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Estado de Minas ARTIGO

Do esporte à contemplação: como é viver na Pampulha, 'oásis' de BH

Nos 122 anos da capital, ambientalista moradora da região desde a década de 1970 relembra história do conjunto moderno, fala da vida local e expõe desafios do entorno da lagoa


postado em 13/12/2019 06:00 / atualizado em 13/12/2019 07:54

Olga Maria Simoni Coelho, empresária, ambientalista e residente na Pampulha há quase 40 anos(foto: Acervo pessoal)
Olga Maria Simoni Coelho, empresária, ambientalista e residente na Pampulha há quase 40 anos (foto: Acervo pessoal)
Falar sobre a Pampulha é tarefa muito agradável. Nasci em Belo Horizonte e, desde menina, frequento a região. Nos fins de semana, o Iate Golf Clube era o local preferido do meu pai e da família. Lá, ele se reunia com os amigos para o jogo da peteca, esporte criado em Minas e do qual foi um dos precursores. Depois, no final dos anos 1970, meu marido e eu escolhemos a Pampulha para morar e criar a família. Estamos rodeados de ótimos amigos e simpática vizinhança.

A Pampulha sempre foi motivo de orgulho e admiração para os mineiros. Concebida pelo prefeito Otacílio Negrão de Lima, ganhou destaque mundial com o visionário prefeito Juscelino Kubistchek, em 1942, com o Projeto Pampulha. BH era uma bela cidade, mas faltava algo para encantar ainda mais os visitantes. Juscelino convida, então, o arquiteto Oscar Niemeyer para criar um projeto para surpreender o mundo. Concebeu em uma só noite de trabalho o conjunto arquitetônico. O projeto inclui cinco prédios em torno do espelho d'água, um lago artificial: a Lagoa da Pampulha. Integram essa missão nomes brasileiros das artes e arquitetura do século 20.

O cassino, atual Museu de Arte da Pampulha, ponto central do projeto, tinha como objetivo atrair os visitantes. A Igreja de São Francisco de Assis é a obra mais singela do conjunto, tem destacadas as curvas de Niemeyer. A Casa do Baile apresenta calçada portuguesa. O Iate Golf Clube (atual Iate Tênis Clube) concebido para o esporte e lazer, inclui piscinas, quadras esportivas e acesso ao lago para atividades náuticas – esses construídos em 1942. A residência de Juscelino Kubitschek (atual Casa Kubitschek) foi construída em 1943 para ser casa de campo da família e influenciou o novo conceito de moradias da época. Completava o projeto um hotel que não chegou a ser erguido. Finalizando, jardins projetados por Roberto Burle Marx e o botânico Henrique Lahmeyer de Mello Barreto.

A Pampulha oferece muito além de toda essa beleza arquitetônica. Tornou-se um oásis dentro da cidade. A fauna é abundante com variadas espécies de pássaros. A Ilha dos Amores é refúgio e berçário das aves da região. A população local desfruta do seu clima agradável. Por ter topografia plana, é procurada para as longas caminhadas. O Mineirão e Mineirinho, famosos pela arquitetura e prática de esportes e do futebol, enriquecem a região. O Zoológico se instala e clubes funcionam na orla.

Espaço democrático para esportes, religiosidade, recreação e cultura, encontramos, na Pampulha, beleza e tranquilidade para usufruir desses privilégios. O comércio cresce e novos bairros têm uma população jovem. Devemos ter um olhar mais exigente para a Pampulha tão rica em tradição. O lago necessita de cuidados de toda sorte e há ausência de atividades culturais. A Pampulha é local de contemplação, cartão-postal de Belo Horizonte e Patrimônio da Humanidade. Não existe local igual. Orgulho de Minas Gerais, mas, antes de tudo, é um estado de espírito!

*Belo-horizontina, empresária, ambientalista e residente na Pampulha há quase 40 anos


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