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Estado de Minas COMPLEXO DA LAGOINHA

Mais um 'tapete de pedras' sob viaduto de BH deve tirar 29 moradores de rua

Após iniciar assentamento de pedregulhos sob o Viaduto Leste, onde não havia ocupação, Prefeitura de BH começa a preparar obra semelhante debaixo de outro elevado


postado em 28/08/2019 04:00 / atualizado em 28/08/2019 09:06


Depois de anunciar a colocação de pedras em um processo de tratamento urbanístico embaixo do Viaduto Leste, no Complexo da Lagoinha, a Prefeitura de Belo Horizonte mobilizou equipes ontem sob o Viaduto Nansen Araújo, também conhecido como Viaduto A, e que também faz parte do conjunto de elevados da Lagoinha.

Na ação coordenada pela Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania, serviços de acolhimento institucional e do programa de habitação da PBH foram oferecidos a 29 moradores de rua que foram identificados no local. Um casal teve sua mudança efetivada pela prefeitura para um abrigo na modalidade família.
Pertences de moradores de rua foram juntados e alguns transportados pela PBH na manhã de ontem sob o Viaduto Nansen Araújo(foto: Paulo Filgueiras/Em/D.a press)
Pertences de moradores de rua foram juntados e alguns transportados pela PBH na manhã de ontem sob o Viaduto Nansen Araújo (foto: Paulo Filgueiras/Em/D.a press)

De acordo com a Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania, o motivo da abordagem tem relação com o tratamento urbanístico que será feito também no local, com um tapete de pedras que será instalado nessa parte sob o Viaduto A. A Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) informou que a urbanização com pedras na parte conhecida na engenharia como baixio será implantada sob as duas alças do Viaduto Leste e também nessa área onde houve a ação ontem. No primeiro caso, onde as pedras já começaram a ser colocadas na semana passada, nenhum morador de rua foi identificado morando na área em obras. Já ontem 29 pessoas foram identificadas morando onde serão colocadas as pedras.

Equipes começaram a abordar pessoas sob o Viaduto Nansen Araújo, onde deve ocorrer intervenção já começada no vizinho Viaduto Leste. Justificativa é evitar ações que fragilizam estruturas(foto: Alexandre Guzanshe/Em/D.A PRESS)
Equipes começaram a abordar pessoas sob o Viaduto Nansen Araújo, onde deve ocorrer intervenção já começada no vizinho Viaduto Leste. Justificativa é evitar ações que fragilizam estruturas (foto: Alexandre Guzanshe/Em/D.A PRESS)

O trabalho foi anunciado pela PBH sob a justificativa de evitar que a estrutura dos viadutos seja prejudicada e exija esforços além do normal em manutenção a partir do momento em que se intensificam as fogueiras que são comuns nesta época do ano, danificando o concreto e expondo a ferragem de estruturas que sustentam os elevados.

Na semana passada, ao anunciar o procedimento no Viaduto Leste, o chefe da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), Henrique Castilho, defendeu a ação destacando o risco que esse tipo de dano traz para a população em geral. “Nossa grande preocupação é diminuir o desplacamento de concreto, que deixa a ferragem exposta e também afeta os aparelhos de apoio dos viadutos. Com isso, as vibrações (causadas pelos veículos) aumentam e podem gerar dilatações. Queremos evitar que ocorra qualquer tipo de incidente”, disse.

RESPONSABILIZAÇÃO


A ação foi defendida também pelo prefeito Alexandre Kalil no sábado, enquanto o mandatário do executivo municipal visitava o campo do cigano, no Bairro Lagoa, na Região de Venda Nova, revitalizado pela Sudecap. Kalil pontuou que o atendimento social da população em situação de rua é importante, mas destacou que proteger estrutura de viaduto não pode ser considerado crime social. “Na hora que um viaduto daquele cair na cabeça de um monte de carros, alguém vai ser responsabilizado”, disse o prefeito na ocasião.

Ontem, a equipe do Estado de Minas flagrou a abordagem embaixo do elevado que oficialmente tem o nome de Viaduto Nansen de Araújo, elevado que é usado tanto por carros quanto ônibus para ligar o Centro à Avenida Antônio Carlos. O elevado que também é conhecido como Viaduto A tem três alças: uma delas entre a Rua Curitiba e a Rua Itapecerica, uma bifurcação dessa primeira, que chega à Avenida Antônio Carlos e a terceira exclusiva para ônibus, entrando e saindo da Avenida Oiapoque até a Antônio Carlos. É sob essa estrutura que está uma das maiores concentrações de pessoas em situação de rua no Complexo da Lagoinha.

Um caminhão esteve no local, e nele foram colocados pertences de moradores de rua. Vários objetos foram embalados em malas, sacos e também colocados em carrinhos. Funcionários a serviço da prefeitura também carregaram pertences em carrinho de mão. Uma máquina para remoção de terra foi usada para preparar o terreno para a instalação das pedras, segundo a Secretaria de Assistência Social e a Sudecap. Inicialmente, a Secretaria de Assistência informou que não se pronunciaria sobre o assunto.

Porém, mais tarde, a pasta enviou nota, explicando que atua “intersetorialmente na região da Lagoinha e no Viaduto Leste, no atendimento às pessoas em situação de rua. As ofertas para inserção em políticas públicas é permanente no local. Diante das obras realizadas está programado, conforme adesão espontânea dessas pessoas, o acesso aos serviços de acolhimento, programas de moradia ou assistenciais. Na manhã de hoje (ontem) foi realizada a mudança de um casal para uma unidade de acolhimento familiar do município”, informou a pasta.

Segundo a Sudecap, as alças que receberão o tratamento fazem parte do mesmo complexo integrado pelo Viaduto Leste. A nova intervenção seria, sob esse ponto de vista, apenas a continuidade da obra.


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