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Estado de Minas CHECAMOS

Imagem de carcaça à venda integra ensaio fotográfico sobre a fome no Brasil

Uma busca reversa no Google levou à publicação da mesma imagem feita pelo fotógrafo pernambucano Flávio Costa no dia 18 de outubro de 2021


26/10/2021 20:01 - atualizado 26/10/2021 20:01


 

Imagem com informação falsa divulgada nas redes socaiis
A imagem de uma carcaça de galeto (foto: reprodução)
A imagem de uma carcaça de galeto supostamente à venda por R$ 1,90 foi compartilhada cerca de 2 mil vezes nas redes sociais desde 18 de outubro de 2021. A foto, contudo, faz parte de um ensaio fotográfico que denuncia a "comercialização da fome”. O artista responsável, Flávio Costa, explicou ao Checamos que o projeto surgiu após ter lido notícias sobre a venda de sobras de comida em mercados e açougues em um contexto de aumento da insegurança alimentar no Brasil.


“Quem tem coragem de vender isso tem que arder no inferno! Bolsonaro acabou com o nosso país ”, diz o texto, junto à foto de uma bandeja de isopor branca com uma carcaça de galeto etiquetada, em publicações compartilhadas no Facebook ( 1 , 2 ), no Instagram ( 1 , 2 ) e no Twitter ( 1 , 2 ).

Uma busca reversa no Google levou à publicação da mesma imagem feita pelo fotógrafo pernambucano Flávio Costa no dia 18 de outubro de 2021 em sua conta no Twitter. 

Em um tuíte postado em seguida, Costa explicou que a fotografia pertence a série chamada “Mercado da Fome”.

Mais uma fotografia que criei para a série Mercado da Fome. Resolvi fazer esse ensaio depois que vi ossos e carcaças de peixe sendo comercializados ao invés de doados. A imagem, sem legenda, é crível.
— Flávio Costa (@flaviocostaf) October 18, 2021

À AFP, Costa confirmou que o ensaio fotográfico foi idealizado por ele depois de ter lido notícias sobre a comercialização de restos de comida ( 1 , 2 ).  

“Comecei a ler algumas matérias sobre mercados vendendo carcaças de peixe, ossos de galinha. Antigamente, carcaças eram doadas. Supermercados e açougues começaram a vender quando viram mais pessoas em busca dessas sobras. Essa comercialização da fome me indignou” , contou.

Antes da foto da carcaça, Costa já havia postado uma imagem da sobra de um hambúrguer , compartilhada mais de 1.700 vezes, e uma outra de um resto de melancia .

“Eu não pensei que tanta gente fosse achar que era real, embora eu tenha feito de tudo para parecer o mais crível possível. Tive que começar a explicar que se tratava de um ensaio. É muito triste que a carcaça de um galeto sendo vendida em uma bandeja possa passar por real” , lamentou o artista. 

Após a foto da ossada de galeto, Costa postou uma outra imagem para o ensaio que, segundo ele, totalizará dez fotos e que, quando estiver finalizado, será publicado integralmente em seu perfil no Instagram

Esse trabalho fotográfico de Costa foi divulgado na mídia ( 1 , 2 , 3 ).

A imagem viralizou em meio a notícias sobre a venda de restos de peixe e de cortes de carne antes desprezados por clientes e mercados em um contexto de aumento dos preços dos alimentos e da incidência da fome no Brasil. 

Um levantamento feito pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar em dezembro de 2020 mostrou que cerca de 19 milhões de pessoas passam fome e 55% das famílias convivem com a insegurança alimentar. De acordo com os pesquisadores, entre 2018 e 2020, o número de pessoas em situação de insegurança alimentar grave saltou de 10,3 milhões para 19,1 milhões.

Um conteúdo semelhante foi verificado pela Agência Lupa e pelo Aos Fatos .  


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