Jornal Estado de Minas

COMÉRCIO EM BH

Infectologistas do comitê COVID-19 sobre novo fechamento: 'Coração apertado'


Os integrantes do Comitê de Enfrentamento à Epidemia da COVID-19 da Prefeitura de Belo Horizonte afirmaram que a decisão de fechar novamente o comércio da capital foi tomada “de coração apertado”. A expressão é a mesma utilizada pelos especialistas quando foi anunciado o avanço para a fase 1, em 22 de maio.



O infectologista Carlos Starling, que também é membro da Sociedade Brasileira de Infectologia, ressaltou que a estratégia intermitente de abertura do comércio é a mais adequada. Indica ainda que será possível flexibilizar na medida em que as condições epidemiológicas melhorarem.

“Foi feita a tentativa de progressão, mas ficamos estabilizados por cautela e agora precisamos retornar. Estamos simplesmente cumprindo aquilo que foi planejado”, disse Starling.

Pressão econômica

O presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Estevão Urbano, esclareceu que, desde o início da pandemia, o comitê pensou em uma lógica para que Belo Horizonte não passasse por uma “situação explosiva” como em outras cidades do mundo.

“Também fico extremamente triste de ter que retroceder com a flexibilização”, conta o médico, destacando o que o prefeito Alexandre Kalil já havia dito, de que não houve erro ao reabrir o comércio. “Avançamos, estabilizamos, voltamos a avançar e agora retornamos. Sempre com muita responsabilidade. Seria um erro se estivéssemos flexibilizando agora, quando os números estão muito altos”, explica.



O infectologista acredita que o grande número de pessoas do interior e o relaxamento natural de outras, já esgotadas emocionalmente com o isolamento, também contribuíram para a elevação de casos em BH. Segundo Estevão, há também a preocupação com a economia dos belo-horizontinos.

“Precisamos tornar a situação mais confortável, sem riscos para a população. Nos parece que essa estratégia é a melhor tanto no sentido de reduzir a perda de vidas quanto econômicas. Não é que não haja sofrimento nessa estratégia intermitente, mas foi a menos pior”, defende o infectologista.

“Temos uma grande preocupação com a situação socioeconômica. Passamos muitas noites sem dormir. Não existe falta de sensibilidade com isso. Da mesma forma que médicos entram em ação para salvar vidas, é hora de economistas encontrarem soluções para diminuir o sofrimento econômico”, afirmou.



Esperando pela vacina

O outro infectologista que pertence ao comitê, Unaí Tupinambás, que também é professor da Faculdade de Medicina da UFMG, reforçou que o retrocesso neste momento serve para, em breve, poder flexibilizar novamente.

“O ideal seria sair com uma vacina, enquanto isso será uma gangorra até em breve termos essa proteção”, disse Unaí Tupinambás.

Leia mais sobre a COVID-19

Confira outras informações relevantes sobre a pandemia provocada pelo vírus Sars-CoV-2 no Brasil e no mundo. Textos, infográficos e vídeos falam sobre sintomasprevençãopesquisa vacinação.
 

Confira respostas a 15 dúvidas mais comuns

Guia rápido explica com o que se sabe até agora sobre temas como risco de infecção após a vacinação, eficácia dos imunizantes, efeitos colaterais e o pós-vacina. Depois de vacinado, preciso continuar a usar máscara? Posso pegar COVID-19 mesmo após receber as duas doses da vacina? Posso beber após vacinar? Confira esta e outras perguntas e respostas sobre a COVID-19.

Acesse nosso canal e veja vídeos explicativos sobre COVID-19





audima