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Estado de Minas

Agência Nacional de Mineração vistoria barragens após tremor de terra em Congonhas

Defesa Civil de Minas Gerais está na cidade desde a madrugada e vistoriou a Barragem Casa de Pedra. Empresas atestam segurança da estrutura e da Mina de Fábrica, em Ouro Preto


26/11/2019 11:27 - atualizado 26/11/2019 18:20

Barragem Casa de Pedra, em Congonhas(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press - 02/02/2019)
Barragem Casa de Pedra, em Congonhas (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press - 02/02/2019)


Uma equipe da Agência Nacional de Mineração (ANM) vai vistoriar, nesta terça-feira, as barragens de mineração na área de Congonhas, Região Central de Minas. Na noite passada, um tremor de terra de magnitude 3,2 na Escala Richter assustou a população, que já vive apreensiva por causa da Barragem Casa de Pedra, da CSN, considerada uma das maiores em área urbana. Muitos moradores saíram de casa às pressas. A CSN disse que o abalo sísmico “não causou nenhuma anomalia na estrutura da barragem”. 

O tenente-coronel Flávio Godinho, coordenador adjunto de Defesa Civil de Minas Gerais, está na cidade desde a madrugada. “Fizemos todos os contatos com a empresa CSN e com a Vale, com a área de geotecnia das duas empresas. As duas confirmaram que perceberam o abalo sísmico. No primeiro momento, o Observatório Sismológico de Brasília apontou como Ouro Preto o epicentro e depois, com a nova leitura, como Belo Vale, que está bem mais próxima de Congonhas”, informou. 

Segundo ele, não houve nenhum dano estrutural às residências da comunidade ou acidente com os moradores. “Estivemos pessoalmente na crista e no pé da barragem de Casa de Pedra e as duas empresas, tanto a CSN como a Vale, atestam a segurança da barragem, que não houve nenhuma alteração no nível de segurança. O abalo sísmico não trouxe nenhuma característica e qualquer dano para as duas empresas, falando-se da Barragem Casa de Pedra da CSN, e da Mina de Fábrica, da Vale”, disse o coordenador da Defesa Civil.

As equipes do órgão vão permanecer na cidade pelo menos até o início da tarde desta terça. A Defesa Civil Estadual acionou a ANM para que a agência pudesse dar continuidade aos trabalhos e também falasse com os responsáveis pela geotecnia das empresas. 

O chefe do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (Unb), Marcelo Rocha, confirmou o tremor ao Estado de Minas. Ele informou que o abalo foi de 3,2 graus – considerado "moderado" pelo padrão mundial. Disse que, do ponto de vista da sismologia, não há motivo de pânico. "Um tremor dessa magnitude (3,2 graus) causa mais susto mesmo. As consequências em determinado ponto dependem muito da distância entre o epicentro do tremor e o lugar observado. Não há motivo de pânico. A Defesa Civil que orienta os moradores de maneira mais precisa sobre o que deve ser feito”, declarou.

O especialista salientou que o fenômeno registrado em Minas deve ser sucedido por outros, as chamadas “réplicas”, mas com grau de intensidade inferior ao primeiro abalo. “A recomendação é que os moradores fiquem tranquilos e não tenham nenhuma atitude de pânico. A liberação de maior energia já aconteceu no primeiro tremor. Pode ser que venha ocorrer alguma réplica, mas, em geral, tem uma menor liberação de energia”, disse o chefe do Observatório Sismológico da UnB.

A Barragem Casa de Pedra deixa os moradores da cidade em alerta. Ela tem um maciço com aproximadamente 76 metros de altura, com capacidade de acumular cerca de 50 milhões de metros cúbicos de rejeito, segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), sendo classificada como classe 6 – a mais alta em categoria de risco e de dano potencial associados.

A CSN Mineração confirmou o tremor e disse que “não causou nenhuma anomalia na estrutura da barragem Casa de Pedra. Também não houve nenhum dano nas demais estruturas da unidade CSN Mineração." A mineradora ainda informou que equipes seguem monitorando a situação, além de estar em contato com as autoridades competentes para saber o que ocorreu.

A Prefeitura de Congonhas também divulgou nota sobre o tremor de terra. Confira: 



Barragens sem segurança

Na tarde desta terça-feira, a Agência Nacional da Mineral (ANM) foram a campo verificar segurança das barragens. Ao todo, nove estruturas em Congonhas e Ouro Preto poderiam ter a segurança comprometida. Confira na íntegra:

"Os técnicos da Agência Nacional de Mineração estiveram logo no início desta terça-feira (26) na área de Congonhas, região central de Minas Gerais, para vistoriar as barragens que, com os tremores de terra de magnitude 3.2 na Escala Richter na noite da última segunda-feira (25), podem ter sofrido algum comprometimento de segurança. Segundo os especialistas da ANM, nove barragens que estavam no perímetro dos abalos sísmicos precisavam ser inspecionadas para assegurar que o fenômeno não provocou nenhuma anomalia nas estruturas. As barragens são das empresas CSN e Vale. 

Logo pela manhã, os fiscais da ANM estiveram em Congonhas, nas barragens Casa de Pedra e B4, ambas da empresa CSN Mineração, e analisaram todos os instrumentos medidores, como piezômetros, indicadores de níveis de água, drenos de fundo, cristas e ombreiras. Não foi detectada nenhuma anomalia que chame a atenção para acionar qualquer tipo de emergência.

Pela tarde, a vistoria foi nas barragens da Vale, localizadas no município mineiro de Ouro Preto: Forquilhas I, II, III e IV e a barragem Grupo. Por já estarem em níveis 1,2 e 3 de emergência, os técnicos da ANM estão impedidos de entrar nas estruturas, mas puderam analisar os fatores de segurança por imagens feitas por drone e visitaram o centro de monitoramento geotécnico da empresa. Alguns piezômetros e a microssísmica receberam resposta ao sismo durante a noite de ontem, mas já apresentam leitura de normalidade. 

“A exemplo das outras estruturas, as barragens Vigia e Auxiliar do Vigia também serão vistoriadas e nós já exigimos da CSN os relatórios para averiguar as condições dessas estruturas até o momento. A ANM determinou também que as duas empresas intensifiquem a inspeção e o monitoramento diário de todas as barragens envolvidas”, explicou chefe de Segurança de Barragens da ANM em Minas Gerais, Wagner Nascimento".


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