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Estado de Minas COVID-19

Médico de Manhuaçu faz vídeo para falar de colapso pós-réveillon; veja

Com 100% de ocupação na UTI e na enfermaria, médico faz um apelo à população sobre isolamento social e afirma que a balbúrdia social piorou


04/01/2021 19:29 - atualizado 04/01/2021 21:39

A maior preocupação do diretor técnico é com invisível colapso dentro dos hospitais. As pessoas não veem o que acontece dentro das unidades de saúde, coisas que nós que estamos lá dentro vemos o tempo todo.
A maior preocupação do diretor técnico é com invisível colapso dentro dos hospitais. As pessoas não veem o que acontece dentro das unidades de saúde, coisas que nós que estamos lá dentro vemos o tempo todo. (foto: Foto: Divulgação/prefeitura de Manhuaçu)
O diretor técnico do Hospital César Leite (HCL), principal hospital da Região de Manhuaçu, na Zona da Mata, volta às redes sociais da instituição para desabafar e alertar a população sobre o colapso no sistema de saúde. Dessa vez, Luis Claudio Mendes dá o recado para quem se aglomerou nas festividades do Natal e réveillon e pode passar o vírus para quem ficou em casa. 

 

 

 
“Pessoas em prol de um dia de lazer e descanso colocaram as suas vidas em risco e agora, no retorno aos lares, depois dessa convivência desordenada, muitos certamente estarão trazendo o vírus da COVID-19 para ser transmitido a pessoas que ficaram em casas isoladas
 
A manifestação do diretor nas redes sociais aconteceu após o Hospital César Leite amanhecer nesta segunda-feira (4) com 100% de ocupação na UTI e na Enfermaria. No vídeo, Mendes afirma que na Unidade de Apoio Respiratório (UAR) tem gente precisando de vagas e o hospital não tem como atender.
 
Apelo 
 
Peço encarecidamente àqueles que viajaram, se aglomeraram, que poupem os que ficaram em casa isolados. Se vocês, mesmo assintomáticos, insistirem em manter contato com quem se isolou, vão contaminar os ‘inocentes” que se isolaram e poderemos ocasionar um tumulto desregrado e teremos um caos maior do que vivemos”, afirma.
 

A estrutura do HCL conta com 30 leitos de UTI e 30 para enfermaria, sendo que 15 leitos de enfermaria estão com suporte ventilatório, onde é possível manter muitos pacientes em estado grave, inclusive entubados fora do CTI, respirando por ventilador até a vaga do CTI aparecer.
 
A cidade de Manhuaçu está na onda vermelha tanto na macrorregião Leste do Sul, como na microrregião Manhuaçu desde o final de novembro, após o período eleitoral.

A Balbúrdia social continua
 
A balbúrdia social, segundo Mendes, nunca acabou e a população em momento algum entendeu a gravidade da crise.  “Eu acho que tivemos lá atrás decretos de isolamento social rigorosos e a população percebeu que mesmo isolando nada ou pouco aconteceu. Ela ficou desacreditada da doença e com números aumentando, eu vejo que a população continua descrente da doença”.
 
Diante disso, a maior preocupação do diretor técnico é com o prolongado colapso dentro dos hospitais. “As pessoas não veem o que acontece dentro das unidades de saúde, coisas que nós que estamos lá dentro vemos o tempo todo”. 
 
No vídeo, o diretor do Hospital também fala da nova cepa do coronavírus descoberta recentemente. Ela é 70% mais contaminante, mais virulenta que a outra e tem maior propensão de contaminar os jovens menores de 20 anos.
 
"Portanto, aquela falsa ideia de que os jovens estavam protegidos inexiste e já estamos vendo nas nossas unidades de saúde do Hospital César Leite jovens morrendo por COVID-19 e sem nenhuma cormobidade”. 

Na onda amarela do Minas Consciente, em julho de 2020, a prefeitura de Manhuaçu permitiu a reabertura do comércio. Na época, em entrevista ao Estado de Minas, Luis Claudio Mendes fez um apelo aos gestores para colocar as populações cientes da gravidade sobre os leitos dos hospitais e não tamparem o sol com a peneira.
 
De lá para cá, a mudança foi para pior. Segundo o diretor técnico do HCL, as prefeituras estão sofrendo uma pressão imensa para manter aberto o comércio. O estado decretou a onda vermelha do Minas Consciente e de acordo com o Plano todo o comércio não essencial deveria ser fechado.
 
“Contrariando as recomendações do estado, os município da nossa região não fizeram lockdown pois sofrem uma pressão enorme da população e do comércio, principalmente no final do ano passado com as eleições e com o Natal. Após as eleições eu vi um 'lava as mãos' enorme pelo fato do mandato estar terminando”.


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