A prefeita de Contagem, Marília Campos (PT), anunciou nesta tarde (08/01) que não vai fechar as atividades comerciais consideradas não essenciais, conforme determinou o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), nesta semana.
Apesar de a cidade viver um período crítico em relação às internações, com ocupação de 86% dos leitos de UTI próprios para COVID-19, e de 84% dos leitos de enfermaria, Marília afirmou que vai dialogar com cada setor para alinhar possíveis restrições no funcionamento. A prefeita ressaltou ainda que Contagem não possui hospitais privados e que os cidadãos contam apenas com a rede pública de saúde.
Marília convocou entidades de classes, proprietários de academias, salões de beleza, lideranças religiosas, sindicatos e associações para uma reunião virtual, que acontecerá amanhã, para discutir as próximas medidas, que devem ser anunciadas na próxima semana. No entanto, adiantou uma das restrições.
“Queremos conversar com o comércio e, de cara, temos uma proposta, que é a lei seca. Não é proibido vender [bebida alcoólica], mas é proibido consumir álcool no local. E é simplesmente por uma questão: você toma um copo de cerveja, você já tira a máscara, com dois copos de cerveja, você já abraça. Então, se tiver nos bares o consumo, certamente não teremos muito controle nas ações preventivas de combate à pandemia. Vai ser possível manter a atividade econômica, mas o que a gente quer discutir são as restrições, que serão próprias de cada setor”, afirmou.
Contagem atualmente tem 14.213 casos confirmados de COVID-19 e 540 mortes em decorrência da doença. O índice de transmissão na cidade é maior do que em Belo Horizonte. Atualmente, está em 1,19, o que indica que 100 pessoas contaminadas podem passar o vírus para outras 119.
Mesmo sem o risco iminente de fechar a maioria do comércio, Marília não descartou essa possibilidade em um futuro próximo. “Está afastado o risco de fechamento? Não. Estamos com uma situação grave em função das festas de final de ano. Certamente teremos a elevação da taxa de transmissão e, possivelmente, de óbito. Temos apenas oito leitos (UTI) disponíveis hoje. As medidas [restritivas] de hoje só terão repercussão daqui a 15 dias.”