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Estado de Minas

Atirador de templo sikh tinha vínculos com grupo neonazista


postado em 06/08/2012 15:58 / atualizado em 06/08/2012 16:22

(foto: HO / FBI / AFP)
(foto: HO / FBI / AFP)
O suspeito de atirar e matar seis pessoas em um templo sikh no Wisconsin era um "neonazista frustrado", que no passado liderou uma banda punk de supremacistas brancos, denunciaram ativistas de direitos civis esta segunda-feira.

O FBI (polícia federal americana) informou que Wade Michael Page, de 40 anos, tinha vínculos com grupos de supremacia branca e se tornou alvo de uma investigação sobre "terrorismo doméstico" depois do massacre no templo sikh de Oak Creek, no Wisconsin.

Ele foi morto pela polícia no domingo, mas antes conseguiu matar seis membros da comunidade sikh de Milwaukee que assistiam a um culto religioso.

Em entrevista concedida em abril de 2010 sobre suas ambições musicais, o ex-especialista de operações psicológicas do Exército americano disse sentir "frustração de termos o potencial para alcançar muito mais como indivíduos e (membros da) sociedade".

Page declarou ao site do selo fonográfico pró-supremacista branco 'Label 56' que ele iniciou a banda 'End Apathy' (Chega de Apatia) em 2005 em busca de "resultados positivos em nossa sociedade doente".

Nas fotos da banda de três integrantes, que tinha amigos de Page no baixo e na bateria, publicadas no site de relacionamentos Myspace, mostravam o líder com a cabeça raspada e tatuagens góticas cobrindo seu corpo.

O logo da banda exibia um crânio com dentes afiados à mostra e pregos na parte superior.

Page declarou ao 'Label 56' que as canções do grupo abrangiam "questões sociológicas, religião, e como o valor da vida humana tinha se degradado com a submissão à tirania e à hipocrisia a que estamos subjugados".

O site do selo vende camisetas, adesivos e discos de vinil da 'End Apathy'.

Ele disse ter se envolvido com música supremacista branca pela primeira vez em 2000, quando deixou o Colorado, seu estado natal, em uma motocicleta.

Page tocava guitarra e baixo em vários grupos do estilo conhecido como 'hate rock', entre eles Celtic Warrior, Radikahl, Max Resist, Intimidation One, Aggressive Force e Blue Eyed Devils.

O respeitado grupo de direitos civis 'Southern Poverty Law Center' descreveu Page como um "neonazista frustrado que liderou uma banda supremacista branca".

Segundo a ONG, ele teria tentado comprar, no ano 2000, produtos da 'National Alliance', uma importante organização nacionalista branca dos Estados Unidos.

John Hoyt, vizinho de Page de 53 anos, disse à AFP que o suspeito tinha uma tatuagem em alusão aos ataques de 11 de setembro de 2001, praticados por fundamentalistas islâmicos, e "alguma coisa sobre almas perdidas".

Mas se disse surpreso ao saber do massacre, pois Page parecia um "cara normal", apesar das fortes opiniões sobre as operações militares dos Estados Unidos no Iraque e no Afeganistão.

"Fiquei surpreso. Era um cara bem tranquilo. As únicas coisas negativas que dizia eram sobre a guerra, a namorada e o presidente Bush filho porque ele começou a guerra", afirmou Hoyt.

Segundo Hoyt, Page afirmou ter sido enviado ao Iraque duas vezes, mas registros do Pentágono mostram que ele entrou para o Exército um ano após a primeira Guerra do Golfo e saiu antes da invasão americana ao país, em 2003, o que tornaria a história inverídica.

Page serviu no Exército entre abril de 1992 e outubro de 1998, e encerrou a carreira em Forte Bragg, Carolina do Norte.

Ele recebeu treinamento básico em Forte Sill, em Oklahoma, antes de ser enviado para o Forte Bliss, no Texas. O Forte Bragg é a base de muitas das unidades aerotransportadas do Exército americano e seu Comando de Operações Especiais.

Segundo o Pentágono, Page era um paraquedista qualificado, que recebeu uma medalha de louvor, cinco de realizações e duas de boa conduta (de Serviço de Defesa Nacional e de Ação Humanitária).

Mas ele deixou as Forças Armadas com uma patente relativamente baixa, de especialista E-4.

A tradição religiosa determina que os indianos sikh usem turbantes para cobrir os cabelos, que não podem ser cortados, e eles costumam usar barbas longas.

Sua aparência faz com que costumem ser confundidos com muçulmanos nos Estados Unidos, o que faz deles alvos de ativistas antiislâmicos, particularmente após os ataques de 11 de setembro de 2001.

A Coalizão Sikh, com sede em Washington, reportou ter havido "milhares" de incidentes de crimes de ódio e discriminação contra os sikh desde o 11/09, considerados vinculados ao sentimento antiislâmico.


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