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Estado de Minas CORONAVÍRUS EM MINAS

Coronavírus: passageiro relata tensão em ônibus interceptado em BH

Houve ameaça de prisão caso grupo desembarcasse. Origem era cidade sem quarentena. Usuário acusa empresa de negligência


postado em 08/04/2020 18:10 / atualizado em 09/04/2020 08:52

(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press)
(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press)
O operador de máquinas Ramon da Cruz, de 29 anos, trabalha em Ipatinga e vem a Belo Horizonte apenas uma vez por mês. Ele era um dos 29 passageiros que estavam no ônibus da Viação Presidente interceptado na tarde desta quarta-feira depois de deixar Caratinga, no Vale do Rio Doce.


O bloqueio foi motivado por decreto do prefeito Alexandre Kalil que determina a proibição da circulação no município de transporte público coletivo oriundo de municípios que interromperem as medidas de isolamento social em meio à pandemia de coronavírus.

O ônibus foi bloqueado por agentes da BHTrans, Guarda Municipal e Polícia Militar quando passava pela Avenida Antônio Carlos, sob o viaduto São Francisco, na Região da Pampulha, em BH.

"Fomos ameaçadas de ser detidos, caso desembarcássemos do ônibus", contou Cruz. "Por que o governo faz todo esforço para buscar seus patriotas em outros países e trata os cidadãos como lixo em sua própria cidade? Pois fomos tratados como escória", questionou, ainda irritado com a situação.

Obedecendo ao decreto municipal, o veículo foi escoltado rumo à saída, até o km-13, da BR-381,em Sabará na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Ele contou que comprou a passagem do ônibus na manhã desta quarta-feira (8) no Terminal Rodoviário de Ipatinga e que não sabia do decreto assinado pelo prefeito de Belo Horizonte. Não havia nada informando sobre a situação.

"Este é o único tempo que tenho para me deslocar até meus familiares. Tenho ciência das questões da quarentena, mas para trabalhar temos que sair de casa. São dois pesos, duas medidas", acrescentou. Em sua visão, a passagem nem deveria ter sido vendida pela empresa.

Ele diz ter ficado por mais de duas horas num posto de combustível aguardando um posicionamento da Viação Presidente. E afirma não ter tido nenhum tipo de auxílio. "Nem um café, nem um lanche. O ônibus foi impedido de entrar na cidade e a empresa não deu nenhum posicionamento oficial", reclamou. Entre os passageiros, idosos e crianças aos quais, conforme Cruz, não foi oferecida nem sequer água.

A informação posteriore era de que a empresa enviaria outro ônibus. "Mas podíamos ser barrados novamente", questionou. Então, ele decidiu não esperar e fez o deslocamento de carro até Belo Horizonte junto com uma parente. 

Cruz acionou um advogado e foi orientando a fazer um Boletim de Ocorrência. "Fica um sentimento de descaso, de abandono", lamentou. Além disso, sugeriu que seria infrutífero o bloqueio determinado pela Prefeitura de Belo Horizonte. "O que adianta bloquear o ônibus se todos os passageiros vão entrar na cidade, cada um por um meio? Queremos, sim, cumprir a quarentena, mas por que não paralisaram as grandes empresas?".

O Estado de Minas tentou contato com a empresa de ônibus, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria

 

 


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