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Estado de Minas RETOMADA ECONÔMICA

Comerciantes da Feira Hippie rejeitam bolsonaristas em manifestação na PBH

Os comerciantes da feira afirmam que o ato não é político e que lutam por uma reabertura com segurança ou ajuda financeira dos governantes


20/08/2020 15:53 - atualizado 20/08/2020 18:03

Manifestação de feirantes na porta da Prefeitura de BH(foto: Leandro Couri/ EM/ D.A Press)
Manifestação de feirantes na porta da Prefeitura de BH (foto: Leandro Couri/ EM/ D.A Press)

Manifestantes a favor da volta do funcionamento da Feira Hippie se reuniram na porta da Prefeitura de Belo Horizonte, no Centro da capital, durante a tarde desta quinta-feira (20).



Um grupo formado de pessoas que vestiam verde e amarelo e estavam com máscaras estampadas mensagem de reprovação ao prefeito Alexandre Kalil (PSD) e de apoio ao presidente Jair Bolsonaro foram repelidos pelos artesãos.

Os comerciantes da feira argumentaram que o ato não é político, e que lutam por ajuda financeira dos governantes ou por uma reabertura com segurança.

Mais cedo, o secretário municipal de Saúde, Jackson Machado, disse, durante coletiva de imprensa, que tem feito reuniões com os representantes do setor para discutir um protocolo de reabertura. "Nos moldes como era antes a feira não vai voltar funcionar", afirmou.

Sofrimento do artesão

Após 22 domingos sem trabalhar, o comerciante Isac Reis, de 60 anos, conta que já está passando por dificuldades financeiras. “Espero que sejamos ouvidos e sejamos liberados para trabalhar a partir do próximo domingo”, disse o artesão, que trabalha na Avenida Afonso Pena há 35 anos. Ele faz parte da maioria do movimento, que são os que discordam com o ato político se misturando com a manifestação. “Não aceitamos politicagem no nosso meio. Nosso negócio é defender a nossa feira. Agredir político não tem nada a ver conosco”, explica.

O chileno Jorge Roa, de 63 anos, trabalha na feira desde 1976, quando veio para o Brasil com a família. “Queremos trabalhar. O artesão não é incluído na sociedade como produtivo. A renda da minha família é toda do meu produto que vendo na feira”, pede o trabalhador, já pensando na retomada com protocolos sanitários. “Acredito que a feira não vai contribuir pro coronavírus se espalhar porque já tem um espaçamento, porém, órgãos competentes devem controlar a capacidade máxima de pessoas para entrar na feira e aferir a febre dos visitantes”, recomenda.

O vendedor também é contrário ao grupo “Fora Kalil”. “Nosso foco é a feira. Esses segmentos políticos de outros movimentos não fazem parte da nossa cultura. Esses caras vieram avacalhar. O foco é a feira. Muita gente ficou assustada e foi embora”, conta.

A insatisfação também é dividida com Maria das Dores Fernandes Saldanha de Andrade, de 64 anos, conhecida pelos colegas da feira como “Dorinha”. “Estou na feira desde menina”, conta. “Queremos ajuda financeira. Agora essas pessoas vieram para agredir os políticos em época de campanha, e nós não concordamos com isso”, disse a artesã.

Dorinha defende que os feirantes recebam um auxílio monetário além das cestas básicas que já são entregues pela prefeitura. “Estamos pedindo aos governantes uma ajuda financeira, porque nós contribuímos muito pela cidade. Recebemos uma cesta, mas pra quem tem neto, filho desempregado, essas pessoas estão sofrendo muito”, menciona a comerciante. 

Ela ressalta que a maioria das bancas são comandadas por “mulheres guerreiras” e pede valorização ao trabalho de artista estampado na Feira Hippie. “Um artista não liga para dinheiro, liga para honestidade. Não é Kalil, é o mundo inteiro que está sofrendo. Isso é mundial. Todos (políticos) fizeram campanha na feira, todos passaram na minha banca. Não é julgar eles agora, mas pedimos que cada trabalhador que tem as mãos calejadas sejam ajudados.” 


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