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Estado de Minas SOLIDARIEDADE

'Rir ainda é o melhor remédio': palhaços se adaptam para trabalho voluntário em asilo durante pandemia

Projeto aderiu ao formato on-line para continuar levando alegria a quem precisa de ainda mais afeto neste momento delicado


27/08/2020 13:48 - atualizado 27/08/2020 15:01

A Sociedade do Riso adaptou o projeto para continuar levando alegria aos idosos durante a pandemia da COVID-19(foto: Facebook/Reprodução)
A Sociedade do Riso adaptou o projeto para continuar levando alegria aos idosos durante a pandemia da COVID-19 (foto: Facebook/Reprodução)
Nesta sexta-feira (28), é comemorado o Dia Nacional do voluntariado e neste ano, com a pandemia da COVID-19, quem doa seu tempo para realizar ações sem fins lucrativos tem enfrentado grandes desafios. É que as pessoas estão ainda mais vulneráveis com o isolamento social, tão importante para frear a disseminação da doença, mas que ao mesmo tempo distancia quem antes já se sentia sozinho.
 
 
 
Como para quem quer estar perto a distância é mero detalhe, a Sociedade do Riso formada por palhaços que atuam como voluntários em hospitais e lares de Belo Horizonte – decidiu se adaptar para manter o contato com pacientes e idosos que estão cumprindo a quarentena longe de casa.

O projeto aderiu ao formato on-line e tem realizado diversas ações por meio de videochamadas e serenatas ao longo desse semestre.

Para Carmen Novais de Abreu, de 75 anos, há cinco no asilo Dona Paula, as visitas presenciais eram sempre vistas com muito entusiasmo. “Traziam muito alegria pra nós. Eu gostava muito de cantar com eles.” 

Ela conta que, com o início do período de isolamento, sentiu saudade dos palhaços, e até pediu para que viessem cantar uma de suas canções favoritas. No lugar de uma visita, chegou o vídeo com o palhaço cantando “Carinhoso”, de Pixinguinha.

As imagens romperam a barreira do espaço e pela tela fria do celular conseguiram tocar e aquecer o coração de Carmen. “É lindo, muito bonito, gostaria que se repetisse mais vezes. Eu senti muita emoção, eu gosto muito da música e o palhaço canta bonito demais”, disse Carmen. 

Carmen Novais de Abreu, de 75 anos, recebeu um vídeo com sua canção preferida(foto: Reprodução/ Vídeo)
Carmen Novais de Abreu, de 75 anos, recebeu um vídeo com sua canção preferida (foto: Reprodução/ Vídeo)
A canção preferida interpretada pelo palhaço fez a idosa soltar a voz. Como o fim da apresentação deixou um gostinho de quero mais, ela aproveitou para fazer outra encomenda: “Adoraria também que mandassem um forrozinho”.

Atualmente cadeirante, ela manifestou toda sua disposição e entusiasmo ao pedir o envolvente ritmo nordestino. “Gosto de dançar rebolando na cadeira. Um forrozinho é bom demais”, brincou.

Paixão por ajudar


É o reconhecimento e o carinho de idosos como Carmen que movem pessoas como Rodrigo Robleño, palhaço, idealizador do projeto Sociedade do Riso, que aos 12 anos se apaixonou pelo teatro e teve o primeiro contato com o voluntariado.

O artista, que realiza treinamentos e ensina a arte da palhaçaria para médicos voluntários e que cantou para Carmen, conta que a readaptação do projeto para o meio virtual foi um grande desafio, mas o retorno conseguiu ser ainda mais surpreendente.

“É maravilhoso saber que de alguma maneira, agora mesmo, a gente ainda consegue contribuir para esse bem estar, para esse pequeno sorriso, essa alegria durante esses momentos tão difíceis”.

Assim como Rodrigo, a médica cirurgiã Terezinha Valéria que se dedica à área de cuidados paliativos e atua como palhaça voluntária no projeto, encarou a missão de continuar com as atividades por meio digital.

 “A gente ficou imaginando o que poderíamos fazer porque a palhaçaria tem uma grande dificuldade, ela é feita de encontros. Nós ficamos muito próximos das pessoas, a presença é muito importante, o toque o encorajamento”, explicou Terezinha.

Ela conta que durante os treinamentos para a realização das atividades on-line, foram surgindo ideias para enviar recados cheios de amorosidade e acalento aos idosos: “O trabalho voluntário na pandemia é possível. Todo mundo pode fazer algo, enviar uma cartinha, ler poemas, enviar uma serenata, um desenho ou cantar. No trabalho voluntário tudo é um presente e tudo é possível”.
 
*Estagiária sob supervisão da subeditora Kelen Cristina


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