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Estado de Minas

Comunidade sikh de luto depois de tiroteio em templo nos EUA


postado em 06/08/2012 16:24 / atualizado em 06/08/2012 22:18

(foto: MEHDI TAAMALLAH / AFP)
(foto: MEHDI TAAMALLAH / AFP)
O tiroteio que teve como alvo um templo sikh em Wisconsin deixou de luto esta comunidade, cujos membros são frequentemente confundidos com muçulmanos radicais por causa de seus turbantes e longas barbas e que, desde 11 de setembro, são vítimas frequentes de racismo.

As autoridades investigam para determinar as motivações do suposto autor dos assassinatos cometidos em Oak Creek, no subúrbio de Milwaukee, identificado como um ex-soldado branco de 40 anos ligado a grupos de supremacia branca e que matou seis pessoas antes de ser baleado pela polícia. Entre 500.000 e 700.000 Sikhs vivem nos Estados Unidos.

Segundo os representantes da Coligação Sikh em Washington, membros da comunidade foram vítimas de racismo 700 vezes desde os atentados de 2001.

A religião sikh, fundada há cinco séculos na Índia, exige que os homens cubram os cabelos - que não podem ser cortados - com um turbante e cultivem a barba.
O ataque de Oak Creek é o pior da história recente realizado contra esta comunidade religiosa, indicou à AFP Kavneet Singh, diretor-geral do Fundo Americano de Defesa dos Sikhs.

"É uma verdadeira tragédia para estas pessoas atacadas em suas casas ou locais de culto, em um país fundado na liberdade religiosa, nos direitos civis e nos direitos Humanos", lamentou Singh.

Sinais de reconhecimento Em 2001, quatro dias depois dos ataques de 11 de setembro, Balbir Singh Sodhi, proprietário de um posto de gasolina no Arizona, foi assassinado por um homem que afirmava querer matar um muçulmano.

O assassino foi condenado, mas, dez anos depois, um advogado do Arizona tentou apagar o nome da vítima de um memorial do 11 de setembro deste estado, afirmando que os crimes racistas após 2001 eram um mito.

Os atos de violência aumentaram tanto que um grupo de magistrados pediu em abril ao departamento americano de Justiça a contabilização dos dados sobre estes atos racistas.

E, geralmente, os membros da comunidade sikh reclamam por serem regularmente estigmatizados, citando insultos que sofrem na escola e as revistas que seus turbantes sofrem nos aeroportos.

Este ano, uma família sikh da Virgínia, em um subúrbio de Washington, recebeu uma carta ameaçando-a caso ela não deixasse os Estados Unidos. Um templo sikh em construção em Michigan também foi vandalizado.

No ano passado, dois idosos desta comunidade foram mortos em um subúrbio de Sacramento, Califórnia, onde, alguns meses antes, um motorista de táxi sikh foi espancado por assaltantes, que gritavam insultos raciais.

No entanto, os sikhs americanos receberam recentemente alguns sinais de reconhecimento. O presidente Barack Obama introduziu em 2009 na Casa Branca a celebração do nascimento do fundador desta religião, o Guru Nanak.

O Exército dos Estados Unidos começou a permitir que os sikhs servissem de uniforme, mantendo seus símbolos religiosos e, em maio, Washington se tornou a primeira cidade americana a permitir que sikhs de turbante trabalhassem como policiais.

Após o tiroteio de domingo, Obama expressou sua tristeza e elogiou a comunidade sikh que enriquece os Estados Unidos. O candidato republicano à Casa Branca, Mitt Romney, também condenou os assassinatos, "uma tragédia que nunca deveria acontecer em qualquer lugar de culto".


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