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Estado de Minas CASO LORENZA

Pai de Lorenza diz que recebeu carta psicografada da filha pedindo perdão

Marco Aurélio conta que na mensagem a filha pede perdão a ele e diz que perdoou o marido, mas entende que a justiça terrena precisa ser feita


10/08/2022 16:53 - atualizado 10/08/2022 17:21

Podcast 'Pod ou não pode?'
O pai de Lorenza, Marco Aurélio Silva, participou do podcast 'Pod ou não pode?', nesta quarta-feira (foto: Ramon Lisboa/EM/DA)
O pai de Lorenza Maria de Pinho, Marco Aurélio Silva, disse que recebeu uma carta psicografada da filha, morta em abril de 2021. Na mensagem, Lorenza pede perdão ao pai, para que ele proteja os filhos dela e diz que perdoou o marido, o promotor André Luís Garcia de Pinho, acusado pela morte dela. 

 

 

A revelação de Marco Aurélio foi feita durante participação no podcast 'Pod ou não pode?', nesta quarta-feira (10/8).

“Sou uma pessoa agnóstica, não tenho uma religião definida. Mas, recebi uma mensagem de uma pessoa de São José dos Campos. Era uma médium kardecista que disse que tinha uma mensagem da minha filha pra mim.”

Marco Aurélio conta que a mensagem era longa e que não ia entrar em detalhes para não se emocionar. “Ela pede perdão a mim, por não ter escutado meus conselhos. Eu reclamava muito dele (do promotor). E pede que eu proteja os filhos dela, principalmente os três mais novos.”

Segundo o pai, Lorenza diz na mensagem que perdoou o marido. “Mas entende que a justiça terrena tem que ser efetivada.” 
 
 
Marco Aurélio afirma que acredita na veracidade da mensagem que o deixou muito emocionado. “A maneira de falar, era a maneira que ela falava comigo.”

O pai de Lorenza afirmou também que tem convicção de que o promotor André de Pinho foi o responsável pela morte da filha

Julgamento do caso

O julgamento de André de Pinho começou na segunda-feira (8/8), mas foi suspenso ontem a pedido do desembargador Wanderley Paiva, que comanda o julgamento no auditório do Tribunal Pleno, no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). 

No primeiro dia de julgamento foram ouvidas sete pessoas, entre testemunhas e informantes. Marco Aurélio Silva foi o primeiro a ser ouvido, como informante. Em conversa com a reportagem, ele revelou estar confiante na condenação. 
 
“Estou aguardando que a justiça seja feita e ele cumpra a pena máxima na cadeia, que é o local onde todo ‘feminicida’ merece estar”, desabafou.  

Já no segundo dia, foram ouvidas seis testemunhas de defesa. Entre elas, os dois filhos mais velhos do casal: André Pinho, de 18 anos, e Mariana Pinho, de 17. 

Em seu depoimento, o jovem rejeitou a tese da acusação de que a mãe foi vítima de feminicídio. Ele sustentou os argumentos da defesa do pai, de que a vítima não foi assassinada, pois teria morrido em decorrência de pneumonite (inflamação nos pulmões) provocada por vômito, além de autointoxicação por exposição intencional a drogas.

O filho alegou ainda que a relação da mãe com os demais membros da família era conturbada. 

“Eu amava a minha mãe, só que ela tinha problemas psicológicos e isso refletia muito na nossa relação com ela. Ao contrário do que meu avô fala, na relação de casal era minha mãe que mandava no meu pai. Ela falava, e ele obedecia”, afirmou.

Pedido de perícia

Segundo o TJMG, ao todo foram ouvidas 13 pessoas em dois dias. Na terça-feira (9/8), a audiência foi suspensa e só será retomada após apresentação, pela perícia, de novas informações solicitadas para esclarecimentos dos fatos. 

“As perguntas, a serem respondidas por escrito por peritos que elaboraram o laudo de necropsia da vítima, vão ajudar a esclarecer detalhes e questões suplementares. As informações serão analisadas pelos defensores do réu, pela acusação e pelo relator do processo, desembargador Wanderley Paiva. Se houver necessidade, outras pessoas ainda deverão ser ouvidas”, explicou o TJMG. 

O crime

Lorenza Maria foi morta no dia 2 de abril de 2021, no apartamento onde morava com o então promotor André Luís Garcia de Pinho no bairro Buritis, na Região Oeste de Belo Horizonte. O casal teve cinco filhos.

André Luís foi denunciado por feminicídio qualificado por motivo torpe, asfixia e recurso que dificultou a defesa da vítima. O laudo do IML aponta que Lorenza foi envenenada. O corpo dela apresentava ainda lesões provocadas por estrangulamento.
 
(Com informações de Bruno Luis Barros)


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