
As imagens foram publicadas na última sexta-feira (18/8), três dias após as agressões, e foram retiradas do circuito interno de segurança da residência. Nelas, é possível ver a mulher atacando o garoto.
“Minha mãe nesse dia quase me matou. Ela me jogou no chão, bati minha cabeça. Ela arrombou o portão da minha vó só pra tentar me matar. Meu tio e minha vó, se quiserem me ajudar, me mandem para outras pessoas”, escreveu a criança na postagem com o vídeo, que foi excluída pelo menino.
A vítima vivia na casa da avó com um tio, que ajudava a cuidar da criança. No último dia 15, a mulher, diagnosticada com transtorno de bipolaridade, foi até o imóvel, arrombou o portão e o agrediu. O tio entrou na briga para defender a criança. Ele acabou sendo detido por causa das agressões, e a mulher precisou ser internada no Hospital Odilon Behrens. Essa foi a última vez que a suspeita foi vista.
A avó da criança, Eliane Mary Gonçalves, de 59 anos, conta que a criança estava cansada de ser agredida e, por isso, optou por denunciar nas redes sociais. “Ele andava muito nervoso com tudo isso. Fomos em vários órgãos, Polícia, Conselho Tutelar e outros e nenhum resolvia. Aí ele optou por postar os vídeos na internet, para ver se conseguia alguma ajuda”, explicou.
As agressões eram recorrentes e também foram feitas contra o ex-marido da mulher que, por não suportar a situação, fugiu sem a criança. Segundo a avó, a mulher chegou a dar uma facada no homem. Eles tiveram uma relação de dez anos.
Devido ao trauma, a avó diz que o menino não quer mais frequentar a escola. Sucessivas agressões levaram ele a mudar de comportamento e até sofrer bullying dentro do colégio. “Ele estuda aqui perto, mas não quer ir. Ele não tem ido à escola porque tem medo, estão fazendo bullying com ele lá. Ele perdeu a vontade de ir”, contou. A criança está fazendo um acompanhamento psicológico em um posto de saúde da capital.
Investigação
Em nota, a Polícia Civil informou que o caso está sendo investigado pela Divisão Especializada em Orientação e Proteção à Criança e ao Adolescente (Dopcad). O trâmite judicial está sob sigilo por envolver um adolescente.
A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio do conselho tutelar, disse que acompanha o caso e que vem atuando de forma a tomar as medidas necessárias para assegurar a segurança da criança.
“No cumprimento de suas competências legais, o Conselho Tutelar Noroeste elaborou e encaminhou uma série de relatórios detalhados à Vara da Infância e do Adolescente, relatando todos os desdobramentos do caso, além de acionar os demais órgãos da rede de proteção. Também foi ofertada a possibilidade de captação de uma vaga para a criança em uma unidade de acolhimento institucional. No entanto, a avó da criança, que detém a guarda legal, optou por não aceitar a realização do acolhimento institucional oferecido, pois se colocou à disposição de cuidar do neto de forma integral e garantir o seu bem-estar”, diz a nota
