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Estado de Minas

Porta-voz do MBL-BH foi detido suspeito de chutar cozinheira e chamá-la de 'crioula'

O administrador Thiago Dayrell, de 24 anos, foi levado para a Ceflan 2, onde foi registrado o flagrante pelos crimes de injúria racial e vias de fato. O jovem nega


postado em 11/11/2019 12:22 / atualizado em 11/11/2019 19:28

(foto: Facebook/Reprodução)
(foto: Facebook/Reprodução)

O administrador Thiago Dayrell, de 24 anos, foi autuado em flagrante pelos crimes de injúria racial e vias de fato suspeito de chutar e chamar de "crioula" a cozinheira Eliana da Silva, de 43 anos. De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Militar (PM), o caso de injúria racial e agressão teria ocorrido às 23h44 de sábado (9), no restaurante Takos Mexican Bar, na Savassi, Região Centro-sul de Belo Horizonte. O jovem se apresenta nas redes sociais como porta-voz do Movimento Brasil Livre (MBL) e "amante da boa política". 

 

Os policiais foram acionados pelo gerente do estabelecimento, depois que Thiago teria agredido a cozinheira. Segundo a versão de testemunhas, Thiago chegou ao bar "gritando", quando foi abordado pelo gerente, que pediu para que ele baixasse o tom de voz. O gerente contou à polícia que o jovem jogou o cartão de crédito na operadora de caixa e disse "cobra essa p... logo". Nesse momento, Eliane teria tentado apaziguar a situação, pedindo calma. Foi quando Thiago teria dito "não coloca a mão em mim, sua crioula". 

 

De acordo com a ocorrência, Thiago chamou o gerente para a briga e teria tentado agredi-lo. Diante da confusão, Eliana tentou separar os dois. Neste momento, ela teria sido agarrada pelo pescoço por Thiago, que a chutou na coxa direita. Foi necessária a interferência de populares para apartar a briga. Thiago estava no bar com a namorada, de 22 anos

 

O suspeito foi levado para a Central de Flagrantes 2 (Ceflan 2), onde foi autuado em flagrante pelos crimes de injúria racial e vias de fato, conforme informou a assessoria de imprensa da Polícia Civil de Minas Gerais. Thiago pagou fiança no valor de R$ 1 mil e foi liberado.  No domingo, foi registrado outro caso de injúria racial, quando um torcedor do Clube Atlético Mineiro cuspiu no segurança Fábio Coutinho e disse "olha sua cor". Segurança chorou ao lembrar a injúria racial.  

 

 Versão de Thiago Dayrell

Thiago disse aos policiais militares que entrou no restaurante, pediu uma cerveja e uma refeição, sendo informado que o pedido levaria 10 minutos. Como demorou, ele questionou quanto tempo demoraria para sair o pedido e recebeu a resposta de que seria  mais de 20 minutos. Diante do informado, pediu ao garçom para fechar a conta e dirigiu-se até o caixa para pagar a cerveja que havia tomado.

 

Ele teria reclamado do atendimento quando o garçom teria dito "vai se fuder seu merda". Ele alega que um dos garçons o puxou pelo braço, expulsando-o do estabelecimento. Também afirma que foi empurrado e que o garçom jogou a cadeira contra ele, quando a namorada interveio. A reportagem entrou em contato com Thiago Dayrell. Ele enviou fotos em que aparece com marcas nas pernas e nas costas e alega ser resultado de agressão que sofreu. 

Thiago Dayrell afirma ter sido agredido(foto: Arquivo pessoal)
Thiago Dayrell afirma ter sido agredido (foto: Arquivo pessoal)
 

Na tarde desta segunda-feira (11), os advogados de Thiago Dayrell se pronunciaram por meio de nota sobre o caso. "O Sr. Thiago não promoveu qualquer injúria racial ou agressão física a qualquer funcionário do estabelecimento Takos", diz o comunicado. Veja o texto na íntegra:


"Sobre os fatos ocorridos na noite de 09/11/2019, a defesa de Thiago Dayrell informa: 


A) O Sr. Thiago não promoveu qualquer injúria racial ou agressão física a qualquer funcionário do estabelecimento Takos. 

B) Na oportunidade, ao queixar -se do péssimo atendimento e da demora solicitou o cancelamento do pedido; 

C) Os funcionários passaram a hostiliza-lo e ameaça-lo; 

D) Ainda assim, buscou o pagamento do que havia bebido, ocasião em que foi jogado para fora do estabelecimento sob empurrões e socos; 

E) Do lado de fora, os funcionários do local passaram a espanca-lo, com chutes, socos e cadeiras; 

F) Que os agressores ao serem inquiridos pela polícia inventaram a injúria racial como desculpa para as absurdas e covardes agressões perpetradas; 

G) Que o Sr. Thiago forneceu à polícia e ao público gravações que comprovam o início das agressões e solicitará ao Poder Público imagens do sistema de câmeras. 

H) O Sr. Thiago adotará as medidas legais para que todos os agressores sejam punidos por denunciação caluniosa, lesão corporal e, posteriormente, danos morais, lucros cessantes e danos emergentes; 

I) O Sr. Thiago repudia veementemente o sensacionalismo causado sobre o assunto, bem como o tom mentiroso dado ao conteúdo, validando a narrativa mentirosa e rasteira dos agressores.

J) O Sr Thiago foi submetido a exame de corpo de delito no IML e o laudo comprovará as agressões sofridas por ele."


Posição Tako Mexican Bar

Em nota, o Takos Mexican Bar informou que "repudia toda e qualquer forma de preconceito, como o racismo, além de desrespeito ou violência". Disse que "a empresa esclarece, ainda, que está aguardando a apuração da polícia sobre o caso e está colaborando com as infomações necessárias". 


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