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Estado de Minas COVID-19

Novas cepas do coronavírus agravam pandemia em Minas

Circulação de novas variantes do vírus já foi identificada em Uberlândia, Montes Claros, BH e em Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha


09/04/2021 18:41 - atualizado 09/04/2021 19:56

Hospital São Vicente de Paulo, em Araçuaí. Nova cepa do coronavirus chegou à cidade(foto: Gazeta de Araçuaí)
Hospital São Vicente de Paulo, em Araçuaí. Nova cepa do coronavirus chegou à cidade (foto: Gazeta de Araçuaí)

A identificação da presença de novas variantes do coronavírus em diferentes regiões de Minas acende o alerta para a manutenção dos reforços das medidas preventivas contra a transmissão da doença no estado. Nesta sexta-feira (9/4), a Secretaria Municipal de Saúde de Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, anunciou  que foi identificada no município a presença da variante P2 do coronsvírus.
 
A Prefeitura de Araçuaí fez um alerta aos moradores para reforçar as medidas de proteção e de distanciamento, tendo em vista que variante apresenta uma maior taxa de transmissão do vírus. Mas, as cepas da COVID-19 já foram identificadas também em Uberlândia (Triângulo), Montes Claros (Norte de Minas) e na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

O primeiro município mineiro a  confirmar a presença das novas cepas da COVID-19 foi Uberlândia. No dia 5 de março, a prefeitura anunciou a confirmação da circulação de duas variantes do coronavírus no município: de Manaus (P1) e do Reino Unido (B117).
 
Conforme o prefeito de Uberlândia, Odelmo Leao (PP) e o secretário de Saúde do município, Gladstone Rodrigues da Cunha, as análises foram feitas pelo Laboratório de Virologia do Instituto de Ciências Biomédicas (ICBIM) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pelo Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (USP). De 38 amostras de secreção de nasofaringe (swab nasal) analisadas, 25 mostraram a variante P1 e uma apresentou a variante britânica.
 
Com a presença da variante P1, que tem maior taxa de transmissão e causa mais danos a saúde de pessoas jovens, o quadro da pandemia se agravou em Uberlândia, com a explosão do numero de casos da COVID-19. A consequência foi o colapso no sistema hospitalar. 
 
De acordo o boletim da Secretaria Municipal de Saúde de Uberlândia, o município já teve confirmados 83.414 casos de coronavírus e 1.853 mortes provocadas pela doença. Os hospitais da cidade contam 634 pacientes internados com COVID-19, sendo 357 em leitos clínicos e 277 em leitos de Unidade Terapia Intensiva (UTI). As vagas de UTI para pacientes de coronavirus seguem com 100% de ocupação.
 

Norte de Minas 

No dia 20 de março, a Prefeitura de Montes Claros pediu aos moradores para seguirem rigorosamente as medidas restritivas contra a doença respiratória. O motivo do apelo: a confirmação, na ocasião, de que foi identificada no município a presença da variante P1 do coronavírus.
 
A secretária de Saúde de Montes Claros, Dulce Pimenta, revelou que desde janeiro passado observou a mudança do perfil dos pacientes da COVID-19, o que levantou a suspeita da chegada à região das novas cepas do coronavirus já identificadas no Reino Unido, na África e no Brasil. 
 
“Desde janeiro notamos um número maior de pacientes na faixa de menos vulnerável, de 30 a 40 anos, sem comorbidades, apresentando agravamento da COVID-19 e muitos com a necessidade de internação hospitalar”, disse Dulce.  “Eram pacientes jovens que se agravam muito rápido”, acrescentou. 
 
Em fevereiro, segundo ela, o município encaminhou amostras para analise na Fundaçao Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte. Por sua vez, a Funed em caminhou o material para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro. No dia 19 de março, Fiocruz confirmou que uma das amostras de Montes Claros teve a confirmação para a cepa de Manaus do coronavirus.
 
A amostra que deu o resultado positivo para variante P1 é um homem, que teve o diagnóstico confirmado para a COVID-19 no dia 9 de mês passado. Ele se recuperou da doença.
 
Assim como Uberlândia, Montes Claros teve um agravamento da pandemia após a identificação da circulação da variante do coronavirus na região. 

No dia 2 de março, os hospitais da cidade entraram em colapso, anunciando que não tinham mais como internar pacientes da COVID-19 porque atingiram a ocupação máxima de leitos clínicos e de UTI destinados exclusivamente a pessoas contaminadas pelo vírus.
 
Na tentativa de frear a propagação do coronavirus e desafogar os hospitais, no dia 3 de março, o prefeito de Montes Claros, Humberto Souto (Cidadania) baixou um decreto, endurecendo as medidas de isolamento social, determinando o toque de recolher e a proibição da venda de bebidas alcoolidas, para impedir a realização das festas clandestinas.

Também foram abertos dois hospitais na cidade, que, no dia 7 de março, entrou na onda roxa, a fase mais restritiva do Plano Minas Consciente do governo do estado. As medidas restritivas tiveram efeito. 
 
Boletim do setor de epidemiologia da Prefeitura de Montes Claros divulgado na tarde desta sexta-feira aponta que a taxa de ocupação de leitos clínicos para a COVID-19 na cidade caiu para 73% enquanto a ocupação da vagas de UTI para pacientes com complicações da doença (que chegou a 130% em março) está em 94%. O município conta 239 pacientes da COVID-19 internados. 
 
Até agora, foram registrados em Montes Claros 28.852 casos de coronavirus e 646 mortes provocadas pela doença.
 

Nova cepa em BH 

 
Na ultima quarta-feira (7/4), pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do laboratório Hermes Pardini informaram que encontraram uma nova variante do coronavírus na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
 
Também foi divulgado que a nova cepa apresenta 18 mutações, mas ainda não é possível afirmar se ela é significativa ou não para aumentar o ritmo de transmissão do vírus. Não está claro se ela tem ou não maior resistência do ponto de vista da resposta imunológica, inclusive quanto aos efeitos das vacinas que estão sendo usadas no país. 

De acordo com o epidemiológico boletim da Prefeitura de Belo Horizonte desta sexta-feira (9/4), a capital tem taxas de ocupação hospitalar de 73,2% (leitos clínicos) e de 92,8% de leitos de UIT para pacientes do coronavirus. Já foram registrados em BH 154.9964 contaminações e 3.578 mortes provocadas pela COVID-19.
 

Variante no Vale do Jequitinhonha 

 
Nesta sexta-feira, a Secretaria de Saúde de Araçuaí informou que a variante P2, identificada no município tem maior taxa de transmissibilidade, o que motivou a pasta a fazer um apelo à população para reforçar as medidas de isolamento social.
 
“Como a variante tem maior taxa de transmissibilidade, mais gente fica doente em menos tempo. E isso pode gerar o colapso no sistema de saúde do município”, afirmou Israel Ornelas, servidor da Secretaria Municipal de Saúde de Araçuaí que está na linha de frente das ações contra a pandemia. 
 
O número de casos de coronavirus e de internações por causa da doença em Araçuaí (36 mil habitantes) ainda é relativamente pequeno. O problema é que o município conta com somente um hospital, o São Vicente de Paulo, que dispõe de apenas 23 leitos (13 clínicos e 10 de UTI) estruturados para o atendimento a pacientes da COVID-19, de um total de 82 conveniados ao SUS.
 
De acordo com o balanço da prefeitura, divulgado nesta sexta-feira, a cidade conta com seis pacientes internados com coronavirus. Até agora, o município teve 1.002 casos confirmados da doença, que provocou 18 mortes na cidade.


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