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Estado de Minas CHECAMOS

Itália não revisou seu número de óbitos decorrentes da COVID-19

A alegação também foi compartilhada em inglês, em espanhol e em finlandês


11/11/2021 21:34 - atualizado 11/11/2021 21:34


 

Imagem com conteúdo falso que circulou pelas redes
Captura de tela feita em 9 de novembro de 2021 de um tuíte ( . / ) (foto: Reprodução)
Publicações e artigos que circulam nas redes sociais alegam que autoridades italianas revisaram o número de óbitos por covid-19 do país, mudando de mais de 130 mil para menos de 4 mil mortes. Mas isso é falso. As mensagens deturpam um relatório publicado pelo principal instituto de saúde da Itália, que descreveu as alegações como “fake news”.


“Instituto de Saúde Italiano revisou os óbitos por COVID e descobriu que 97% das mortes não foram pelo vírus” , diz uma publicação compartilhada no Twitter .

Mensagens com teor similar circulam na mesma plataforma ( 1 , 2 , 3 ), no Facebook ( 1 , 2 , 3 ), no Instagram , e em artigos publicados em sites ( 1 , 2 ).

A alegação também foi compartilhada em inglês , em espanhol e em finlandês .

A Itália, que registrou um dos piores balanços de óbitos por covid-19 na Europa em 2020, atingiu mais de 132 mil mortes relacionadas à doença.

As alegações parecem ter origem em um artigo de 21 de outubro de 2021 publicado pelo jornal italiano Il Tempo, que declarou que o Istituto Superiore di Sanità (ISS) - principal instituto de saúde da Itália - modificou seus dados sobre a covid-19.

O artigo argumentou que um relatório publicado pelo ISS em 5 de outubro revelou que apenas 2,9% das mortes por SARS-CoV-2 depois do final de fevereiro de 2020 podem ser contadas como causadas pelo vírus.

O jornal também alegou que o ISS admitiu que “das 130.468 mortes registradas em estatísticas oficiais no momento de preparação do relatório, apenas 3.783 teriam sido causadas pelo poder do vírus em si” , sugerindo que as mortes restantes não foram causadas pela covid-19 porque os pacientes tinham outras doenças ou condições subjacentes.

As mensagens viralizadas afirmam, incorretamente, que apenas pacientes sem nenhuma comorbidade podem entrar na contagem de mortes causadas pelo SARS-CoV-2.

O número de 2,9% representa pacientes com covid-19 sem comorbidades, enquanto os outros óbitos pela doença têm condições adicionais relacionadas, como doenças pré-existentes, ou complicações concomitantes à covid-19.

Pier David Malloni, porta-voz do ISS, descreveu a alegação como “fake news” .

“Isso está completamente errado. O que escrevemos no relatório é que os 2,9% das pessoas morreram não tinham comorbidades” , disse à equipe de verificação da AFP em 4 de novembro de 2021.

Malloni explicou que ter uma ou mais comorbidades “é um fator de risco para a covid-19” , que aumenta a chance de desenvolver a forma grave ou de morrer após se contaminar pelo vírus.

O ISS também refutou as mensagens difundidas em uma nota publicada em 25 de outubro.

Autoridades de saúde dos Estados Unidos também enfatizaram que comorbidades aumentam os riscos da covid-19. Os Centros para o Controle e Prevenção de Doenças (CDC) do país afirmam em seu site que “ o risco de covid-19 severa aumenta quando o número de comorbidades de uma pessoa também aumenta ”.

O chefe de Estatísticas de Mortalidade do Centro Nacional de Estatísticas de Saúde (NCHS) dos Estados Unidos, Bob Anderson, disse à AFP em 31 de agosto de 2020 que comorbidades são, com frequência, complicações da covid-19.

“Você tem coisas como perda respiratória aguda causada, ou pneumonia causada pela covid-19” , explicou. Então enquanto essas condições são tecnicamente comorbidades, “a covid-19 é a causa subjacente da morte, porque causou a pneumonia, que fez com que a pessoa morresse” .


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