Durante os quase cinco meses de pandemia do novo coronavírus, os principais nomes da política nacional e de Minas não economizaram nas frases de efeito para falar da COVID-19 que já matou mais de 100 mil brasileiros, seja para tentar impor suas ideias, seja para atacar seus adversários ou se defender.
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O governador de Minas, Romeu Zema (Novo), também chamou a atenção ao falar da doença, em abril. Defendeu que a COVID-19 “viajasse um pouco” por Minas. "São medidas que o prefeito resolveu adotar, e nós temos observado que em muitas regiões, em muitas cidades, os casos existentes, ou até a ausência de casos, não justifica o fechamento total do comércio, até porque nessa crise nós precisamos que o vírus viaje um pouco", disse. Já neste mês, justamente quando o Brasil se aproximava dos 100 mil óbitos por coronavírus, Zema disse que o país “não fez um trabalho tão ruim”.
Alexandre Kalil (PSD), prefeito de Belo Horizonte, fiel ao seu estilo, também caprichou em frases de efeito, como ao dizer que o serviço público é uma porcaria. “Mas BH ainda é a melhor porcaria do Brasil”, emendou. O chefe do Executivo municipal chegou a dizer também que preferia “10 mil desempregados do que 50 mil mortos”, ao negar flexibilizar o comércio em abril.
A gripezinha
“Gripezinha para a minha pessoa. E pode ter certeza: para mais de 60% dos brasileiros não será uma gripezinha, não será nada. Nem tomarão conhecimento, nem sentirão caso sejam infectados. Entendo que para os idosos e pessoas que tenham alguma doença, realmente, o vírus poderá ser bastante grave”
Jair Bolsonaro, presidente
(Em entrevista na porta do Palácio Alvorada, em 21 de março)
O Atleta
“No meu caso particular, pelo meu histórico de atleta, caso fosse contaminado pelo vírus não precisaria me preocupar, nada sentiria ou seria, quando muito, acometido de uma gripezinha, ou resfriadinho, como bem disse aquele conhecido médico daquela conhecida televisão”
Jair Bolsonaro, presidente
(Em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV, em 24 de março)
Messias sem milagre
“E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”
Jair Bolsonaro, presidente
(Ao ser perguntado, em 28 de abril, sobre o fato de o Brasil ter passado a China em número de óbitos provocados pela COVID-19)
Vírus viajante
“São medidas que o prefeito resolveu adotar, e nós temos observado que em muitas regiões, em muitas cidades, os casos existentes, ou até a ausência de casos, não justifica o fechamento total do comércio, até porque nessa crise nós precisamos que o vírus viaje um pouco”
Romeu Zema, governador de Minas
(Em evento empresarial transmitido ao vivo, em 11 de abril)
Nem tão ruim
“Eu posso estar enganado, mas pra mim, na minha opinião pessoal, daqui a um ano, quando nós fizermos uma retrospectiva, nós vamos ver que o Brasil – dentro do contexto mundo, comparado com país desenvolvidos – não fez um trabalho tão ruim como muitos tem alardeado”
Romeu Zema, governador de Minas
(Em entrevista ao canal de TV a cabo, em 3 de agosto)
50 mil mortos
“Nada vai desviar o propósito de Belo Horizonte de não virar Milão. Eu prefiro 10 mil desempregados que 50 mil mortos”, afirmou o prefeito em entrevista coletiva na Prefeitura de BH”
Alexandre Kalil, prefeito de BH
(Em entrevista coletiva em 14 de abril)
Melhor porcaria
“O SUS é um espetáculo. O serviço público, por roubalheira, por incompetência, é uma porcaria. Mas BH ainda é a melhor porcaria
do Brasil”
Alexandre Kalil, prefeito de BH
(Em entrevista coletiva em 29 de maio)
Sem piada
“O coronavírus não é piada nem é algo positivo”
Sergio Moro, ex-ministro da Justiça
(Em postagem numa rede social, em 20 de maio)
Crítica ao governo
“Como a gente pode falar em isolamento vertical se o governo nunca apresentou nenhuma proposta para proteger os idosos? A gente não viu política para isolar idosos até agora. Frases de efeito não vão resolver o nosso problema”
Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados
(Em entrevista coletiva em 25 de março)
Cobrança
“A nação espera do líder do Executivo, mais do que nunca, transparência, seriedade
e responsabilidade”
Davi Alcolumbre, presidente do Senado
(Em nota, no dia 24 de março, após pronunciamento polêmico de Bolsonaro em cadeia de rádio e TV)
Genocídio
“Isso é péssimo para a imagem das Forças Armadas. É preciso dizer isso de maneira muito clara: o Exército está se associando a esse genocídio, não é razoável”
Gilmar Mendes, ministro do STF
(Durante debate on-line, em 11 de julho, ao falar sobre o grande número de militares no Ministério da Saúde, comandado pelo general Pazzuelo)