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Estado de Minas SEMANA SANTA

Semana Santa começa com expressão de fé nas ruas e igrejas de Minas

Com missas e procissões, católicos iniciam nesta quinta (6/4) a celebração do tríduo pascal, para rememorar a vida, morte, paixão e ressurreição de Cristo


06/04/2023 07:30 - atualizado 06/04/2023 07:37

Voluntários ornamentam a imagem de Nossa Senhora das Dores no Santuário Arquidiocesano Santa Luzia. Andor é preparado para a Procissão do Encontro, com as imagens de Maria e do Senhor dos Passos
Voluntários ornamentam a imagem de Nossa Senhora das Dores no Santuário Arquidiocesano Santa Luzia. Andor é preparado para a Procissão do Encontro, com as imagens de Maria e do Senhor dos Passos (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)

Minas Gerais mergulha profundamente nas celebrações da Semana Santa, que, a partir desta sexta-feira (7/4), tem como destaque o tríduo pascal, lembrando vida, morte, paixão e ressurreição de Cristo. Nas igrejas e capelas da capital e do interior, especialmente nas cidades de passado colonial, sacerdotes e equipes de voluntários preparam os andores para as procissões.

Nesta quarta (5/4), no Santuário Arquidiocesano Santa Luzia, em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a Procissão do Encontro, com os cortejos Nossa Senhora das Dores e de Nosso Senhor dos Passos, levou centenas de moradores e visitantes ao Centro Histórico. À frente da programação, está o reitor e pároco do santuário, padre Felipe Lemos de Queirós.

“Eu me sinto muito honrada em ajudar, com a equipe da Igreja e de voluntários, no andor de Nossa Senhora das Dores, pois, desde criança, vinha à Matriz de Santa Luzia com minha tia, Luzia Fonseca, falecida aos 104 anos. Eram tia Luzia e dona Lúcia Dolabella as encarregadas da ornamentação, e ela pediu que eu mantivesse a tradição que passa de geração a geração”, contou a moradora Goretti Gabrich, também responsável pelas figuras bíblicas que saem nas procissões.

Responsável pela decoração dos andores, Wellington Rodrigo Moreira Corrêa, zelador do santuário de Santa Luzia, também se sente honrado. “Aprendi essa arte na infância, com os mais velhos, e fico feliz por manter a tradição de nossa cidade. Minha melhor forma de agradecer e retribuir a Deus, pelo dom que Ele me deu, é decorando os andores da Semana Santa, a Semana Maior da Igreja.”

Missas e rituais


Nesta quinta, às 9h, será realizada na Catedral Cristo Rei, em construção no Bairro Juliana, na Região Norte da capital, a tradicional Missa da Unidade, a partir das 9h. Para a celebração, são esperados os padres da Arquidiocese de Belo Horizonte que vão renovar seus votos de serviço à Igreja, e dois fiéis de cada comunidade de fé. De acordo com a Arquidiocese de BH, durante a Missa da Unidade o arcebispo abençoa os óleos que depois serão partilhados com todas as paróquias (no território da arquidiocese) para as celebrações dos sacramentos: batismo, crisma e unção dos Enfermos.

Também nesta quinta, às 19h30, na Catedral Cristo Rei, haverá a missa com o rito de Lava-pés, presidida por dom Walmor. Nesta noite, a Igreja rememora a última ceia de Jesus, quando Ele lava o pé de seus discípulos, indicando o caminho do serviço e da humildade. Na última ceia, ao partilhar o pão e o vinho, Jesus também institui o sacramento da Eucaristia, a sua presença no pão e vinho consagrados.

A quinta-feira da Semana Santa, dia da instituição da eucaristia, marca dois momentos: só se pode celebrar a Missa da Unidade e não outras. “Relembra, também, a última ceia de Jesus com os 12 apóstolos. Num gesto de humildade, o Messias lavou os pés dos discípulos. Neste dia, começa o tríduo pascal, que vai até o domingo”, diz o pároco e reitor do Santuário Arquidiocesano da Santíssima Eucaristia (Igreja Boa Viagem), padre Marcelo Carlos da Silva.

Já na tricentenária Sabará (RMBH), revive nesta quinta, no início do tríduo pascal, um momento muito emocionante da Paixão de Cristo. Com início às 15h, na Igreja São Francisco, no Centro Histórico, começa a cerimônia do Santo Sepulcro. O ritual remonta ao século 18 e é considerado único no país, pois retrata a morte de Jesus na quinta-feira – na véspera, portanto, da sexta-feira da Paixão, quando os católicos relembram a crucificação e acompanham a Procissão do Enterro.


A Paixão


Na Sexta-feira da Paixão ou Sexta-feira Santa, não há missas nem toque de sino, apenas o som das matracas rompendo o silêncio. Neste dia, há o Sermão das Sete Palavras, a cerimônia do Descendimento da Cruz, com a retirada de Jesus da cruz, e a Procissão do Enterro. Moradores de Belo Horizonte poderão assistir às 18h, na Praça da Liberdade, na Região Centro-Sul, a via-sacra encenada pela juventude redentorista. Para logo após, está prevista procissão até o Santuário Arquidiocesano da Santíssima Eucaristia (Igreja Boa Viagem), com a imagem de Nosso Senhor Morto.


Programação

Quinta-feira (6/4)

Em Belo Horizonte

» Às 9h – Missa da Unidade, na Catedral Cristo Rei

» Às 19h30 – Solene celebração eucarística da instituição da eucaristia e do sacerdócio e rito do lava-pés, na Catedral Cristo Rei.
 
» Às 15h, em Sabará, na Grande BH – Abertura do Santo Sepulcro, na Igreja de São Francisco.

Sexta-feira (7/4)

» Às 4h da madrugada, em Sabará, na Grande BH, tem a caminhada da Igreja São Francisco até a Capela do Bom Jesus, no Morro da Cruz.

» Às 7h, na Serra da Piedade, em Caeté, na Grande BH – Via sacra no Santuário Basílica Nossa Senhora da Piedade.

» Às 18h, na Praça da Liberdade, em BH, tem a Via-sacra encenada pela juventude redentorista. Em seguida, procissão até a igreja da Boa Viagem, com a imagem de Nosso Senhor Morto.


Sábado (8/4)

» Às 19h30, em Santa Luzia, na Grande BH – Seresta e bênção do fogo novo, no adro da Igreja do Rosário. Em seguida, procissão no Centro Histórico.

» De sábado pra domingo, haverá, em Ouro Preto, na Região Central de Minas, confecção dos tapetes. Desta vez, grupos de serestas acompanham os moradores.

Domingo (9/4)

» Procissão da Ressurreição após a missa das 7h, na Matriz Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias, no Centro Histórico de Ouro Preto

Procura por peixes mantém tradição no Bairro Bonfim


Leandro Couri e Sílvia Pires

Às vésperas da Sexta-feira da Paixão, a procura por ingredientes para celebrar a Semana Santa movimenta lojas e supermercados de Belo Horizonte. Nesta quarta-feira (5/4), a Rua Bonfim, mais conhecida como rua do Peixe, na região Noroeste, amanheceu com filas, lojas cheias e carregadores trazendo suprimentos, enquanto o barulho da serra fita -lâmina que corta peixe e outras carnes- embalava a corrida dos consumidores para garantir a ceia de Páscoa.

Mesmo com a alta no movimento, as vendas, segundo comerciantes ouvidos pela reportagem do Estado de Minas, ainda estão aquém do esperado. “Se comparar com o início do mês, a venda está muito boa. Mas, ano passado, apesar de ainda terem restrições da pandemia, as vendas foram mais fortes do que esse ano”, avalia Sandro Josué, peixeiro há 21 anos. A expectativa é de melhores negócios nos próximos dois dias.

Peixeiro há 21 anos, Sandro Josué exibe o favorito dos clientes da Uai Peixes, na Semana Santa, o bacalhau. Mas há opções variadas
Peixeiro há 21 anos, Sandro Josué exibe o favorito dos clientes da Uai Peixes, na Semana Santa, o bacalhau. Mas há opções variadas (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

Um dos pratos mais típicos do domingo de Páscoa, o bacalhau, continua sendo líder de vendas, embora esteja com um preço mais alto neste ano. “Primeiramente, o mais procurado é o bacalhau, depois as pessoas procuram peixe para fazer frito, moqueca”, disse Josué. Mesmo com preços mais salgados, a população encontra alternativas para adaptar o cardápio. “Tem bastante peixe, para todos os gostos e para deixar a Semana Santa melhor”, declara Josué.

Variação de preços


Segundo a pesquisa Mercado Mineiro, o item registrou um aumento expressivo. O bacalhau tipo cod, por exemplo, foi de R$ 152,68 para R$ 171,57 (12,37%). O bacalhau tipo porto imperial, dos R$ 177,88 para R$ 196,43 (10,43%). E o bacalhau tipo saithe, dos R$ 78,83 para R$ 83,32 (5,7%). Apesar de o bacalhau ser a estrela do feriado, comerciantes relatam um aumento da procura de outros tipos de peixes, dos mais baratos, como surubim e tilápia, até os mais caros, como o salmão. Entre os peixes frescos, a pesquisa do Mercado Mineiro aponta o maior aumento entre a sardinha (11,07%, dos R$ 17,92 para R$ 19,90), do dourado (9,84%, dos R$ 40,90 para R$ 44,93) e do tambaqui (9,7%, dos R$ 25,34 para R$ 27,80).

Peixeira há 45 anos, Marisa das Dores Araújo Leal diz que, embora não comercializem bacalhau, o estabelecimento está sempre lotado nesta época do ano. Segundo ela, o surubim dourado é o primeiro a esgotar, seguido pelo gurijuba. “É amanhã que o bicho pega”, confessa. Na peixaria Lambari, onde Marisa trabalha, a fila constante e o barulho da serra fita -máquina que corta o peixe- não cessa um minuto.

Para não pesar no bolso, os consumidores também devem ficar atentos às variações de preço entre os estabelecimentos. “A recomendação é comprar somente o necessário, escolher o pescado de acordo com o preço e o prato que vai ser feito, para que o consumidor possa economizar”, comentou Feliciano Abreu, economista e coordenador do Mercado Mineiro e aplicativo ComOferta.


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