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Estado de Minas

Bombardeios do Exército e atentado enterram a trégua na Síria


postado em 27/10/2012 19:07

Os rebeldes descreveram como um "fracasso" a trégua proposta pelo mediador internacional Lakhdar Brahimi em ocasião da festa muçulmana do Eid al-Adha na Síria, onde um atentado e ataques aéreos foram efetuados neste sábado e a violência deixou mais de 200 mortos desde a entrada em vigor oficial do cessar-fogo, na sexta-feira de manhã.

Embora os rebeldes e o Exército tivessem se comprometido a interromper as hostilidades durante os quatro dias do Eid al-Adha, a festa muçulmana do sacrifício iniciada na sexta-feira, eles advertiram que responderiam em caso de violação do cessar-fogo da outra parte.

Como muitos temiam, a trégua durou algumas horas, e bombardeios e combates foram retomados neste sábado, deixando pelo menos 58 mortos em todo o país, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). Cada campo culpa o outro pelo rompimento da trégua.

Acusações recíprocas

O Exército efetuou neste sábado o seu primeiro ataque aéreo desde o início da efêmera trégua, anunciou à AFP Rami Abdel Rahman, chefe do OSDH, indicando que um prédio em Arbine, na província de Damasco, havia sido atingido.

Segundo o OSDH, a violência deixou mais de 35.000 mortos em 19 meses, e obrigou centenas de milhares de pessoas a fugirem para os países vizinhos.

"Pelo segundo dia, os grupos terroristas continuam a violar de forma clara o cessar-fogo anunciado e respeitado pelo comando do Exército", afirmou o comando militar em um comunicado.

"O Exército continuará a perseguir esses grupos terroristas responsáveis pelas violações e a enfrentar com firmeza seus atos criminosos", indicou o comunicado, detalhando "os ataques cometidos pelos grupos terroristas", em referência aos insurgentes.

Do outro lado, um comandante rebelde considerou que a trégua é uma mentira. "Como um regime criminoso pode respeitar uma trégua? Isto é um fracasso de Brahimi. Esta iniciativa estava morta antes de nascer", disse por telefone Abdel Khabar al-Oqaidi, chefe do conselho militar do ESL em Aleppo (norte).

"Não fomos nós que atacamos", afirmou.

"Não podemos mais falar de trégua", resumiu Rami Abdel Rahman, diretor do OSDH.

Combates inéditos entre árabes e curdos

Na província de Aleppo (norte), aviões sobrevoaram pela primeira vez desde o início da trégua vários vilarejos e a artilharia bombardeou a localidade de Maaret al-Artik.

Na cidade de Aleppo, combates eclodiram no setor de Sayyed Ali e rebeldes atacaram um posto militar na entrada de Aleppo. Os bairros de Sakhour, Chaar e Massaken Hanano foram bombardeados, segundo o OSDH.

Na região de Idleb (noroeste), próximo à fronteira turca, combates eram travados em torno da base militar estratégica de Wadi Deif, entre o Exército e rebeldes, principalmente combatentes da Frente al-Nusra, de acordo com o OSDH.

Perto da base militar, a cidade de Maaret al-Nooman e as aldeias no entorno foram bombardeadas, segundo a mesma fonte.

O sábado também foi marcado por combates inéditos entre milicianos curdos e rebeldes em Aleppo, que tinham deixado 30 mortos na sexta-feira, segundo o OSDH.

Moradores do bairro curdo de Achrafiyé, em Aleppo, afirmaram que os enfrentamentos haviam começado após a infiltração de rebeldes, que foram rechaçados por combatentes curdos. A minoria curda quer manter distância do conflito, mas esses confrontos aumentam o temor de mais divisões em uma sociedade síria já fragilizada por uma guerra civil sem precedentes na História contemporânea do país.

Em 19 meses, o levante contra o regime de Bashar al-Assad deixou mais de 35.000 mortos, segundo o OSDH.

Um grupo rebelde do norte da Síria afirmou neste sábado que mantém em seu poder o jornalista libanês Fida Itani, da rede libanesa privada LBCI, por considerar que suas reportagens "não são compatíveis com a revolução" síria.


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