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Estado de Minas Mobilidade urbana

Mobilidade a pé em centro histórico de Ouro Preto vira pesquisa na UFOP

A pesquisa quer saber dos turistas e moradores quais as condições de deslocamento a pé pelas ruas do centro histórico são oferecidas aos pedestres


12/05/2022 19:38 - atualizado 12/05/2022 21:11
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Imagem de rua de Ouro Preto
Ruas como a São José fazem parte do trajeto de turistas e moradores que circulam pelo centro histórico (foto: Reprodução/Google Street View)
 
 
O centro histórico de Ouro Preto é famoso por sua arquitetura colonial convidativa para um passeio a pé pelas ladeiras. Um trecho bastante conhecido por moradores e turistas é o que fica entre a Basílica de Nossa Senhora do Pilar até a praça Tiradentes - 750 metros de distância de escadarias e ladeiras - que pode apresentar desafios para o pedestre.
 
Interessado em saber quais as condições de deslocamentos a cidade oferece, o Departamento de Engenharia Urbana da Universidade Federal de Ouro Preto, (UFOP) disponibilizou um formulário online, fruto de um projeto de iniciação científica que faz a pergunta: “A cidade é convidativa para o caminhar?”
 
A Professora na área de Planejamento e Organização do Sistema de Transporte, do Departamento de Engenharia Urbana da UFOP, Bárbara Matos, conta que a pesquisa quer ouvir do caminhante acima de 18 anos que tenha andado pelas ruas da cidade histórica nos últimos três anos o que ele considera importante para a mobilidade urbana a pé.
 
“Quando pensamos em mobilidade urbana ou quando se vê alguma ação sendo aplicada nessa área, usualmente está relacionada ao transporte motorizado, como automóveis e ônibus. No entanto, a pesquisa busca trazer o foco para o pedestre e, com isso, promover discussões sobre o caminhar em áreas de importante interesse histórico-cultural”.
 
A pesquisadora percebe que cada vez mais é possível notar que os modos ativos, como a pé, tem ganhado espaço nos debates sobre mobilidade urbana. Por isso, a pesquisa visa contribuir em colher dados de opinião pública entre pessoas que circulam ou já circularam na região e, a partir dos resultados, identificar os pontos de alerta e propor melhorias para os pedestres.
 
Os impactos da topografia, locais de descanso como bancos, iluminação das ruas, arborização nos trechos, piso tátil para pessoas com deficiência e estruturas cicloviárias são alguns dos temas abordados no questionário.
 
O objetivo é colher 380 entrevistas e para o grupo da pesquisa que também é coordenado pela professora de Métodos Estocásticas em Engenharia, Bárbara Reis, é fundamental saber a opinião dos idosos que hoje compreende a 11% dos ouro-pretanos segundo dados do último censo do IBGE.
 
“Consideramos imprescindível obter a opinião dessa parcela da população para identificar os desafios nos deslocamentos a pé, por isso, há a previsão de complementarmos a amostra com pesquisas presenciais após a aplicação do questionário virtual, destaca Bárbara Reis”.
 
Resultados
 
Bárbara Matos conta que faz parte do Conselho Municipal de Transporte e Trânsito de Ouro Preto (CMTT) como representante suplente da UFOP e após os resultados da pesquisa, o grupo pretende divulgar os dados no meio acadêmico, entregar à prefeitura as impressões colhidas pela população e propor melhorias para os pedestres.
 
“A equipe do projeto buscará diálogo com a prefeitura de Ouro Preto para apresentar os resultados do projeto de forma a contribuir com o planejamento e gestão da mobilidade a pé na região”.
 
Desafios 
 
Parte da construção da antiga Vila Rica, as rochas e minerais podem ser apreciadas ao caminhar pelas calçadas da cidade. Uma delas é a quartzito, rocha usada nas primeiras construções de muros, pisos e calçadas que compõem o conjunto arquitetônico tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
 
Para Bárbara Matos, devido à importância de garantir a preservação do patrimônio histórico algumas intervenções nas calçadas podem ser limitadas por descaracterizarem o ambiente construído.
 
É importante lembrar que na Vila Rica do século 18, as ruas eram frequentadas em sua maioria por pedestres e com o passar do tempo foram modificadas para atender o fluxo de veículos. A professora sugere que a cidade histórica no século 21 busque um uso mais equitativo do espaço urbano e que a preferência seja para pedestres e ciclistas.
 
“A Ouro Preto de hoje pode ter adaptações do espaço aos pedestres seguindo as normativas estabelecidas por órgãos competentes, como o IPHAN, e exemplos podem ser notados em outras áreas de tombamento histórico no Brasil, como Paraty (RJ) e Salvador (BA)”.


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