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Estado de Minas NA GRANDE BH

Suspeita de matar adolescente aliciava menores para prostituição

Jovem foi morta por acidente durante encontro marcado pelas redes sociais; homicídio expôs rede de aliciamento de menores para prostituição na Grande BH


05/09/2023 12:13 - atualizado 05/09/2023 13:46
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Oficiais da PMC estão ao redor de uma mesa com microfones
PCMG descobriu um esquema de aliciamento de menores durante investigação de morte de adolescente em Betim, na Grande BH (foto: Leandro Couri/EM/D.A. Press)

A morte de uma adolescente de 17 anos, em junho deste ano, trouxe à tona um esquema de aliciamento de menores para prostituição em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A jovem foi morta acidentalmente pela cafetina, de 21 anos, durante um encontro marcado por aplicativo de relacionamento.

A adolescente levou um tiro dentro da residência de um homem, de 43 anos, no bairro Campos Elísio. Na época, a mulher alegou ser amiga da adolescente, e que as duas conheceram o homem pela internet. Elas teriam ido até a casa dele para conversar e tomar cerveja. "O que chamou atenção é que só estavam a vítima e a suposta amiga no local. O homem fugiu, levando a arma. Mas, antes aciona o Samu", contou o delegado responsável pelas investigações, Roberto Veran, da Polícia Civil de Betim, em coletiva de imprensa realizada na manhã desta terça-feira (5/9).

No encontro, o homem, que é Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC), se apresentou como policial civil e mostrou uma arma para as mulheres. Antes de entregar, ele retirou o carregador, sem perceber que ainda havia uma bala dentro do revólver. "Sem saber manusear a arma de fogo, a mulher dispara a arma e acaba matando a colega", detalhou o delegado. O tiro atingiu um braço e o coração da vítima. A suspeita de atirar na adolescente foi presa em flagrante no mesmo dia. A filha dela, de 3 anos, também estava na casa no momento do crime.

Durante as investigações, a polícia descobriu que a adolescente era, na verdade, explorada sexualmente pela suposta amiga. "O pano de fundo para que a adolescente estivesse lá foi realizar o programa sexual. Ela se prostituía para se manter, para se alimentar, e a cafetina se aproveitava disso", declara o delegado. A adolescente era de Igarapé, município também na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e havia fugido de casa. A família não sabia da situação. "Era uma jovem em situação de vulnerabilidade. Vinha de uma família muito simples", disse Veran.

Além da adolescente, a polícia descobriu uma rede de aliciamento de menores para a prostituição e três casos, envolvendo outras vítimas da agenciadora, estão em investigação. Os encontros eram marcados pela mulher por meio de um aplicativo de relacionamento. Ela enviava fotos das meninas nuas e acompanhava a ida delas no local do programa, que custava R$100. "Ela oferecia outras garotas também. A arte dela é oferecer menores. Tinha uma espécie de catálogo sexual", revela o delegado.


Os dois investigados, cliente e agenciadora, continuam em liberdade. A mulher foi indiciada pela Polícia Civil por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, e pelo crime hediondo de exploração sexual de criança ou adolescente, cuja pena pode chegar até 10 anos de prisão. A polícia pediu a prisão preventiva da suspeita e aguarda decisão da justiça.

O cliente incide na mesma pena por exploração sexual de menores. No entanto, não há agravante para solicitar a prisão preventiva dele, que deve aguardar o julgamento em liberdade. "Ele colaborou com as investigações. A arma era legalizada. Por ser um fato isolado na vida dele, não é cabível a preventiva. Mas, ele foi indiciado, e segue o trâmite normal do processo penal brasileiro, que é a prisão depois de julgado", conclui o delegado.


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