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Estado de Minas PROTESTO

Manifestação de policiais e bombeiros chega à Praça da Assembleia

Bombeiros, policiais civis, militares e penais cobram do governo Zema o reajuste de 41% prometido em 2019


21/02/2022 12:50 - atualizado 21/02/2022 14:12

manifestantes na Praça da Assembleia
Policiais e bombeiros chegam à Praça da Assembleia no início da tarde desta segunda-feira, 21/2) (foto: Matheus Muratori/EM/D.A Press)

O movimento de protesto pela recomposição inflacionária do salário dos servidores das polícias militar, civil, penal e bombeiros chegou à Praça da Assembleia depois de tomar as praças da Estação e Praça 7, em Belo Horizonte, na manhã desta segunda-feira (21/02).

Bombas estouraram durante a passeata até a Assembleia, no Bairro Santo Agostinho. Foguetes arrebentaram sobre uma multidão de manifestantes de camisas pretas com a identificação das corporações e instituições.

Ao som dos apitos, entoaram as exigências de recomposição inflacionária dos salários que lhes foi prometida em 2019 pelo estado. Até agora, só receberam uma parcela de 13% das três que totalizariam 41%. Manifestantes estimam o público em 30 mil servidores e familiares.

Os servidores ameaçam entrar em greve e repetiram diversas vezes: “Se o (governador Romeu) Zema não pagar, a polícia vai parar”. A greve das forças de seguranças é ilegal. 



O clima é tenso, pois diversos servidores portam armas de fogo de forma ostensiva (visíveis nas suas cinturas) e também velada. A reportagem identificou pelo menos oito manifestantes com armas à mostra e mais de uma dezena aparentando ter armas sob as camisas. 

Ver galeria . 22 Fotos Policiais militares, civis, penais e bombeiros saíram em passeata da Praça da Estação à Praça da Assembleia. Eles exigem reajuste salarial do governo de MinasGladyston Rodrigues/EM/DA Press
Policiais militares, civis, penais e bombeiros saíram em passeata da Praça da Estação à Praça da Assembleia. Eles exigem reajuste salarial do governo de Minas (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press )


Uma das lideranças do movimento, o deputado estadual Sargento Rodrigues (PTB) reforça que os servidores chegaram ao limite.

“Nesses últimos dias, nós parlamentares e as entidades de classe temos tentado de todas as formas sensibilizar o governo, mas a paciência acabou. Sempre a mesma ladainha. Mesma chorumela. Dizem que precisam aderir ao regime de recuperação fiscal para poder dar a recomposição. Acabou paciência. Chega. Ou dão o reajuste prometido ou a segurança pública vai dar uma resposta à altura. Se não negociar, a polícia vai parar”, afirma o parlamentar.

O governo admite que a recomposição é necessária para todo o funcionalismo e condiciona o pagamento ao plano de recuperação fiscal com a União.

Em nota, o estado diz que "sabe da necessidade da recomposição salarial do funcionalismo público e tem feito todo o esforço para que a correção da inflação seja possível para todos os servidores estaduais. A atual gestão reconhece a importância dos profissionais das Forças da Segurança para o Estado. Por isso, eles receberam reajuste de 13% em 2020. Além disso, foram os primeiros profissionais a receberem o salário em dia. Continuamos em amplo processo de negociação com os representantes dessas categorias na busca de uma nova recomposição, porque sabemos que ela é necessária".

Ver galeria . 29 Fotos Policiais e bombeiros se reuniram na manhã desta segunda-feira (21/2) no Centro de BH em uma manifestação contra o governo Zema, que ainda não cumpriu promessa de conceder 41% de reajuste salarialEdésio Ferreira/EM/DA Press
Policiais e bombeiros se reuniram na manhã desta segunda-feira (21/2) no Centro de BH em uma manifestação contra o governo Zema, que ainda não cumpriu promessa de conceder 41% de reajuste salarial (foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press )


E completa: "A renegociação da dívida bilionária com a União, por meio do plano de recuperação fiscal, permitirá uma nova recomposição dos salários dos profissionais de segurança. Continuamos em busca de outras alternativas para fazer a reposição das perdas inflacionárias".

Protesto começou cedo

O movimento se iniciou aos poucos, com a chegada junto ao raiar do dia dos ônibus que vinham do interior, desembarcando manifestantes na Praça da Estação e se dirigindo ao estacionamento reservado na Câmara Municipal de Belo Horizonte, no Bairro de Santa Efigênia, Região Leste de BH.

Cerca de 30 minutos depois do início oficial do movimento, programado para às 9h, mais da metade da praça já estava tomada, reunindo, de acordo com organizadores, cerca de 8 mil servidores e suas famílias. As bombas eram o único ruído a interromper o apitaço e os cantos de protesto.

De todas as passagens, das vielas internas da Praça Rui Barbosa, das passarelas de pedestres e até do metrô chegavam cada vez mais policiais e bombeiros usando camisas pretas e exigindo a recomposição salarial.

Caixões com o nome do governador Romeu Zema e do secretário-geral de Governo, Mateus Simões, foram empilhados, engrossando a insatisfação. Do alto dos carros de som, das árvores e no chão, faixas trazem exigências e críticas pesadas ao governo estadual. 

“Policia Militar, Polícia Civil, Polícia Penal, Bombeiro Militar e sistema sócio educativo. Zema, chega de mentiras! Respeito à segurança pública! Recomposição já!”, diz uma delas.

Por volta das 11h, a marcha para a Assembleia se iniciou. Manifestantes se enfileiraram atrás dos carros de som e se movimentam da Praça da Estação para a viela que corta a praça Rui Barbosa em sua caminhada inicial para a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

A primeira parada foi na Praça 7, às 11h30, onde tomaram todos os espaços e cobraram a recomposição salarial, atiraram bombas e dispararam foguetes. Receberam apoio dos comerciantes e do público que circula pelo Centro.

Motoboys empurravam suas motos dentro dos quarteirões fechados da praça para poder seguir. Carros precisaram ser desviados por militares do Batalhão de Trânsito.

De lá, os manifestantes tomaram a Avenida Amazonas, por onde seguiram interrompendo completamente a pista no sentido Barro Preto e bloqueando os cruzamentos por onde passavam. Lojas continuaram abertas, restaurantes mantiveram mesas postas, mas só funcionários ficaram dentro dos estabelecimentos, observando tudo, uma vez que os caminhos dos clientes foram interrompidos.

Por volta das 12h30, os manifestantes ocuparam a Praça da Assembleia, de onde o protesto deve se dispersar.


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