TER PARTICIPADO DE UMA ORGIA EM CUBA”, diz uma das versões da publicação compartilhada no Facebook (1, 2, 3) e Twitter

No vídeo, o magistrado está em uma sala e parece dizer: “Eu sou chantageado pelo ex-ministro José Dirceu por uma orgia que nós participamos em Cuba”. Em outras publicações, esse mesmo trecho de Barroso é antecedido por uma cena na qual Bolsonaro diz que pessoas foram filmadas em “libertinagens” em Cuba e por isso estão “nas mãos do PT”.

O trecho compartilhado nas redes não mostra, no entanto, o ministro do STF admitindo ser chantageado. 

Barroso comenta desinformação

Uma busca reversa por um trecho do vídeo mostra que as imagens foram retiradas de um webinar do site Jota, especializado em cobertura jurídica, transmitido em 9 de fevereiro de 2022. À época, Barroso presidia o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e foi um dos convidados do evento que discutiu o papel do Judiciário na regulação de novas tecnologias.

 

 


A partir dos 27 minutos e 22 segundos da transmissão é possível identificar o trecho compartilhado nas redes. Na versão mais longa do vídeo fica claro, no entanto, que Barroso estava se referindo a uma notícia falsa, e não admitindo sofrer chantagem.

“É preciso traçar distinções aqui nesse mundo bizarro que nós estamos vivendo das campanhas de desinformação, em que a mentira virou uma estratégia de destruição de reputações [...]. Para dar alguns exemplos meus, circula muito pela internet, chega a ser divertido de tão bizarro, que eu sou chantageado pelo ex-ministro José Dirceu por uma orgia que nós participamos em Cuba. Vocês não vão acreditar a quantidade de circulação que tem dessa notícia”, diz Barroso durante a gravação.

Em seguida, o ministro completa: “Eu queria dizer que nunca fui a Cuba, não sou dado a orgias e não mantenho nenhum contato e nem tenho nenhum tipo de relação com o ex-ministro José Dirceu”.


Antes de falar de desinformação e dar exemplos envolvendo o seu nome, o então presidente do TSE defendeu a importância de mecanismos de moderação dos conteúdos compartilhados na internet e afirmou que esse controle não teria como objetivo reprimir a liberdade de expressão.

Algumas publicações com o vídeo viral são acompanhadas de uma gravação em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) diz que o regime cubano instalava câmeras em hotéis para gravar autoridades e, depois, chantageá-las. No entanto, na sequência original com Bolsonaro, disponível no YouTube, o mandatário não menciona o ministro do STF.


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