
Juntos, esses 30 municípios respondem por 67% das vagas disponíveis na rede pública mineira. Ou seja: 2.610 leitos, do total de 3.899. O grupo reúne ainda 9,4 milhões de habitantes – quase metade da população de Minas Gerais, estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 21,3 milhões.
Nessa terça-feira (30/12), o informe epidemiológico da SES-MG registrou a confirmação de 4.995 diagnósticos de COVID-19 em 24 horas. No mesmo período, a doença matou 10 pessoas. O total de infectados em todo o estado é de 529.65, enquanto os mortos desde o início da epidemia somam 11.615. A pressão se repete Brasil afora. O país registrou 1.111 mortes por COVID-19 em 24 horas, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde. É o maior número de óbitos em um dia desde 15 de setembro, quando 1.113 pacientes morreram. Assim, chega a 192.681 o total de óbitos pela doença no país.
De ontem para hoje, foram contabilizados 58.718 novos casos de covid-19, elevando o total de contaminações da doença no Brasil para 7.563.551.
Gargalo
Em um terço das cidades da lista, o cenário é ainda mais preocupante. Nessas localidades, 80% dos leitos de terapia intensiva já foram preenchidos. Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, lidera o ranking, com 100% de lotação. Em Varginha, as UTIs já estão praticamente esgotadas, com 94,12% de ocupação. O gargalo é semelhante em Ipatinga, no Vale do Rio Doce, um dos cinco municípios com mais casos confirmados de COVID-19: 91,25% dos leitos estão mobilizados. Completam a relação Passos (89,58%), Governador Valadares (85%), Coronel Fabriciano (83,3%), Juiz de Fora (83,33%), Belo Horizonte (80,3%), Ribeirão das Neves (80%) e Barbacena (80%).
Macrorregiões
Num recorte ampliado, a situação da rede assistencial mineira também parece delicada. Em metade das 14 macrorregiões do estado, a lotação das UTIs já superou 70%. O quadro mais grave é o da macrorregião Leste, que abrange 51 municípios. Nessa área de saúde, 84,88% dos leitos estão sendo utilizados. Na prática, isso significa que restam apenas 13 das 86 unidades existentes para atender todos os moradores da macrorregião. No Vale do Aço, que compreende 35 cidades, há apenas 36 vagas, do total de 228. No Sudeste, com 94 municípios, apenas 86 dos 417 leitos estão disponíveis. No Centro, a maior das macrorregiões, na qual se insere a capital mineira, só 366 dos 1.264 leitos de terapia intensiva estão à disposição das 101 cidades da localidade.

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136 mil habitantes, zero UTI: o caso de Sabará

A secretária municipal de Saúde, Nicole Cuqui, explica que isso se deve à configuração modelo de assistência da cidade, que opera em rede junto aos 13 municípios da microrregião de Belo Horizonte/Nova Lima/Caeté, da qual faz parte. Na prática, isso significa que os pacientes da localidade são encaminhados aos vizinhos da Grande BH - prioritariamente, a capital mineira - sempre que precisam de cuidados intensivos.
“Durante a pandemia, fizemos uma pactuação com os municípios da nossa microrregião, que instituiu uma troca. Eles têm falta de leitos de enfermaria, então usam os nossos. Sabará, por sua vez, solicita vagas de UTI dos vizinhos, quando é necessário”, esclarece Cuqui.
O boletim da SES-MG divulgado nesta terça-feira (29/12) aponta 2.169 casos confirmados de COVID-19 em Sabará, além de 77 mortos pela doença.
