Jornal Estado de Minas

Doações despencam

Paciente aguarda doação de sangue para realizar cirurgia cardíaca

A diminuição de doadores de sangue é uma realidade enfrentada por diversos pacientes desde o início da pandemia do novo coronavírus. De acordo com a Fundação Hemominas, a queda de 20% no comparecimento de doadores de sangue em Minas Gerais tem dificultado a realização de diversas cirurgias. É o caso de José Renato Mota, de 63 anos, que aguarda uma cirurgia cardíaca, que só não ocorreu por falta de doadores.




 
Internado no Hospital Universitário das Ciências Médicas, (HUCM-MG), no dia 14 de dezembro, José Renato fez todos os exames pré-operatórios necessários para a realização cirúrgica, mas a falta do tipo sanguíneo B- no banco de sangue do Hemominas adiou os planos do idoso.
 
A partir daí a corrida por doadores virou um drama na família de José Renato. “Preciso de três doadores do meu tipo sanguíneo. Consegui cinco doadores aqui em BH, mas nenhum tinha o sangue B- e, para minha surpresa, a cirurgia foi cancelada em cima da hora.”
 
De acordo com o Hospital Universitário Ciências Médicas – MG, após criteriosa avaliação médica e por não se tratar de um caso de urgência/emergência, José Renato recebeu alta hospitalar para aguardar o momento da cirurgia em casa, sob orientação do médico responsável por seu atendimento. 




 
Ainda segundo o Hospital, a realização da cirurgia requer a normalização do estoque de sangue no hemocentro de Belo Horizonte.
 
José Renato Mota, de 63 anos, precisa de três doadores do tipo sanguíneo B- . (foto: Foto: Arquivo Pessoal)
“Agora, espero ansiosamente a data da cirurgia porque estou limitado. Diante de qualquer esforço físico, por menor que seja, tenho muita falta de ar e cansaço e também tenho muito inchaço. Tenho histórico familiar. Meu pai morreu aos 60 anos de infarto e meu irmão aos 51 anos.”
 
De acordo com a assessora de Captação e Cadastro de Doadores da Fundação Hemominas, Viviane Guerra, em geral, os tipos sanguíneos Rh negativos são menos frequentes na população, entre eles, o tipo B- (cerca de 2%) e para piorar o medo da COVID-19 tem afastado muitos doadores.
 
“Para ter um estoque adequado em Minas Gerais, é preciso coletar, em média, 1.300 bolsas de sangue, por dia, em toda a rede. Com a pandemia, estamos coletando, em média, 1.050 bolsas, diariamente.”




 
Ainda segundo Viviane Guerra, a Fundação Hemominas faz um apelo aos doadores que estiverem saudáveis, sem sintomas de gripe/ resfriado como: tosse, febre, coriza e dor de garganta. “Nesse caso, deve-se aguardar 30 dias após o término dos sintomas para candidatar-se à doação de sangue sendo que são todas agendadas pelo site www.hemominas.mg.gov.br." 

Acidentes nas estradas 

Para piorar o cenário, segundo Viviane Guerra, historicamente, em períodos de festividades como Natal e ano-novo, há uma probabilidade no aumento da demanda por sangue devido ao maior fluxo de veículos nas estradas. Na contramão, existe uma queda de 15% a 20% de doações nessa época.
 
Um balanço feito pelas polícias rodoviárias Estadual e Federal, foram 243 acidentes nas rodovias que cortam o estado, com 34 mortes. Muitos dos feridos acabam necessitando de doação de sangue
 
Para ter um estoque adequado em Minas Gerais, é preciso coletar, em média, 1.300 bolsas de sangue, por dia, em toda a rede. (foto: Fonte: Fundação Hemominas)
No dia 23 de dezembro, o estoque de sangue do Hemominas já apresentava estado crítico para os tipos sanguíneos O%2b  e A e estado de alerta para O-, A- e B-. Apenas os tipos sanguíneos AB e AB- se encontravam estáveis.




 
Nesta terça (29/12), a realidade chega à beira de um colapso. O tipo sanguíneo O- passou para o estado crítico e o tipo sanguíneo que José Renato Mota precisa, B-, também está em estado crítico. Apenas o tipo AB apresenta estabilidade.
 

O que é o coronavírus


Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Vídeo: Por que você não deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp

Como a COVID-19 é transmitida? 

A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.



Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?


Como se prevenir?

A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê

Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam:

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus. 

Vídeo explica por que você deve 'aprender a tossir'


Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.



Coronavírus e atividades ao ar livre: vídeo mostra o que diz a ciência

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