
Carro é 'engolido' por cratera no Bairro Santa Tereza, em BH, após rompimento de adutorahttps://t.co/nMXbm9926q pic.twitter.com/hCuTgB6Lzl
%u2014 Estado de Minas (@em_com) June 25, 2020
O dono do veículo, o motorista Marco Antônio dos Santos, de 57 anos, conta que estava dentro do carro junto com a mulher, a diarista Sônia Aparecida de Freitas Santos, de 51, quando o buraco se abriu. "Achei que ia morrer", diz o homem, que não teve ferimentos e aguarda a remoção do automóvel. A esposa dele também saiu ilesa do acidente. "Vim aqui trazer a companheira para o trabalho. Ela trabalha numa casa aqui da região. Fiquei muito assustado", afirma.
A cratera, que está inundada pela água que corre pelos canos subterrâneos da via, continua cedendo. O Corpo de Bombeiros ainda não identificou as causas da erosão. "Sabemos apenas que uma adutora se rompeu no local. A força da água, provavelmente, erodiu o solo, mas manteve o asfalto intacto. Com o peso do veículo que passava por aqui esta manhã, a via cedeu. Mas ainda vamos investigar, essa é uma probabilidade", ponderou o Tenente Bernardo Santos.
Ainda de acordo com o tenente, a Defesa Civil isolou cinco casas da Rua Gabro, três do lado direito, mais próximas à cratera, e duas do lado esquerdo. Os moradores não estavam presentes. É possível que a estrutura das residências tenha sido afetada. O passeio em frente a uma delas, situada no número 250, foi totalmente erodido, mas a Defesa Civil, por enquanto, descarta a hipótese de que ela seja arrastada para dentro do buraco.
"Após a remoção do carro e contenção da cratera, a Defesa Civil ainda vai fazer uma avaliação do trecho abalado pela erosão e orientar os moradores. Por enquanto, nosso foco é conter o buraco, garantir a segurança das pessoas e da rede elétrica", explicou o Tenente Bernardo.
Negligência
Moradores da Rua Gabro relatam que o rompimento da adutora que teria causado a cratera foi informado por volta de 21h dessa quarta-feira (24), primeiro à Copasa, que não atendeu a ocorrência. Por volta de 4h desta quinta (25), o Corpo de Bombeiros foi acionado, mas só compareceu às 9h da manhã, quando o carro já havia sido arrastado pela erosão.

O morador também diz que ele e os vizinhos chegaram a ser coagidos pela corporação quando tentaram alertar sobre o vazamento. "Disseram que esse problema não era da competência deles e nos intimidaram. Falaram que nós estávamos desacatando os agentes ao insistir que eles viessem. Restringiam-se a nos orientar para chamar a Copasa, o que fizemos várias vezes, mas não adiantou", conta. "Se a Copasa ou os bombeiros tivessem vindo aqui na noite de ontem, quando ligamos, esse acidente que ameaça a segurança de várias pessoas da rua talvez não tivesse acontecido", reclama.
Procurada, a Copasa não se manifestou sobre o ocorrido, mas informou que está fazendo uma manutenção emergencial na rede de água na região e que, por esse motivo, o abastecimento dos bairros Floresta e Santa Tereza foi interrompido. A previsão é de que o fornecimento de água retorne gradativamente, no decorrer da noite desta quinta (25)."
Nota do Corpo de Bombeiros
Em nota, o CBMMG alegou que as chamadas recebidas da Rua Gabro via 193 davam conta de apenas um vazamento de água. “Considerando as informações passadas pelo solicitante, o teleatendimento corretamente informou que esse tipo de intervenção deveria ser solicitada junto à COPASA", justifica o texto.Segundo a corporação, mais tarde, quando houve uma nova solicitação informando que a situação havia se agravado e o solo apresentava instabilidade, "o CBMMG imediatamente deslocou viatura para o local e realizou o atendimento de toda a área no que tange ao salvamento e isolamento de risco no local.” A corporação também nega que tenha coagido ou intimidado os autores do chamado.
Alerta da Defesa Civil
Outro comunicado - este, da Defesa Civil -, informa que o órgão fez a vistoria do trecho do acidente, mas não interditou nenhuma casa. "Moradores dos imóveis 250 e 236 foram notificados e orientados a utilizar uma entrada secundaria até a recuperação da área afetada".
* Estagiária sob supervisão do editor Benny Cohen
