Sete mortes em apenas um mês - de 16 de dezembro, do ano passado, a 17 de janeiro deste ano -, num mesmo local, a Vila da Paz, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foram suficientes para acender o sinal de alerta da Polícia Militar. Os crimes são atribuídos a uma guerra do tráfico de drogas, que envolve duas quadrilhas.
E em função do grande número de mortos, foi desencadeada uma operação, na manhã desta quinta-feira (2/2), pela Polícia Militar. A Vila da Paz amanheceu ocupada.
A situação ganhou grandes proporções, a ponto de preocupar o governo do estado, que designou o vice-governador, Mateus Simões, para uma reunião com as forças de segurança, em que a pauta era sobre a quantidade de mortes na Vila da Paz.
Para os moradores, uma manhã especial, pois pela primeira vez, em muitos anos, eles acordaram sentindo a sensação de segurança e também, segundo um morador, que por medo pediu para não ser identificado, “não estamos vendo os soldados do tráfico circulando e nem os vendedores de drogas. Ou seja, uma manhã sem medo pra gente que mora aqui”.
O calendário da morte
16 de dezembro - o traficante Juninho da 10, que era gerente no tráfico da Vila da Paz, foi executado por dois homens armados dentro de um bar na Vila.
20 de dezembro - Assassinato na Vila Joana D'Arc, no Barreiro, em BH. A vítima foi Bruno César Bruguer, de 39 anos, morto dentro de seu bar, na avenida Tereza Cristina. Segundo informações, ele seria ligado a um traficante conhecido por Rael.
Réveillon - Dois mortos na região da Sapolândia, um encontrado na linha de trem e outro no Joana D'Arc.
4 de janeiro - Dois homicídios na Vila da Paz. Em ambos os casos, as vítimas eram relacionadas com o tráfico de drogas.
17 de janeiro - Um usuário de drogas estava indo comprar entorpecentes quando foi atingido por disparos dados por traficantes rivais.