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Estado de Minas AINDA UM IMPASSE

Ocupação de leitos é divergência entre PBH e entidades para reabertura do comércio

CDL e Abrasel defendem que indicadores abaixo dos 80% já permitem um avanço na reabertura, mas parâmetro não é visto com bons olhos pelo Executivo municipal; representantes de bares e restaurantes saem otimistas da reunião, mas presidente da Câmara de Diretores Lojistas está cético


23/07/2020 21:27 - atualizado 23/07/2020 21:53

Comércio de BH permanece fechado: cidade tem mais de 400 mortes por COVID-19(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Comércio de BH permanece fechado: cidade tem mais de 400 mortes por COVID-19 (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

 

Mais um capítulo entre a guerra entre a Prefeitura de Belo Horizonte e as entidades representativas do comércio da capital mineira. Em reunião de pouco mais de duas horas nesta quinta-feira (23/7), as partes se encontraram para tentar costurar um acordo rumo à flexibilização. Se a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Minas Gerais (Abrasel/MG) saiu otimista nos bastidores, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) nem tanto.

 

Certo é que o governo se comprometeu a apresentar até esta quarta um cronograma de reabertura, cujo o principal ponto de discussão é a partir de que nível de ocupação dos leitos de UTI e de enfermaria para COVID-19 se torna razoável uma flexibilização.

 

Para a PBH, atualmente, o sinal só fica verde quando essa ocupação despenca para menos que 50%. Só que vale lembrar que os dois afrouxamentos do isolamento social anunciados pelo governo na pandemia, e agora revogados, aconteceram com parte desses índices na fase amarela, entre 50% e 69%.

 

O que a Abrasel e a CDL/BH sugerem é que uma flexibilização aconteça a partir de valores menores que 80%, o que para a prefeitura “não é um índice seguro para a população”.

 

 

 

Para se ter uma ideia, os dois indicadores permanecem acima dos 70% há semanas, a zona vermelha. Nesta quinta, o boletim trouxe 75% de uso nas enfermarias e 87% nas UTIs. 

 

O encontro ocorreu após a guerra jurídica entre as partes travada nesta semana. Mas, para a Abrasel houve avanços.

 

"Tivemos uma reunião proveitosa de mais de duas horas em que o resultado final foi o compromisso da prefeitura de revisar o seu plano de abertura, levando em consideração as sugestões do nosso plano. E que essa revisão seria apresentada à sociedade até quarta-feira", disse o presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci.

 

Ainda segundo o presidente-executivo da Abrasel, esse resultado está longe da proposta apresentada pelo juiz Wauner Batista Ferreira Machado na liminar, agora derrubada, que permitiu o funcionamento dos bares por dois dias nesta semana. No total, eram 12 regras, mas que não servirão de modelo para o planejamento a ser adotado pela prefeitura.

 

CDL/BH 

 

As considerações da Abrasel são inversamente proporcionais à análise da CDL/BH: mais um capítulo da novela.

 

"Infelizmente, não temos boa notícia nenhuma para dar. A prefeitura mais uma vez não deu nenhum passo, nenhum pingo de esperança para a previsão de reabertura. Em primeiro lugar, lamentamos a ausência do prefeito. A gente fica até se perguntando: qual é o assunto tão importante que impossibilite a presença do prefeito nessa reunião?", disse, em nota, o presidente da CDL, Marcelo de Souza e Silva.

 

"A resposta é uma só: a incapacidade de dialogar, a insensibilidade com a saúde das pessoas, com as empresas que estão morrendo, com os milhares de trabalhadores que já perderam seus empregos e com as milhares de famílias que estão sem sustento", completou em nota.

 

Governo  

 

Procurado, o governo Kalil informou que a proposta das entidades é uma "flexibilização do plano já apresentado a eles pela própria prefeitura em maio". A proposta da Abrasel e da CDL foi o caminho adotado por outras capitais, como Rio de Janeiro e São Paulo.

 

Para a PBH, esse não é o parâmetro seguro para a população, já que essas cidades apresentam taxas de mortalidade superiores à de BH.

 

Por isso, a reunião de semana que vem servirá para apresentar "uma avaliação da proposta do nível de leitos para liberação da abertura e das fases indicadas pelas entidades". 

 

A reunião

 

O encontro durou pouco mais de duas horas e aconteceu à distância. Pelo governo, segundo fontes, um time de secretários marcou presença, entre eles Maria Caldas (Política Urbana), André Reis (Planejamento, Orçamento e Gestão), Cláudio Beato (Desenvolvimento Econômico) e João Antônio Fleury Teixeira (Fazenda).

 

Outra peça do jogo foi o líder do governo na Câmara de BH, Léo Burguês de Castro (PSL).

 

O prefeito Alexandre Kalil (PSD) e o secretário municipal de Saúde, Jackson Machado Pinto, não compareceram.

 

As ausências, segundo fontes, impediram que a discussão sobre o nível de ocupação de leitos ideal para flexibilização do comércio avançasse.

 

Liminar e manifestações

 

Desde a semana passada, empresários do comércio de BH travam uma guerra com a Prefeitura de BH. Manifestações, coletivas e até uma liminar da Justiça marcaram o embate.

 

Na decisão, o juiz Wauner Batista Ferreira Machado permitiu o funcionamento de bares, restaurantes e lanchonetes em BH, desde que respeitadas medidas de segurança.

 

O documento foi derrubado na quarta por um recurso apresentado pela Procuradoria-Geral do Município. A decisão partiu do desembargador Gilson Soares Lemes, presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).

 

Casos e mortes

 

Em comparação ao boletim anterior, divulgado na quarta (22), BH registrou 18 mortes nas últimas 24 horas. São 417 óbitos. Desses, 61 aconteceram em Venda Nova, a Região mais prejudicada pela COVID-19 até aqui.

 

Na sequência, aparecem Nordeste (54), Noroeste (50), Centro-Sul (47), Barreiro (45), Oeste (43), Leste e Pampulha (40) e Norte (37).

 

De acordo com o documento da prefeitura, são 16.100 casos confirmados na cidade: 1.428 estão ativos e 14.255 pacientes não apresentam mais sintomas, além dos 417 mortos.  


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