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Estado de Minas PANDEMIA

BH encara desafio de adotar medidas mais enérgicas e desafogar hospitais

Fechamento da Praça Sete é o marco simbólico de uma série de medidas mais firmes na capital, que vive a preocupação do risco de aglomeração na Semana Santa


28/03/2021 19:12 - atualizado 28/03/2021 20:40

Maioria das atividades está suspensa, mas cidade vive limite de restrições em meio à alta de casos(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Maioria das atividades está suspensa, mas cidade vive limite de restrições em meio à alta de casos (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

Belo Horizonte inicia mais uma semana com o árduo desafio de adotar medidas enérgicas para tentar controlar o avanço de uma pandemia que faz cada vez mais vítimas. A partir desta segunda-feira (29/3), a Praça Sete, considerada o coração da cidade, será fechada pela prefeitura para conter as aglomerações e reduzir a transmissão do novo coronavírus.
 
A ação faz parte de uma série de restrições cada vez mais rígidas adotadas pelo poder público num momento em que a capital chega ao limite de oferta de leitos e de protocolos de confinamento.

O cenário se torna ainda mais preocupante por causa da Semana Santa, a partir de quinta-feira. Com São Paulo e outras cidades antecipando feriados, há o temor de que BH receba pessoas de fora, mesmo com as atividades fechadas. 

Desde o fim de semana, a PBH já havia determinado o fechamento de atividades essenciais, como supermercados, padarias, açougues e mercados, justamente para manter a população em casa num dia em que normalmente muitos saem às ruas para lazer. 

Além disso, praças e pistas de corrida foram cercadas e a fiscalização sobre comércios que insistem em desrespeitar as normas aumentou. Há mais de uma semana, os belo-horizontinos adotaram também o toque de recolher das 20h às 5h, um dos itens previstos na onda roxa, do programa Minas Consciente, do governo de Minas.

Apesar disso, a capital chega a um estágio preocupante com relação aos rumos que a doença tomou. A ocupação das UTIs está em 107,5%, enquanto 88,5% das enfermarias estão com pacientes.
 
Além disso, a cidade mais que dobrou o número de casos de COVID-19 se comparado ao fim de dezembro do ano passado, atingindo mais de 138 mil contaminados, e registrou em seu último balanço 59 mortes em 24 horas, recorde desde o início das medidas de quarentena. 

Mais rigor


Criado em março do ano passado, o comitê de enfrentamento ao novo coronavírus vem estudando semanalmente novas ações para frear o avanço da doença na cidade. No entanto, os infectologistas que compõem o grupo afirmam que o poder público já tomou as medidas enérgicas possíveis e que seria difícil adotar novas soluções a partir de agora.

“Estamos em um cenário de guerra. Chegamos a um cenário em que já há justificativa para tudo. Quando o colapso chega, qualquer medida é justificável. A questão é colocar tudo na balança e ver o que é possível ser feito. Não adiantar querer e não poder. Quando você quer tomar medidas muito extremas, tem que colocar na balança se elas serão cumpridas. Muita pouca coisa pode ser reduzida”, avalia o infectologista Estevão Urbano, integrante do comitê. 

O médico entende que a fiscalização é a única opção para tentar reduzir o fluxo de pessoas nas ruas: “As pessoas têm dificuldade de internação. O cenário é estarrecedor. Mas boa parte do movimento que existe hoje em Belo Horizonte é de pessoas que trabalham nos serviços essenciais, um volume grande de pessoas que vão para os hospitais, clínicas, farmácias, padarias e supermercados. É difícil mexer nesse volume. Não se pode fazer muito a mais. Já temos bares, restaurantes, eventos, escolas e comércio fechados. Estamos pedindo para as pessoas do serviço fazer o home office. Não adianta fazer muita coisa, a não ser fiscalizar”. 

Exemplos no país

 
BH por enquanto descarta um lockdown, como ocorreu em Araraquara, no interior de São Paulo, no fim de fevereiro. A cidade ficou 10 dias com serviços completamente fechados (exceto o setor de saúde) e teve um respiro quanto à alta procura por internações.

Depois de Araraquara, municípios paulistas como São José do Rio Preto, Ribeirão Preto e Américo Brasiliense adotaram o mesmo protocolo até o fim deste mês e vão avaliar em breve os resultados. 

Outra inspiração para BH pode ser o Espírito Santo, que, além do fechamento do comércio, vai suspender o transporte público municipal e interestadual (com fechamento das rodoviárias) e o transporte ferroviário até o domingo da Páscoa.

Segundo o decreto, os próprios serviços essenciais deverão providenciar a locomoção de funcionários até o trabalho. 


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