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Estado de Minas PANDEMIA

Na contramão do plano nacional, Betim vacina alunos de 12 a 14 anos

Estudantes chegaram cedo para receber a vacina contra a COVID-19. Prefeitura optou por alterar Plano Nacional de Imunização (PNI)


16/06/2021 09:11 - atualizado 16/06/2021 11:16


Pais e alunos chegaram cedo para esperar o início da vacinação contra a COVID-19 no Bairro Marimbá(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Pais e alunos chegaram cedo para esperar o início da vacinação contra a COVID-19 no Bairro Marimbá (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
 
Marilene Pereira, de 33 anos, saiu do Bairro Citrolândia, em Betim, onde mora na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), ainda com o dia escuro, para a fila em frente à Escola Municipal Jorge Afonso Defensor, para levar a filha, Isabela Pereira, de 12 anos, para vacinar contra a COVID-19. Betim começa a partir desta quarta-feira (16/6) a imunizar estudantes de 12 a 14 anos.
 
Ela foi a primeira da fila, chegou quase duas horas antes do inicio das aplicações do imunizante. A ansiedade se misturava à alegria de ver a filha protegida contra a doença. “Ela se vacinou antes de mim, tenho 33 anos e estou na espera. Isso é muito bom para que os alunos possam voltar às aulas mais seguros. É a primeira lá de casa a se vacinar”, disse a mãe.
 
O início da vacinação de estudantes da rede municipal de ensino, em Betim, só foi possível devido a chegada do imunizante da Pfizer que tem autorização para ser aplicado em crianças acima de 12 anos.  
 
A decisão da Prefeitura de Betim de incluir os adolescentes no atual momento nos grupos prioritários, contraria o Plano Nacional de Imunização (PNI). O Ministério da Saúde disse que a ampliação para esta faixa etária ainda está "em discussão". E reforçou que, neste momento, a prioridade é vacinar todos os grupos prioritários estipulados pelo Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a COVID-19 e imunizar toda a população acima de 18 anos.
 
A pasta também reforçou que "a orientação é para que estados e municípios sigam o que é recomendado pelo Ministério da Saúde", embora os gestores locais tenham autonomia.
 
Há quem gostaria que a faixa etária para os estudantes fosse ainda mais ampliada. Lucimar Aparecida, de 36 levou a filha Karine Aparecida, de 14, para tomar a vacina. “É uma sensação muito boa pra gente que é mãe, ficamos felizes em ver o filho imunizado. Eu tenho outra filha de 16 anos, estudante também, que não está no grupo chamado, mas espero mais pra frente que ela também seja contemplada”. 
 
Nesta primeira etapa a imunização em Betim será com os alunos da rede municipal de ensino dos 7º, 8º e 9º ano do ensino fundamental. A expectativa é imunizar aproximadamente 19 mil alunos, sendo que 13.519 estudantes são da rede municipal.

Ao longo da semana, a prefeitura abrirá o cadastro para que as instituições estaduais e privadas façam o cadastro de seus alunos.
 
Nesta quarta-feira (16/6), a imunização dos alunos acontecerá nas escolas municipais localizadas nas regionais Icaivera, Citrolândia, Vianópolis e Petrovale.

Na quinta-feira (17/6), serão vacinados os alunos nas escolas localizadas nas regionais PTB e Teresópolis. E na sexta-feira, (18/6) será a vez dos alunos da rede municipal cujas instituições de ensino estão na região Norte de Betim.
 
Betim é a primeira cidade a imunizar estudantes contra COVID
 
Betim é a primeira cidade do país a imunizar estudantes. O ato ousado, já que a prefeitura teve que alterar o PNI, do governo federal, reflete o objetivo da prefeitura de programar o retorno presencial das aulas na rede pública de forma segura para docentes e estudantes. O retorno está previsto para agosto, quando grande parte dos profissionais da Educação já estarão imunizados com a segunda dose.
 
“Essa semana vacinamos todos os professores que lecionam no nosso município em todos os níveis e estamos começando hoje a vacinação dos trabalhadores do transporte escolar e dos estudantes do 7º a 9º ano. A partir de agora, estamos dando um passo para concretizar a imunização de toda a comunidade escolar”, disse o secretário municipal de Saúde, Augusto Viana.
 
Segundo ele, a alteração do PNI só foi possível porque os demais grupos prioritários já foram atendidos. “A partir da orientação da nota técnica 717 que aponta que concomitantemente a estes grupos serão imunizados grupos não pertencentes ao Plano Nacional de Imunização (PNI) que é o caso da faixa etária geral abaixo de 59 anos. Nós também estamos iniciando esta semana a vacinação deste grupo. Nós tivemos uma discussão no sentido de dar segurança a voltas às aulas com tranquilidade para os pais e todos os profissionais que lecionam nas escolas e os que transportam os estudantes”.
 
Neste primeiro momento apenas estudantes da rede municipal de ensino estão sendo vacinados. Na rede estadual e privada a imunização dos alunos ocorrerá em uma segunda etapa, assim que chegarem mais vacinas da Pfizer no município, prevista para semana que vem. 
 
O secretário ressaltou, ainda, sobre o questionamento que Betim vinha fazendo em relação ao déficit de vacinas recebidas pelo estado. “Havia um desequilíbrio de doses sendo distribuídas de forma não equitativa para todos os municípios. Ontem, a secretaria estadual de saúde (SES-MG) reconheceu e a partir daí está atendendo um critério populacional. Esperamos ter um aumento significativo de remessas de imunizantes para Betim”, pontuou Viana.
 
Em coletiva na manhã de terça-feira (15/6), o secretário estadual de Saúde (SES-MG), Fábio Baccheretti, disse que por enquanto o Estado não prevê contemplar a faixa etária abaixo de 18 anos, como fez Betim. “Foi uma decisão unilateral do município de Betim. Não podemos prever, ainda, a vacinação de adolescentes e crianças enquanto o Ministério da Saúde não prever dentro do calendário deles”, confirmou Baccheretti.
 
“Tem algumas decisões que o município toma de vacinar grupos a frente que outros, isso dá essa forma heterogênea de vacinação, mas o que a gente traz aqui é o dado diante do que é previsto à população do Estado. A expectativa do Estado é esta, mas certamente haverá variação conforme cada município”, concluiu Baccheretti. 
 




 
 


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