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Estado de Minas Tragédia em Monlevade

Acidente na BR-381: motorista do ônibus participa de reconstituição

Simulação durou cerca de duas horas e contou com o apoio da Polícia Rodoviária Federal


09/12/2020 16:11 - atualizado 09/12/2020 17:22

O principal objetivo da ação policial é descobrir onde o ônibus teve os problemas mecânicos e o momento da queda do veículo(foto: Edesio Ferreira/DA/EM/Press)
O principal objetivo da ação policial é descobrir onde o ônibus teve os problemas mecânicos e o momento da queda do veículo (foto: Edesio Ferreira/DA/EM/Press)
A Polícia Civil fez, na manhã desta quarta-feira (9/12), a reconstituição do acidente de um ônibus de turismo que caiu do viaduto da BR-381, em João Monlevade, Região Central de Minas, causando 19 mortes. A reprodução foi feita em um veículo com porte parecido com o ônibus da tragédia e teve a ajuda da Polícia Rodoviária Federal. 

O motorista, Luiz Viana de Lima, e sua advogada, Carolina Tessarolo, também estavam presentes na reconstituição. A simulação começou às 10h30. No total, a operação contou com três peritos, três investigadores, dois delegados e um escrivão da Polícia Civil. Por volta das 9h40, a Polícia Rodoviária Federal chegou em cinco viaturas na BR-381 para limitar o fluxo de carros da rodovia. Às 11h05, a rodovia foi totalmente interditada e liberada duas horas depois. 

O principal objetivo da ação policial é descobrir em que local o ônibus teve problemas mecânicos e o momento da queda do veículo. Assim, a investigação deve apontar se o acidente foi causado por falha mecânica ou humana.

Nesta quarta-feira, os peritos conversaram com o motorista para saber mais informações do dia do acidente e detalhes do ocorrido. “A participação do motorista, tanto no depoimento quanto agora, na simulação, foram muito importantes”, disse o delegado Paulo Tavares.

Conforme a chefe de Sessão da Perícia de João Monlevade, Karina Martins, a simulação foi baseada no depoimento do motorista, que foi feito na segunda-feira (7/12). “Hoje, nós basicamente analisamos a dinâmica, se estava coerente com aquilo que foi falado pelo motorista”, explicou Karina.

Segundo a advogada, o motorista “chorou muito” durante o processo e está abalado com o acidente. Enquanto mostrava aos policiais o trajeto do ônibus, Luiz de Lima precisou se sentar no meio-fio do viaduto.

O motorista manteve o rosto tampado durante todo o processo. No primeiro momento, ele se escondeu com uma blusa, e depois com um boné azul. Durante a simulação, Luiz de Lima ficou de cabeça baixa.

Uma pessoa assumiu a direção do ônibus na reconstituição e o motorista se sentou no banco ao lado. Os policiais civis e a advogada estavam no interior do veículo. Uma viatura da PC estava em frente ao ônibus durante o processo. Dessa forma, a PC refez o trajeto do veículo antes de cair do viaduto.

Próximas etapas

Segundo a Chefe de Sessão, a Polícia Civil deve fazer um levantamento de como era o funcionamento do veiculo, principalmente o sistema de freio. Além disso, Karina contou que está analisando vídeos que foram enviados à Polícia Civil.

Entenda o caso

A Polícia Civil de Minas Gerais abriu inquérito para apurar as causas do desastre minutos depois da queda do ônibus. Relatos de testemunhas pontam que as más condições mecânicas do veículo contribuíram para o acidente. 

Segundo as testemunhas, o ônibus seguia pela BR-381, no sentido São Paulo. Ao descer a serra, quando se aproximava da Ponte Torta, viaduto sobre o Rio Piracaba e a estrada de ferro Vitória-Minas, o ônibus perdeu os freios e entrou na contramão, descontrolado, chegando a bater no retrovisor de outro veículo que viajava no sentido contrário.


No “embalo da descida”, o veículo passou pela Ponte Torta, mas na subida perdeu aceleração (possivelmente por um outro problema mecânico) e começou a descer de ré, ainda segundo as testemunhas.

Nesse momento, seis pessoas saltaram do veículo em movimento – uma delas seria o condutor do ônibus, Luiz Viana de Lima. Na sequência, o ônibus despencou do viaduto e pegou fogo. A medição da perícia constatou que a altura é de 23 metros entre o viaduto e a área onde o ônibus caiu, ao lado dos trilhos da Estrada de Ferro Vitória-Minas.

Na noite de sábado (05/12), uma equipe da Vale, que opera a ferrovia, trabalhou na liberação da área. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) e bombeiros trabalharam na perícia do local do acidente e parte da ponte foi interditada. O ônibus foi retirado dos trilhos com um guindaste e levado para outro ponto.

 

* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.  


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