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Estado de Minas

Na Síria, cessar-fogo é rompido horas depois de entrar em vigor


postado em 28/10/2012 06:00

O feriado religioso do Eid al-Adha (Festa do Sacrifício) e o cessar-fogo que seria posto em prática durante os quatro dias de celebração, de sexta a segunda-feira, não impediram a violência na Síria. A trégua proposta pelo enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe, Lakhdar Brahimi, foi rompida – poucas horas depois de entrar em vigor — por confrontos entre os insurgentes e as forças do governo de Bashar al-Assad. De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), 175 pessoas morreram desde o início das comemorações muçulmanas que marcam o fim da peregrinação a Meca.

Com a ofensiva de aviões do Exército sobre Damasco no início da manhã de ontem, que deixou oito vítimas, os bombardeios e combates recomeçaram, causando 21 mortes. “Não podemos mais falar de trégua”, sentenciou Abdel Rahman, chefe da OSDH. “Não consigo ver diferença de antes da trégua para agora”, disse por sua vez, à agência Reuters, Mohammed Doumany, ativista do Bairro de Douma, na capital síria.

O chefe rebelde do conselho militar do Exército Sírio Livre (ESL) em Aleppo (Norte), Abdel Khabar al-Oqaidi, descreveu a trégua proposta pelo mediador internacional da ONU como “fracasso” e uma “iniciativa morta antes de nascer”. “O povo sírio se converteu em uma cobaia, com cada enviado testando uma iniciativa, enquanto sabemos que o regime não a respeitará”, afirmou.

Moradores de Damasco publicaram vídeos de caças que, segundo eles, bombardeavam os subúrbios de Erbin e Harasta. Um comunicado do Comando Geral das Forças Armadas sírio afirmou que as tropas apenas reagiram por causa de supostas violações do cessar-fogo desde sexta-feira, quando “terroristas” dispararam contra postos de observação e bombardearam uma patrulha militar em Aleppo.

Carros-bomba A rede de televisão estatal também informou sobre a explosão de um carro-bomba em frente a uma igreja na região, sem registro de vítimas. Outros dois também explodiram — um em Daf al-Shouk, uma área residencial no Sul de Damasco, e o outro em Deraa. Outro atentado matou cinco pessoas em Deir Ezzor.

Nos últimos dias, diversos manifestantes demonstraram descontentamento com o regime. Segundo a agência France Presse, em Idleb (Noroeste), foram escutados gritos contra Assad: “Traidor, covarde, você destruiu a Síria”. Para Paul Rogers, professor de estudos da paz da Universidade de Bradford (Inglaterra), os mútuos e violentos ataques eram esperados desde o anúncio de cessar-fogo. “Talvez tivesse sido mais positiva uma proposta de cessar os confrontos de forma parcial e não total, para depois poder construir, com mas confiança, uma última tentativa de acordo. Mas acredito que Brahimi viu a oportunidade como um primeiro passo em um processo bem difícil”, afirmou ao EM. Segundo o OSDH, mais de 35 mil pessoas morreram na guerra civil que já dura 19 meses.

Atentados em Bagdá

Duas explosões mataram ao menos 13 pessoas ontem, segundo dia do feriado islâmico do Eid al-Adha, em um bairro xiita de Bagdá, capital do Iraque. Segundo a polícia local, uma bomba foi colocada em uma rua perto de um popular mercado e fez sete vítimas, sendo três delas crianças que estavam em um parque próximo. O outro ataque tirou a vida de seis pessoas em um ônibus que transportava peregrinos iranianos a um santuário da região. Extremistas têm realizado atentados todos os meses desde que soldados norte-americanos deixaram o país, em dezembro. As autoridades temem que a crise síria esteja incentivando as novas ofensivas sectárias de sunitas e do braço da Al-Qaeda no país contra os xiitas.


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