Uma Belo Horizonte diferente, que aos poucos se adapta a uma nova rotina em virtude da pandemia do coronavírus. Se o feriado de 1º de janeiro seria tradicionalmente festivo e propício para festas e aglomerações, a chegada de 2021 sinalizou um clima mais vazio nos principais pontos da capital mineira.
O isolamento social fez com as tradicionais movimentações fossem substituídas por pequenos grupos nas ruas, alguns delais ainda ignorando, de alguma forma, as normas das autoridades de saúde.
Mesmo com as taxas de leitos de UTI e enfermaria atingindo patamares perigosos em BH, o que sinaliza uma piora no controle da pandemia, várias pessoas se arriscaram a ir caminhar ao ar livre na Praça da Liberdade, um dos cartões-postais na cidade. A movimentação, entretanto, foi bem inferior a de anos anteriores.
Em um dos pontos da praça, um homem tocava saxofone enquanto era observado por pequenos grupos. A maioria das pessoas usava máscaras, acessório indispensável na prevenção da doença.
Neste fim de ano, as festividades na Praça da Liberdade foram reduzidas por um roteiro especial de luzes, com imagens projetadas em vários prédios da cidade. O objetivo foi evitar aglomerações em um único ponto. Por esse motivo, desde o começo do período natalino, a movimentação de turistas e belo-horizontinos têm sido mínima, principalmente à noite.
Diferentemente da fase mais tensa da pandemia, entre julho e setembro, a prefeitura optou por manter as praças livres, sem bloqueios para as pessoas, além de seguir com a flexibilização do comércio. O prefeito Alexandre Kalil (PSD), no entanto, disse que observará os indicadores nos próximos dias para avaliar se fechará a cidade novamente ou não.
Na Lagoa da Pampulha, o movimento foi menor do que na praça da região Centro-Sul. Na manhã desta sexta-feira, um grupo de pelo menos 10 pessoas fez rituais em homenagem a Iemanjá na orla. Em alguns pontos, ciclistas também se aventuraram a encarar os 18 km do entorno da lagoa. Poucas pessoas se dirigiram à Igreja de São Francisco de Assis.
Enquanto várias pessoas desrespeitam as normas, o último boletim divulgado pela prefeitura indicou que Belo Horizonte está com ocupação de UTI de 80,3%, atingindo o nível de alerta vermelho. A taxa de enfermarias é de 66,1%, considerando a capacidade do sistema público e suplementar.