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Estado de Minas BURNING MAN 2023

Mineiros contam os perrengues causados pela chuva no Burning Man

Areia do deserto de Black Rock virou uma lama espessa e pesada, o que impedia os participantes de se deslocarem; por dois dias 70 mil pessoas ficaram presas


06/09/2023 18:25 - atualizado 06/09/2023 19:15
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Burning Man 2023
Para que não entrassem mais pessoas na cidade criada para o Burning Man no deserto, os portões do evento ficaram fechados, deixando cerca de 72 mil pessoas presas (foto: Julie Jammot/AFP)
A edição deste ano do festival Burning Man, no deserto de Black Rock, em Nevada (EUA), foi marcada por muita chuva e lama. Mineiros que participaram do evento contam os desafios que enfrentaram no deserto estadunidense. Um deles precisou caminhar durante uma hora e meia em um lamaçal espesso, e outro conta que teve medo de não conseguir sair do acampamento caso acabassem os mantimentos.

O festival começou no dia 27 de agosto, uma quinta-feira. A chuva começou nesse sábado (2/9), fazendo com que os participantes só conseguissem deixar o deserto dois dias depois, na segunda (4/9). Gabriel Christo, de 36 anos, é engenheiro de software e foi um dos mineiros que esteve no Burning Man. “Foi chuva o dia inteiro até a noite”, ele lembra.
Gabriel relata que viu barracas inundadas, acampamentos sem eletricidade e pessoas perdendo equipamentos, roupas e mantimentos. “É um festival que, realmente, você tem de se preparar para ele”, caracteriza. Didio Mendes, de 49 anos, que é empresário e mora em BH, estava no festival pela terceira vez. Ele reforça o que Gabriel disse: “um dos princípios do Burning Man é que você é responsável por você mesmo, não é um passeio”, diz.

Problemas gerados pela chuva

O empresário de Belo Horizonte conta que a chuva “pegou todo mundo desprevenido”. Quando começou a chover ele estava em uma festa. A areia do deserto, em contato com a água, virou uma espécie de argila, que grudava nos sapatos das pessoas e atolava as bicicletas que os participantes do festival usavam para se locomover. 

Gabriel descreve que a cidade feita especialmente para o festival no meio do deserto de Black Rock é “bem grande, bem extensa”, o que tornava necessário o uso das bicicletas. Porém, por causa da lama, só era possível se deslocar a pé, e com muita dificuldade.

“Ela (a argila) é grudenta, então vira uma massa e fica muito difícil de se locomover”, conta Didio, que precisou abandonar sua bicicleta e voltar para o camping andando durante uma hora e meia. “Todas as bicicletas atolaram, todo mundo perdeu as suas bicicletas”, ele completa.
Gabriel, por outro lado, quando percebeu que a chuva se aproximava, deixou a festa e voltou para o trailer que havia alugado com mais dois amigos, onde viu as pessoas ilhadas em tendas, barracas inundadas e objetos perdidos. Porém, o engenheiro relata que “as pessoas se ajudavam muito” e os desafios serviram para tornar ele e os amigos mais próximos.

Fim do pesadelo

Para que não entrassem mais pessoas na cidade criada para o Burning Man no deserto, os portões do evento ficaram fechados, deixando cerca de 72 mil pessoas presas. Somente no final da tarde da última segunda (4/9) os participantes puderam deixar o local. Mas, então, surgiu um novo problema: o congestionamento.
Gabriel relata que algumas pessoas chegaram a ficar 15 horas paradas em uma fila de carros. “Eram muitos e muitos carros querendo sair ao mesmo tempo. No momento em que o sol saiu e começou a secar o chão todo mundo decidiu ir embora, e isso gerou um grande congestionamento”, explicou.

O homem de 36 anos ainda reflete sobre o que poderia ter acontecido se tivessem ficado presos por mais tempo no festival. “Se todas as 70 mil pessoas ficassem presas lá por muito tempo, eventualmente a comida ia acabar e as pessoas iam ficar sem água. Ia virar, realmente, um grande desastre”. De acordo com ele, isso era o que mais preocupava as pessoas.


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