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Estado de Minas

Dinâmica de violência é retomada na Síria, Brahimi tem novas 'ideias'


postado em 28/10/2012 17:43

A Síria entrou neste domingo em uma nova espiral de violência, que incluiu um ataque aéreo que deixou pelo menos 16 pessoas mortas em um vilarejo, enterrando definitivamente a trégua preparada pelo mediador Lakhdar Brahimi, que se prepara para apresentar novas "ideias".

No episódio mais violento deste domingo, pelo menos 16 pessoas morreram em um ataque aéreo no vilarejo de Al-Bara, na província de Idleb (noroeste), incluindo sete crianças e cinco mulheres, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

De acordo com esta ONG com sede no Reino Unido, que se baseia em uma rede de militantes e de fontes médicas, Al-Bara é controlado pelos rebeldes desde meados de julho.

Desde sexta-feira, dia em que a trégua deveria ter entrado em vigor, mais de 300 pessoas morreram em todo o país, segundo o OSDH. Apenas neste domingo, pelo menos 52 pessoas -29 civis, dez soldados e 13 rebeldes- foram mortas, ainda de acordo com a mesma fonte, o que eliminou qualquer chance de uma suspensão das hostilidades depois de mais de 19 meses de uma revolta transformada em conflito armado.

Depois de ter tentado obter o cessar-fogo durante os quatro dias da festa muçulmana do Eid al-Adha, de sexta a segunda-feira, Brahimi deve retornar em novembro ao Conselho de Segurança da ONU com "algumas ideias de ação" para levar o presidente Bashar al-Assad e a oposição à mesa de negociações, afirmaram à AFP diplomatas da Organização das Nações Unidas.

Mas nem o regime nem os rebeldes parecem dispostos a silenciar suas armas, se acusando mutuamente de terem violado a trégua no país, onde a violência deixou mais de 35.000 pessoas mortas, segundo o OSDH, e obrigou centenas de milhares a se exilar.

O Exército, que tenta retomar os redutos rebeldes com o apoio da aviação nas províncias de Damasco e de Idleb (noroeste), assegurou que apenas "responde" aos ataques rebeldes, enquanto a oposição armada classificou a iniciativa de Brahimi de "natimorta" em razão dos bombardeios incessantes efetuados pelo regime.

Segundo um diplomata da ONU, "o processo político não começará antes que Assad e a oposição estejam tão esgotados que não tenham outra escolha. Eles ainda não estão neste estado, mas Brahimi tem algumas ideias".

Em abril, um outro projeto de trégua, iniciado pelo antecessor de Brahimi, Kofi Annan, já tinha ido pelos ares em algumas horas.

Na província de Damasco, a aviação efetuou três ataques em Erbine, Zamalka e Harasta, a nordeste da capital, onde muitos rebeldes estão entrincheirados, segundo o OSDH. Os insurgentes tomaram o controle de três postos do Exército em Douma, próximo a Damasco, segundo a mesma fonte.

Facções islamitas Mais ao norte, os rebeldes destruíram um tanque e mataram três soldados em combates na entrada de Maaret al-Nooman (noroeste), controlada pelos insurgentes desde o início de outubro, embora a aviação continue a bombardear a cidade.

Em Aleppo, combates foram registrados entre o Exército e facções islamitas da rebelião, como o "Batalhão dos Soldados de Maomé", os "Batalhões do Islã" e ainda a influente Frente Al-Nusra, que reivindicou diversos atentados suicidas desde o início da revolta, segundo o OSDH.

Esses grupos, que não se consideram submetidos ao Exército Sírio Livre (ESL), têm geralmente uma organização melhor e são mais bem armados.

A Frente Al-Nusra, um grupo jihadista rebelde que reivindicou vários atentados na Síria, rejeitou qualquer responsabilidade pelo ataque que na sexta-feira deixou oito mortos em Damasco, e acusou o regime por esse ato "desprezível" e "obsceno".

Na sexta-feira, combates inéditos foram travados em Aleppo entre rebeldes e milicianos curdos, deixando 30 mortos e 280 prisioneiros, em sua maioria curdos, de acordo com o OSDH. Neste domingo, os rebeldes libertaram mais da metade dos prisioneiros, segundo a mesma fonte.

A minoria curda tenta manter distância em relação às partes em conflito.

Em Meca, onde milhões de peregrinos realizam neste domingo os últimos ritos do hajj, milhares de sírios agitavam bandeiras da revolução e bradavam lemas hostis ao regime, segundo uma jornalista da AFP.

A Síria não enviou cidadãos a Meca este ano, na ausência de um acordo com Riad, mas a Arábia Saudita concedeu 10.000 vistos do hajj aos refugiados sírios no Líbano, na Turquia e na Jordânia.

"Que Bashar tenha o mesmo destino de (Muamar) Kadhafi", gritavam dezenas de fiéis, em referência ao líder líbio morto depois de ter lutado durante meses contra uma rebelião armada no ano passado.

Ainda neste domingo, as autoridades iraquianas anunciaram pela segunda vez em um mês que haviam obrigado um avião de carga iraniano que sobrevoava o território iraquiano com destino à Síria a aterrissar para inspeção, permitindo a sua partida posteriormente.


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